quarta-feira, 14 de julho de 2010

Recomeçando, agora com Zico

O final da Copa do Mundo de 2010 deixa como herança a entrada no seleto clube dos Campeões Mundiais da boa seleção da Espanha, a ex-amarelona das copas, que passa o bastão para a tri-vice Holanda, minha segunda seleção desde os áureos tempos da Laranja Mecânica liderada por um dos cinco maiores jogadores que vi atuar, o craque Johan Cruyff, bem acompanhado por Johan Neeskens e comandados pelo revolucionário Rinus Michels, o idealizador do inesquecível carrossel holandês, responsável pelo aumento exponencial da torcida pelos laranjas ao redor do mundo, mesmo não tendo levado para Amsterdan a medalha de ouro do futebol em 1974. É impressionante como os times que praticam o bom futebol, aquele que é jogado na bola e bem jogado, amealham torcedores em todos os lugares do planeta. Evidentemente que o ideal é dar show e ser campeão, mas nem sempre o melhor consegue tal façanha, exemplos não faltam e dois deles entre nós são a ótima seleção de 1982, que encantou mas não levou, e a de 1994, que trouxe a taça mas não deixou saudades, graças ao futebol pragmático praticado, onde o vencer é o que importa. A repetição da fórmula foi tentada agora, na África do Sul, e o resultado foi uma performance abaixo da obtida em 2006, na Alemanha, ou seja, o país condiderado o maior exportador de talentos regrediu na classificação final do torneio.

Vida que segue hoje no recomeço do Campeonato Brasileiro, em sua 9ª rodada, na qual o Flamengo entra em campo para enfrentar o Botafogo com um time escalado e definido, no papel, como bisonho por muitos, onde faltam o craque no meio de campo, que desequilibra, e os atacantes viciados em fazer gols, funções que seriam do Petkovic, voltando de lesão sofrida covardemente antes do brasileirão parar, e dos artilheiros que ainda não vieram ou, se chegaram, estão ocultos dentro do elenco, verdadeiras incógnitas a serem desvendadas quando a bola rolar. E aí está a chave para escancarar o mistério, o apito inicial do soprador de plantão. A partir dele, tenho a intuição de que veremos um time aguerrido, com muita fome de vencer, estimulado pela presença positiva de Zico no comando do futebol, que não tolerará esquemas defensivos que visam o empate para garantir emprego de técnico. Não admitirá descompromisso com a causa "Flamengo". Não permitirá que egos inflados julguem-se acima do clube por quem são pagos. A derrota faz parte do jogo, mas um time tem que correr atrás da vitória e se perder está perdido lutando por ganhar, e vamos em frente, não dá para vencer todas. Estas são as mensagens que o Galo passa, explícta e implicitamente de acordo com a sua filosofia sobre o futebol, e nelas deposito as minhas esperanças de que o time venderá caro qualquer placar adverso, pois acabaram o nefasto "chinelinho" e a farra de levantar o dedinho do meio para a torcida a fim de rebater vaias após vexames cometidos.

Reconheço que é preciso contratar um meia e, pelo menos, um centro-avante para o restante da temporada. Esperava isso para este reinício, porém, para os próximos dois jogos o que vejo não tem fama nem recorde de gols. Então, como torcedor, lembro do fato de que nome não ganha jogo, daí, confio que apoiados pela nova estrutura que vai se delineando na Gávea através do novo executivo, que sabidamente não joga para a galera, e embalados pela torcida, o Flamengo faça mais três pontos logo mais.

Gol neles, Mengão!!!

SRN!