domingo, 4 de julho de 2010

Argentina, Volantes e Ainda o Maestro



Bom dia, amigos do Buteco! Que domingo paradão, não é? Primeiro domingo desde que a Copa do Mundo se iniciou sem futebol, o Brasileirão ainda parado e o torcedor brasileiro catando os cacos da derrota de sexta-feira. Ah, mas teve a derrota da Argentina...


Bem, eu devo declarar que não sou daqueles que sente a rivalidade à flor da pele contra a Argentina; eu sentia isso pela Itália, por conta de 1982, e pelo Uruguai, por conta do Mundialito de 1980 (era a época da Geração Zico na Seleção) e da Copa de 1950, bem como por conta do Peñarol na Libertadores de 1982. Claro, vocês podem falar das piadas preconceituosas, dos xingamentos de "maquacitos", da Copa de 1990 (Lazaroni? Aquela nhaca de time? Fala sério...), mas o fato é que a seleção Argentina jamais me fez sofrer como torcedor, sinceramente.



Ainda que eu fosse o caso, a questão é que, para quem resolver analisar friamente os fatos, verá que o futebol argentino, mesmo com menos do que a metade dos nossos títulos mundiais, hoje pode se dar ao luxo de dizer que encanta mais do que o nosso e que tem jogadores os quais, acaso estivessem nas mãos de um treindor de verdade, como por exemplo o argentino que dirigiu o Paraguai, teriam um time muito melhor do que o nosso, bastando lembrar que o "loco" (esse sim, "loco") do Maradona deixou de levar Zanetti, Cambiasso, Riquelme, dentre outros.



Mas o pior não é isso. Permitam-me voltar um pouco à minha coluna de quinta-feira passada, quando mencionei que o futebol brasileiro tem buscado nos "hermanos" a solução para o seu problema crônico e atual de não formar mais grandes armadores no meio de campo. Para não ficar repetitivo, peço-lhes a gentileza de perder alguns minutinhos lendo-a novamente, especialmente a "invasão" de armadores estrangeiros, quem as categorias de base do Flamengo já formou e a esperança que o Zico representa. Hoje o PVC, na Folha de S. Paulo, escreve que o "pecado mortal da renovação brasileira é que o país parou de produzir meias-armadores."


Pois é, amigos. Parece que a ficha está caindo, né? Por favor, façam a gentileza de tentar projetar o meio campo brasileiro para 2014. Alguém em sã consciência pode desde logo afirmar que o menino, o jovem Ganso poderá assumir tamanha responsabilidade? Vocês acham que o Thiago Neves, o Diego Souza ou sei lá quem mais pode?


Então me vejo forçado a voltar aos argentinos, que continuam a produzir os armadores, sejam o no estilo mais recuado, como também aqueles que jogam mais avançados e próximos aos atacantes. Quem quiser odiá-los, se divertir com a desgraça deles, pode ficar à vontade. É lógico que faz parte do futebol, da mística, da rivalidade, etc. Ao mesmo tempo, porém, é recomendável enxergar o "inimigo" ou o adversário, como queiram, naquilo que ele tem de bom e de ruim. E é bom se olhar no espelho também, antes que seja tarde de mais.


Volantes


Bem, e o que os volantes têm a ver com isso? Acho que a recuperação do futebol mundial rumo à técnica, à qualidade, pode ter sido muito impulsionada pela seleção da Alemanha nessa Copa, pois o sem meio de campo não é povoado de brucutus pragmáticos, como outrora, mas de jogadores que sabem jogar, "tecnicamente falando", sem deixar de serem objetivos e pragmáticos também. E nada como a imagem de um volante alemão de F1 para ilustar a diferença deles para os outros hoje em dia.

Volantes ainda vejo alguns no futebol brasileiro que dão esperança. O Hernanes é um deles; mas mesmo aqui vejo uma infestação de gárgulas obtusos que também precisa ser contida antes que seja tarde demais.

Como sei que o meu amigo Patrick escreverá amanhã mais um pouco sobre isso, vou parar por aqui, não sem antes desejar um bom domingo a todos os torcedores do Flamengo puros de coração, que desejam ver o nosso Mais Querido de volta aos melhores tempos.
SRN a todos.