quarta-feira, 17 de março de 2010

Derrota No Primeiro Teste de Verdade

É uma missão inglória comentar após uma derrota em Libertadores. Mas vamos lá. Vou tentar.
Aconteceu o contrário do que vinha ocorrendo: o time começou bem e terminou mal.
O primeiro tempo foi bem razoável. Acho que até uns 35 minutos a equipe teve mais posse de bola, criou algumas chances e parecia ligada no jogo. E assim foi o primeiro tempo, com eles mordendo e o Flamengo também, embora os dez últimos minutos tenham sido um prenúncio do que ocorreria na segunda etapa, com pressão deles. Inclusive o final, com um gol na única falha da defesa no primeiro tempo.
No segundo tempo, o gol logo no início trouxe falsas esperanças. Parecia que o time ia virar, mas o Bruno... Bem, o frango que ele tomou desestruturou o time. E é nessas horas, amigos, que a gente vê o time que tem, de verdade. Contudo, para que seja justo, devo lembrar que tudo começou com uma falha infantil do Fabrício. Um passe vertical, saindo de bola pelo meio. Acho que até os fraudinhas sabem que isso não se faz, ainda mais num jogo de Libertadores.
Mas a verdade é que essa zaga não pode ficar sem proteção adequada. Houve uma falha clamorosa na montagem do elenco, venho dizendo isso, batendo nessa tecla, e essa deficiência ficou bem clara na noite de hoje. O Álvaro tem até condições de ser titular, mas não pode ficar exposto dessa forma. E o Fabrício é verde demais, se afoba em vários momentos, mostrando-se atabalhoado. Acho que ele tem futuro, mas parece ainda não ter maturidade para ser titular numa Libertadores. E o pior é que na reserva está o Angelim, que esse ano não mostrou absolutamente nada.
Não vou reclamar muito dos laterais, senão que o Juan apresentou alguns problemas na defesa, mas acho que o problema estava no miolo mesmo. O Alvim parecia perdido em campo, apesar do oportunismo no gol. Em várias situações era possível notá-lo um pouco perdido, sem saber exatamente onde se posicionar.
No meio, o Vinícius Pacheco ameaçou jogar bem no começo do primeiro tempo, mas decepcionou. O Kleberson começou ligado no jogo, mas errou passes e foi corretamente substituído no segundo tempo. Fierro e Petkovic melhoraram um pouco, mas o time a essa altura, no segundo tempo, perdendo por 2x1, pareceu desorganizado em campo. E aqui volto à cabeça de área. O time parecia dividido, nesse setor, como Willians para um lado e o Alvim para o outro, ficando o buraco no meio, expondo a zaga.
O Love seguiu o ritmo do time, no primeiro e no segundo tempo. Já o Adriano teve duas jogadas que mostram o quanto ele é diferente. No resto, porém, foi lento, fominha, horroroso.
No final das contas, o primeiro tempo foi bem melhor do que o jogo contra o Caracas e o segundo tempo horroroso. O problema é que dessa vez pegamos um adversário que nos exigiu de verdade, ao contrário dos anteriores.
O Universidad de Chile é aquele típico time de Libertadores. Pra falar a verdade, tem toda a cara de time argentino, apesar de ser chileno. São rápidos, objetivos, aplicados taticamente, ligados no jogo noventa minutos. Qualquer vacilo resulta em situação de perigo.
Não pensem com isso que estou dizendo que é o Boca Juniors da terra da Concha Y Toro. Pelo contrário, não tem um craque no time, mas apenas aqueles bons jogadores, que tocam de primeira, jogam em velocidade, sempre verticalmente, objetivamente, visando o ataque.
A atuação no segundo tempo foi preocupante; não pelo adversário, que é enjoado mesmo, mas pelo amontoado, pela desorganização que o time mostrou.
Agora é VENCER no Rio de Janeiro porque não podemos nem pensar em não ficar em primeiro lugar.
Na minha opinião, precisamos de um volante de verdade (se possível um reserva também), um bom reforço para a zaga e um atacante reserva digno. Isso para seguirmos com segurança a partir das oitavas.
Petkovic. Outra novela?
Segundo o Eric Faria, na Rede Globo, ao vivo, o Petkovic teria perguntado a ele: "por que você está perguntando?" (Quem vai sair)
Lamentável. Execrável. O oposto da boa atuação que ele teve em campo e um desrespeito público com o treinador, incompatível com a posição que o jogador ostenta com a torcida, com a sua história no clube e com a importância da competição Libertadores da América.
Lamentável também, contudo, é saber, pelo Painel FC da Folha de São Paulo, que a diretoria pretende propor ao Petkovic uma redução de salário. É uma evidente provocação e mais uma tentativa de forçar a saída do jogador. Por que as coisas não são feitas às claras? Será que falta coragem a alguém na diretoria? Por que tem que ser tudo na base da birra, ao invés de se tomar alguma decisão definitiva a respeito, seja ela qual for? Para que essa babaquice toda?
Desse jeito vamos mal. Parece que as duas partes não conseguem deixar para trás o que aconteceu e pensar primeiro no Flamengo. Vamos torcer para que não venha a ser mais uma novelinha de quinta categoria.
Gostaria de contar com o Petkovic, mas também com diretores, todos com inteligência emocional.
Boa noite e SRN a todos.