quarta-feira, 16 de março de 2011

Adriano, Love e Copa do Brasil

Adriano quer realmente ser um jogador de futebol ou um exemplo do mau exemplo para seus companheiros e a juventude de um modo geral?

Me permito entrar de sola na coluna de hoje, por não ter qualquer compromisso com a boa técnica do jornalismo, função pela qual tenho muita admiração, mas que não é a minha praia. Escrevo como torcedor aqui no Buteco dos amigos Rubro-Negros. Que bom ser assim!

Vanderlei Luxemburgo não quis saber de problemas e deu um bico na bola do Adriano quando apertado pela interrogação da volta do jogador ao Flamengo. Ponto pra ele por ter partido para a dividida com a vontade característica de um líder, entrando pra valer no assunto e dizendo não querer o retorno do imperador, que continua à procura da felicidade rompendo um contrato aqui outro ali do outro lado do mundo. E haja dinheiro para bancar tanto inconformismo mal-resolvido e de compromissos efêmeros. E para perder também. Eis o atalho ensinado pelo garotão da Chatuba.

E arrumou a sua primeira encrenca com grande parte da torcida do Flamengo que não toma memorial, que vive de acordo com a premissa de que enquanto a bola estiver entrando vale tudo, menos o preconizado pelo pitoresco e mal-educado atacante Gil, conforme visto no vídeo postado no comentário abaixo. O problema é quando a bola deixa de estufar as redes, como em 2010, e sobrar para o treinador o caminho da rua. Macaco velho, com anos de estrada, Luxa anteviu que entre ele e Adriano, os gols do artilheiro levariam a melhor numa futura queda de braço representada por falta aos treinos, atrasos e demais picuinhas em represália às vaias da torcida, como não comemorar gols e vitórias. Haja mimimi. E agora, no momento em que tem o elenco nas mãos, acho que o Luxemburgo está muito certo em manter o bom astral em que vive o Flamengo de 2011, bem diferente daquele nada saudoso ano passado, no qual bafejados pela glória do hexa, vários jogadores enfiaram os pés pelas mãos, literalmente, diante da complacência dos dirigentes. Faltou um Vanderlei para dar o oportuno soco na mesa e cortar as sementes venenosas pela raiz para dar continuidade a um trabalho vencedor do tão esperado Hexacampeonato.

Cada vez mais quentes como nas brincadeiras infantis de cabra-cega, as informações de raposas, pra mim, nada felpudas, dão conta de que em vez de problemas de craques com cabeças amadoras está a caminho da Gávea um atacante com espírito profissional, embora não deixe de curtir sua saudável juventude, chamado Vagner Love. Falam em Nilmar também. Que venha logo, um ou outro, embora eu nutra mais simpatia pelo irrequieto Love, que conseguiu realizar a proeza de ser elogiado pelo carrancudo Muricy Ramalho, em sua despedida do Palmeiras, na primeira vinda para o Flamengo: "Lamento a saída do Vágner Love. Trata-se de um profissional que jamais chegou atrasado para qualquer atividade, sempre foi o 1º da fila nos treinamentos, disciplinado, atleta que preza a união do grupo, e que veio para Atibaia a fim de realizar a pré-temporada mesmo sabendo que não ficaria no clube e já negociando sua ida para o Flamengo". Li essa declaração do ex-treinador do Fluminense no início do ano passado, após a vinda do Love aqui para o Rio de Janeiro.

Indo até Fortaleza, onde hoje tem jogo do Mengão pela Copa do Brasil, atalho mais rápido para a Libertadores do ano que vem, acho que vamos enfrentar um adversário difícil de ser dobrado, que fará desta partida a mais importante do ano que mal começou depois do carnaval. Espero e desejo que o Luxa esqueça, pelo menos por enquanto, os esquemas da seleção de 1970 e do atual Barcelona, e escale um, só um centro-avante, nem que seja o Whonderley, para empurar para as redes as bolas que passam horizontalmente à linha do gol, vindas da esquerda ou da direita, ou ainda do rebote do goleiro. Nunes, o artilheiro das decisões fez uns 200 gols assim, em bolas chutadas pelo lado esquerdo da defesa adversária, ela entrava fechando pela direita, e as vindas pela direita, ele batia de frente nelas vindo pela esquerda da área. E nos rebotes voltava com a bola debaixo dos braços para o meio de campo, dando trabalho ao então chamado de "garoto do placar".

Enfim, que o Flamengo faça o básico vencendo e, depois, pense na difereça de gols para eliminar o jogo de vinda. Eles vêm fazer o que em RJ city, o Maracanã está fechado, ora.

Bom jogo para todos nós e uma grande vitória do Flamengo para começar de fato 2011, afinal, o carnaval já era e a Taça Rei Momo está nas mãos competentes da Beija-Flôr, do Neguinho, do Laíla e do outro Rei, o Roberto Carlos. São tantas emoções!

SRN!