quinta-feira, 25 de março de 2010

O Imperador está voltando?

Bom dia, Comunidade Butequiana!
Ontem vimos um time jogar de forma protocolar uma partida contra um adversário tão inferior, mas tão inferior, que, acaso a competição fosse séria, não teria tantos clubes, nem muito menos uma equipe daquele nível.
O que falar a respeito desse jogo? Vou me limitar a dizer que gostei do Leonardo Moura, que parece estar à espreita de uma oportunidade inesperada para a Seleção Brasileira em ano de Copa do Mundo.
E o Imperador? Não vejo ainda aquela explosão que sempre caracterizou o seu futebol, mas o noto mais ligado no jogo, bem posicionado em inúmeras oportunidades. Acho que os gols que marcou nas últimas partidas são resultado disso e mostram um jogador com vontade de dar a volta por cima após os ataques em série que recebeu recentemente da imprensa marrom e vendida.
E isso me enche de esperanças; afinal, não é o Imperador o carrasco dos "hermanos"? Estamos num ano de Libertadores com expectativas em um nível jamais visto na história do clube, convenhamos.
O Imperador está voltando?
Não vou tecer maiores comentários sobre os demais atletas na partida de ontem porque, sinceramente, com aquele adversário fica difícil. Houve a substituição do Petkovic, mas poderia ter saído o Kleberson. O comentarista do Sportv disse que Petkovic parecia estar "sendo testado". Será? A verdade é que qualquer um dos dois poderia ter saído ontem. A equipe melhorou substancialente com a entrada do Vinícius Pacheco sem que o Kleberson tenha melhorado seu rendimento.
O ponto é que o time ainda não encontrou a sua formação ideal esse ano. Há uma diferença tática, por conta da saída do Zé Roberto e entrada do Vagner Love. Então, temos agora dois atacantes, um ataque poderosíssimo, mas um a menos para fechar o meio.
Lembrem-se ainda que o meio, ano passado, com Aírton, Maldonado e Willians tinha três jogadores com forte poder de marcação, sendo que Willians jogava mais adiantado e apoiando pela direita. Petkovic (quando estava em boas condições físicas) e Zé Roberto ainda voltavam para fechar. Agora, diferentemente, são dois atacantes abastecidos por Vinícius Pacheco e Kleberson, que ano passado esteve a maior parte da arrancada do segundo turno contundido, sendo que o primeiro, ótimo jogador, não é e nem nunca será o Petkovic, e o segundo, apesar de fazer a bola rolar macia no gramado, ter enorme categoria, jogar muito quando quer, nunca se sabe quando ele quer ou vai querer. Seria um craque apagão se tivesse o monstruoso talento do Alex. Então é algo menos do que isso ("craque apagão"). Por outro lado, o Petkovic, definitivamente, não está na mesma forma que o ano passado.
E agora? Será que o Petkovic conseguirá atingir a forma do ano passado? Será que o Kleberson, às vésperas de uma Copa do Mundo, conseguirá ter boas atuações mais constantes, menos esparsas? Petkovic e Kleberson podem jogar juntos? O ideal é um dos dois ao lado do Vinícius Pacheco ou os dois no banco e o Pachequinho de titular? Nessa última hipótese, e em qualquer uma sem o Petkovic, qual seria o poder de criação do time?
Para completar, com a saída do Aírton, não reposta, não há no elenco um jogador com características nem condições para exercer a função tática que ele desempenhava em campo, alternando-se entre o cabeça de área típico e um terceiro zagueiro. O Maldonado é um técnico em campo, um maravilhoso volante, mas não tem como exercer essa função. Alguém aí o imagina como terceiro zagueiro? E o Toró? Melhor nem responder, né?
O Flamengo tem então esse problema. Outro esquema tático precisa ser encontrado; outra fórmula que traga aquele equilíbrio mágico que nos levou a uma arrancada histórica, a ser lembrada como principal marca de um título não menos histórico por gerações e gerações no futuro. E parece que faltam ainda algumas peças, aquelas contratações cirúrgicas para reposição que foram prometidas, tentadas, mas não realizadas.
Ninguém duvida que o elenco é um dos melhores do Brasil e da América do Sul; só que, em futebol, esporte coletivo, o time precisa "dar liga"; é preciso haver jogo coletivo harmônico, mas o que temos visto nesse ano é um time em que seus talentos individuais resolvem na maioria das oportunidades, porém sem aquela "liga" do ano passado. E parece mesmo estar faltando algo.
Para vencer a Libertadores, será preciso acertar esse esquema defensivo; será preciso fazer o meio de campo funcionar como ano passado, ajudando na composição do sistema defensivo sem prejudicar a alimentação do ataque, que tem sido um ponto positivo do time, embora ainda sem a qualidade do ano passado.
Mas amigos, apesar de tudo isso, parece que o Imperador está voltando. A volta dele não será o suficiente para resolver tudo isso, mas será algo tão empolgante, tão forte, tão intimidador para os adversários, que, acredito, pode ser o início. Acredito nisso. É muito importante tentar analisar fria e racionalmente as coisas, mas futebol é paixão, não é? Acontecem coisas inexplicáveis e, tenho certeza, ninguém vai duvidar do poder de agregar e de liderar do nosso Imperador, nem muito menos do que isso pode os trazer em nível de resultados.
Então, volte, Imperador!
SRN a toda a Comunidade Butequiana!