Bom dia, amigos do Buteco! Em época de plena ansiedade com o futuro do clube, de indefinição sobre quem será o novo treinador, se serão ou não contratados reforços de primeira ou segunda linha, resolvi compartilhar com vocês uma teoria que nos meus anos de torcedor apaixonado desenvolvi a respeito de treinadores de futebol.
Aí vai, então, o que, para mim, é a regra, lembrando que toda regra comporta exceções: treinador de futebol não pode começar do topo; não pode começar dirigindo o maior clube, a maior seleção. Vamos recorrer aos quatro treinadores que, indiscutivelmente, são os mais vitoriosos da época contemporânea do futebol brasileiro para confirmarmos essa tese:
Luiz Felipe Scolari - nos idos de 1982, em um dia de plena crise no CSA de Alagoas, e dizem, depois de uma derrota que deixou o clube em má situação no campeonato alagoano, o treinador foi demitido e eis que o presidente vira para o seu zagueiro e diz: "é contigo, Scolari". Iniciou-se então a carreira de um dos maiores treinadores de todos os tempos e da atualidade. Depois disso, o nosso "Felipão" dirigiu em 1983 o Juventude (não o Juventude que na década de 1990 e início desse século disputaria a Série A por vários anos e venceria a Copa do Brasil; estamos falando da década de 80); naquele mesmo ano, o Brasil de Pelotas; nos dois anos seguintes, o Al-Shabab do Kwait; voltou para o Juventude em 1986 e 1987; teve uma passagem apagada pelo Grêmio em 1987, passou pelo Goiás em 1988, ano em que voltou ao Kwait, dessa vez para dirigir o Al Qadiysia, que ainda dirigiria em 1992; em 1991 esteve no Criciúma e em 1992 no Al-Ahli, da Arábia Saudita. Até que... veio a passagem vitoriosa no Grêmio e, acredito, a partir daí todo mundo se lembra do que aconteceu.
Carlos Alberto Parreira - começou na seleção de Gana, numa época em que, naquele país, não havia campo de grama, e por lá ralou em 1967/1968, foi preparador físico (inclusive da seleção de 1970) até que voltou a ser treinador no Fluminense, também foi para o Kwait, voltou para o Fluminense e até que engrenou.
Vanderlei Luxemburgo - esse começou no glorioso Campo Grande, em 1983, passando depois por Rio Branco (1983/84), Friburguense (1984), Al-Ittihad (1984/1985), Democrata (1985/1986), Fluminense (sub-20 - 1986/1987), América (1987), Fluminense (sub-20 - 1987/1988), até que veio o Bragantino e o trabalho que efetivamente o projetou no cenário nacional.
Muricy Ramalho - Puebla (1993), Expressinho do São Paulo (1994-1996), Guarani (1997), Shangai Shenhua (China - 1998) e, depois, onde, acredito, efetivamente se formou treinador, nos anos de 1999 a 2002, passou por Ituano, Botafogo/SP, Santa Cruz, Náutico, Figueirense, Internacional (passagem obscura) e São Caetano, com o título paulista de 2004 e a história que todo mundo se lembra.
Por favor, não me venham com Beckenbauer ou "exemplos" do gênero, pois não estou falando de gênios que já nasceram prontos para tudo; tampouco estou afirmando que a regra é absoluta e não comporta exceções; o que estou dizendo, com base nos FATOS, é que os treinadores mais vitoriosos da era moderna do futebol brasileiro não foram simplesmente "revelados no próprio clube", mas rodaram, rodaram, perderam, perderam, até que encontrarm o caminho do sucesso.
É uma profissão dificílima e, creio, muito mais dura do que a de jogador de futebol profissional.
O clube de maior torcida do mundo pode ter um aprendiz na profissão em seu comando técnico, em uma Libertadores da América, em um Campeonato Brasileiro? Pode dirigir a seleção brasileira numa Copa do Mundo?
Eu penso que não! O Rogério Lourenço pode vir a ser um grande treinador... ou não! O tempo irá dizer e, creio, somente se ele pegar a estrada.
Sobre o Andrade eu digo o mesmo. Uma conjuntura de fatores, na qual a visão futebolística do grande jogador que foi certamente influenciou muito, resultou no maravilhoso trabalho do ano passado; mas lembrem-se que, bastou a saída de um jogador (Aírton) e a entrada de outro (Vagner Love), e o time simplesmente não se acertou taticamente durante o primeiro semestre. Estou sendo injusto por acaso?
Então, amigos, sobre treinadores, é o que eu penso. Insistir no erro não é algo que se possa definir como sensato ou responsável, se o futuro que desejamos ao Flamengo é o de glórias.
RENATO MAURÍCIO PRADO
Transcrevo a coluna de hoje:
"CONTRATO PRONTO. Tudo, rigorosamente tudo, já foi acertado entre o Felipão e o Flamengo. E, segundo se comenta na Gávea, o contrato está prontinho, no escritório do advogado Michel Assef Filho. Só falta Scolari dar o sim definitivo e assinar."
Continuo não gostando da balbúrdia na imprensa. É torcer para que o Zico conserte o estrago.
RIQUELME
Parece que hoje tem reunião em "La Boca". Façam figa. Alguma coisa tem que começar a dar certo!
SRN a todos.