
Essa impostura inacreditável, essa prodigalidade não lembram o Flamengo? Para mim lembra, pois, ao contrário do que ocorre com o Fluminense, que tem times vencedores e que disputam Libertadores a cada vinte e cinco anos, com o Flamengo essas coisas são recorrentes. E como a Libertadores, para mim, é a competição mais importante que existe e eu não paro de pensar nela, eu vou lembrar das três últimas passagens do Flamengo pela competição e de eventos cruciais ligados diretamente à eliminação do Flamengo e como os dirigentes falharam nesses momentos:
2007 - Defensor 3x0 Flamengo (jogo de ida): Juninho Paulista, que em clube algum teve problemas de indisciplina em toda a sua carreira, e que no Flamengo não vinha jogando absolutamente nada, resolve, sem autoridade alguma, "crescer" para cima do banana Ney Franco, e é inclusive flagrado em uma foto quase cuspindo e mordendo o rosto do treinador. Os dirigentes não tomaram qualquer atitude. Ney Franco, o banana, escala-o. O Flamengo toma de três com o time desnorteado em campo, com visíveis problemas internos, de grupo, afetando o rendimento da equipe. No jogo de volta, roubado pelo assaltante Hector Baldassi, faz apenas 2x0 e é eliminado. Ney Franco, um semestre depois, é demitido e reclama de falta de blindagem ao treinador no Flamengo, com alguma dose de razão.
2008 - Flamengo 0x3 América do México (jogo de volta): o maior vexame da história do clube. Como o Flamengo vencera o jogo de ida por 4x2 no Estádio Azteca, o presidente Márcio Braga e o vice-presidente de futebol Kleber Leite deram a classificação por favas contadas e resolveram homenagear o treinador Joel Santana antes do jogo por quebrar o contrato e abandonar o clube no meio da competição para ir treinar a África do Sul na preparação para a Copa do Mundo/2010. Num jogo sobrenatural e com gols esquisitos, o América vence e se classifica.
2009 - Flamengo 2x3 Universidad de Chile (jogo de ida): a presidente Patrícia Amorim resolve pegar "carona" com o ônibus da delegação e, numa crise aguda de amnésia, esquece-se dos problemas de trânsito da megalópole Rio de Janeiro, forçando a mudança de trajeto para buscarem-na na Gávea. O ônibus chega ao Maracanã faltando meia hora para o jogo. O time entra frio em campo, o Universidad de Chile faz dois gols em menos de vinte minutos e vence. No jogo de volta, o Flamengo, numa atuação corajosa, vence por 2x1, mas, embora no saldo de gols haja empate, o time chileno se classifica pelo critério de desempate: gols marcados fora-de-casa.
Tudo mudou?

Estamos falando do Flamengo?
Dona Patrícia, o Flamengo só perde para ele mesmo. Se a Senhora continuar nesse rumo, o do segundo ano de seu mandato, provavelmente conquistaremos essa tão ambicionada taça já ano que vem e a Senhora escreverá seu nome na História do nosso amado clube da maneira mais espetacular e gloriosa possível. E dificilmente haverá em toda a História do clube presidente melhor do que a Senhora. Pode acreditar.
Por isso, eu rogo que, da próxima vez, pegue um táxi na ida para o estádio, ok? Ou alguém do Buteco poderá lhe dar uma carona. Será uma honra.
Bom dia e SRN a todos.