| Danilo sobe para cabecear e marcar o gol do título do Flamengo em Lima |
Salve, Buteco! Tudo começou na noite de terça-feira, 18 de novembro, quando chegou a mim mais uma propaganda de voo fretado pelo Flamengo para conselheiros com destino a Lima, para assistir à final da Libertadores da América, edição 2025. O pacote incluía passagem e ingresso. O clube, portanto, cuidaria de toda a intermediação com a companhia aérea e a Conmebol (ingressos), bastando o depósito, a vista, do valor cheio correspondente a esses dois serviços. Seria possível indicar um dependente não-sócio, com o respectivo custo adicional.
A propaganda, como expliquei, já tinha passado várias vezes pelos meus contatos oficiais com o clube, mas até aquela noite eu não havia cogitado seriamente de ir, por razões financeiras. Minha esposa já havia me incentivado várias vezes e repetia não entender o porquê de eu não ir. Mas eu ainda hesitava.
Talvez tenha sido a liderança após o jogo contra o Sport, em Recife, não sei. De repente bateu o comichão e eu tomei a decisão, claro que com o apoio da Patroa, inclusive para levar a primogênita, disponível para a viagem.
Horas depois de haver confirmado a ida, porém, veio o primeiro cutucão da realidade: minha carteira de identidade é a mesma desde os 18 anos de idade e o meu passaporte estava vencido. E eu ainda precisava reservar hotel!
Faltavam 11 dias para a decisão.
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Como é que arruma hotel em um preço minimamente "pagável" faltando uma semana para a viagem? É uma pergunta que certamente não se faz quando, sem qualquer planejamento, resolve-se fazer uma viagem internacional em cima da hora. Lida-se com as consequências da decisão na hora de tentar encontrar um quarto.
Foi osso, só isso que posso dizer. Todo mundo falando para "reservar hotel em Miraflores", porém os preços... Encontrei um quarto por um preço decente em um hotel de bom nível e simplesmente vi a vaga ser tomada enquanto pesquisava minimamente sobre o estabelecimento. As outras opções eram simplesmente extorsivas. Tudo dolarizado, coisa para milionário.
Era o sonho da viagem indo pro caralho antes mesmo de começar.
Inspirado na virada de 2019, porém, resolvi não desistir. E tome pesquisa, uma depois da outra, apagando cookies, zerando o aplicativo, coisa e tal. Até que, subitamente, aparece um hotelzinho em San Isidro, segundo bairro mais cotado de Lima. Naquela altura, o dedo estava "nervoso" e reservei sem pensar duas vezes. Barato não foi, mas em compensação estava muito menos caro do que as opções que restavam até o minuto anteror.
A hospedagem estava garantida.
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Reservado o hotel, faltava "apenas" o documento para circular no Peru. Após muitos telefonemas e pesquisas na Internet, percebi que a nova carteira de identidade demora semanas para chegar. A solução teria que ser um passaporte de urgência e eu teria que tabelar com o simpático Departamento de Polícia Federal para marcar esse gol e obter o documento.
Não precisou de muita conversa. Eles não divulgam para evitar o caos por excesso de demanda, mas é possível obter com relativa facilidade o passaporte de urgência, comparecendo pessoalmente ao setor. A PF, nesse quesito, gosta do jogo bonito e ofensivo, facilitando a vida de quem preza pelo futebol bem jogado.
Rolou aquela expectativa e o gol só saiu no minuto 42 (24 ao reverso), ali colado no 43: o passaporte chegou na segunda-feira, 24/11, meu aniversário, antevéspera do embarque.
Tudo começava a clarear.
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Quarta-feira, 26/11. Dia do Embarque.
O pacote que adquiri incluía um voo (fretado) da Azul que saída de Campinas, no Aeroporto de Viracopos. Os voos que partiam do Rio de Janeiro já haviam sido esgotados. Uma boa notícia, dado que meus pais, a despeito de serem cariocas da gema (assim como eu), hoje residem na Princesa do Oeste. Então, para além de embarcar rumo a Lima, aproveitei para dar aquela comparecida na casa de Papai e Mamãe, Vovô e Vovó no caso da Filhota.
Só energia positiva e rubro-negra.
Após aquele almoço na casa da Mamãe, partiu Viracopos. Na bagagem, não podia faltar a saudação ao nosso patrono, para que nos abençoasse durante a viagem:
Chegando próximo ao portão de embarque, começavam a se aglomerar os companheiros de viagem da família rubro-negra.
No voo estavam o ex-presidente Luiz Augusto Veloso (pensei em abordá-lo, mas desisti), Marcelo Nuba, o "Anjinho", e Bruno Nin, o colecionador de Mantos Sagrados, dentre as figuras mais conhecidas.
O voo foi tranquilo, sem turbulências. Clima ótimo entre passageiros e comissárias de bordo. Pena que não teve wi-fi, mas há males que vêm para o bem. Dormi como uma criança sobre a Cordilheira dos Andes.
Aterrisando em Lima, o primeiro obstáculo, antes mesmo da defesa do Palmeiras: La Migra. Nada de complexo. A fila é que era muito grande.
Já era início de madrugada da quinta-feira.
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Quinta-Feira, 27/11. Encontro com a Nação em Lima
O café da manhã deu a tranquilidade que faltava em relação ao hotel, o qual se revelou modesto, embora confortável, na acomodação. Muitos itens da culinária local, acompanhados de outros indispensáveis em qualquer estabelecimento hoteleiro, permitiram uma refeição reforçada.
Conheci outros rubro-negros e alguns palmeirenses. Os torcedores rubro-negros (mais numerosos) e alviverdes formavam a esmagadora maioria dos hóspedes, prova incoteste da importância do evento para a economia local.
Lima tem suas peculiaridades. Para quem está acostumado com o Brasil, seu clima seco não tem nada a ver com o típico de Mata Atlântica do litoral Brasileiro. É como se fosse um deserto à beira-mar. Lá não chove desde o início da década de 1970 e, em razão disso, as casas não possuem telhado, mas apenas lajes, como demonstra o vídeo abaixo:
Chegara o momento de começar o tour. Partiu Shopping Larcomar!
O vídeo abaixo dá uma ideia da peculiar beleza da cidade e da algazarra que a torcida do Flamengo já aprontava, além da sua ampla superioridade numérica em face da rival:
O Larcomar, porém, já era nosso, assim como o restante da cidade. A torcida do Flamengo não quis saber de nada e tomou a capital peruana para si. Naquela semana, a ordem local foi subvertida e mandada para as cucuias.
O almoço foi na Trattoria Mambrino, onde comi um dos filés mais saborosos da minha vida, com fetuccine e espinafre. Apesar da cantina ser italiana, o único hino tocado (pela administração) foi o do Flamengo e a torcida cantou alto dentro do restaurante!
No shopping ainda foi possível comprar um agrado para a Patroa e assistir ao belíssimo pôr-do-sol.
Lima nos acolhia com boas-vindas no mais alto estilo.
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Sexta-feira, 28/11. Explorando Lima e o Esquenta para a Grande Final
Lima é cultura e cultura peruana é cultura Inca. Maria Laura, minha companheira de viagem, escolheu o Museu Arqueológico Rafael Larco Herrera para uma imersão no passado do continente sul-americano. Eis algumas fotos da visita:
Cumprida a agenda cultural, era hora da imersão na culinária local. Na companhia da minha fiel escudeira e dos meus amigos Diogo e Arbac Apuhc, rumamos ao Teminal Pesquero Cevichería Miraflores, sito à Av. José Larco, 636, Miraflores.
Não me lembro especificamente do nome desse prato, mas era um ceviche misturado com outras iguarias da costa limenha, uma das refeições mais prazeirosas que tive a oportunidade de ter.
Até por não estar muito longe, terminamos o dia naquele que seria um dos grandes "points" da Nação Rubro-Negra daquela semana gloriosa: o Shopping Larcomar (o outro foi a Calle das Pizzas), lotadaço de rubro-negros.
Fomos cedo para o hotel. Era preciso salvar energias para o dia da grande final.
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Sábado, 29/11. Final da Copa Libertadores da América/2025, no Estádio Monumental de Lima
No caminho para o Monumental, conhecemos um outro lado de Lima. Distante dos luxuosos bairros de Miraflores e San Isidro, a periferia tem mais aquele jeito de povo, como estamos acostumados nos grandes centros e capitais brasileiras. À medida em que nos aproximávamos do estádio, um corre-corre aqui, outro acolá. Leves choques de torcida, mas nada, porém, que tenha chegado a assustar.
O transfer saiu cedo e pudemos chegar com o Monumental ainda vazio. No caminho, alguns registros em homenagem ao nosso anfitrião, o Club Universitario de Deportes:
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Domingo, 30/11, e Segunda-Feira, 1/12 (Madrugada). Enterro dos Ossos (Suínos) e Retorno
Em companhia do meu amigo Arbac Apuhc e da minha fiel escudeira, dei um rolê na Cale das Pizzas, que estava, porém, "mortinha" durante o dia. Rumamos então ao meu point preferido, o Shopping Lamarca.
Era hora de dizer adeus e obrigado a Lima e ao Monumental.
Até a próxima!
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Promessa cumprida, César e Lucas!
Espero que tenham curtido o Diário de Lima!
Tenham uma semana abençoada, repleta de paz.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.


