Olá Buteco, bem-vindos!
O Flamengo é eneacampeão brasileiro! Venha testar seus conhecimentos no nosso quiz pós-conquista.
Informe aí no sistema de comentários quantas acertaram!
Forte abraço a todos e Saudações RubroNegras!!!
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Salve, Buteco! Nosso próximo adversário, pelo "Derby das Américas" da Copa Intercontinental da FIFA, uma espécie de quartas de final do torneio, será, como todos já sabem, Club de Fútbol Cruz Azul S.A. de C.V., ou Cruz Azul, do México, um dos maiores do futebol daquele país, e que foi fundado em 1927, na cidade de Jasso, posteriormente renomeada de Ciudad Cooperativa Cruz Azul, no Estado de Hidalgo, pela empresa cimenteira Cooperativa La Cruz Azul.
A História desse clube chama a atenção primeiramente porque envolve muitas mudanças importantes, tanto de cidade-sede, como de estádios. Sem campanhas de destaques até então, a Cooperativa Cruz Azul resolveu construir o Estadio 10 de Deciembre (hoje com capacidade para 17.000 pessoas) ainda na "cidade natal" do clube, em 1960. Alguns anos depois, na temporada 1963/1964, conseguiu o acesso para a primeira divisão e o primeiro título na elite do futebol mexicana viria na temporada 1968/1969.
Começava, então, a "Era de Oro" do clube, que desde então até o final dos anos 70 converteu-se no maior ganhador da principal competição do país. Atribui-se todo esse sucesso à decisão da "directiva cementera" de mudar a sede do clube da Ciudad Cooperativa para o Distrito Federal ou Cidade do México. La Máquina Celeste começava, então, a se converter em um dos clubes mais populares do país.
Não encontrei nenhuma pesquisa de tamanho de torcidas no México (destaques para as encuestas Nielsen e Mitofsky) que não colocasse o Cruz Azul como a terceira maior hinchada do país, atrás apenas de América e Chivas Guadalajara, contando com expressivos 14,6% da preferência nacional, em um país cuja população é estimada em torno de 129,5 milhões de habitantes, o que equivale a quase 19 milhões de torcedores, números compatíveis com os da terceira e quarta torcidas do Brasil (São Paulo e Palmeiras).
Trata-se, portanto, de um grande mexicano, muito popular e vencedor tanto na Liga MX (9 títulos), como também na Champions League da CONCACAF (7 títulos). E como infelizmente acontece com muitos clubes desssa grandeza, já foi vítima da política e de apropriação de grupos criminosos. Nas palavras do jornalista Lúcio Castro para o Lance!, em matéria publicada recentemente, na última sexta-feira, 5 de dezembro, "o adversário do Flamengo (...) tenta se desvincular da fama de longa manus e lavanderia do narcotráfico."
Chocados? Então leiam mais um pouco da matéria:
Futebol mexicano teve escândalo envolvendo Cruz Azul
Em 2020, o escândalo de envolvimento dos proprietários do Cruz Azul com o narcotráfico chegou a levar a Unidad de Inteligencia Financiera (UIF) a bloquear as contas da Cooperativa La Cruz Azul, do grupo da fábrica de cimentos que patrocina o clube. Hoje, 99% do clube pertencem a cooperativa e o 1% restante da "Cementos Cruz Azul". No fim, as mesmas mãos.
As contas do clube chegaram a ficar congeladas também na ocasião.
Algumas dessas denúncias falavam em associação de ex-dirigentes do patrocinador do Cruz Azul com o Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG), hoje o principal e mais temido do país, que tem aparecido em alguns momentos associado ao PCC.
Num drama que nos faz lembrar a célebre frase de Porfírio Diaz, que comandou o país em diferentes momentos entre o final do século XIX e início do XX: "Pobre México, tão longe de deus e tão perto dos Estados Unidos". País maior consumidor e razão de ser do narcotráfico mexicano.
Acredito que esse resumo sobre o Cruz Azul mostre que o Flamengo não enfrentará nenhum infante do futebol, nenhuma virgem vestal. Será um choque com um clube muito grande, "nem um pouco inocente", o que precisa ficar bem claro.
É claro, da mesma forma, que o futebol mexicano, em tese, está tecnicamente abaixo do brasileiro. Contudo, e convenhamos, não se trata de uma distância abissal. Basta lembrar as dificuldades que a Seleção Brasileira sempre encontra quando enfrenta a Mexicana, além das boas campanhas que clubes como o próprio Cruz Azul e seus rivais América e Chivas Guadalajara já fizeram na Libertadores da América.
Os Celestes já chegaram, inclusive, a vencer o Boca Juniors de Carlos Bianchi e Juan Román Riquelme, em La Bombonera (1x0), na final da Libertadores/2021, após perderem no Estádio Azteca pelo mesmo placar, diante de um público de 115.000 espectadores, para depois sucumbirem na disputa de pênaltis (1x3).
Muito próximo em nível de investimento, até porque, desde sua formação, adotou o profissionalismo empresarial na constituição das equipes e não o modelo associativo do futebol brasileiro e do argentino (por exemplo), o futebol do México, porém, sofre com a insularização na América do Norte e com a falta de rivais competitivos para se desenvolver ainda mais, o que, todavia, como vocês puderam perceber, nunca impediu os clubes mexicanos e o próprio Cruz Azul de serem rivais bastante competitivos.
Peço, entretanto, que os mais aflitos se acalmem, pois não acredito que nada remotamente semelhante ao que aconteceu com o Botafogo ano passado, quando perdeu por 3x0 para o Pachuca, também do México, dias após a final da Libertadores, ocorrerá com o Flamengo na próxima quarta-feira.
Primeiro, porque o time assegurou com uma rodada de antecedência o título brasileiro e, portanto, pôde viajar com tranquilidade para o Qatar, onde será disputado o torneio. Dará tempo inclusive para treinar um bocadinho antes do jogo.
Segundo, porque nosso rival não teve a mesma benesse do calendário e disputou um ferrenho duelo contra o Tigres pela semifinal do Apertura na madrugada deste domingo, tendo empatado por 1x1 (jogo de ida mesmo placar, na última quarta-feira) e sido eliminado da competição.
Terceiro, porque, para além do enorme desgaste mais recente, ainda teve o infortúnio da contusão de um de seus principais zagueiros, que teve uma fratura exposta no tornozelo ao pisar em falso no gramado. Logo, é um adversário que, apesar de forte, está física e mentalmente cansado, além de psicologicamente abalado por todos esses eventos.
Por fim, quanto à parte tática, o excelente Raphael Rabello, do Falando de Tática, mostra que o Cruz Azul não assusta quanto a esse quesito, pois "aglutina muitos atletas perto da zona da bola, oferecendo o lado oposto aos adversários. Inversões encontrando pontas e laterais em situação de 1x1 podem machucar o time mexicano", como mostrou neste vídeo no Twitter.
A análise competa está neste vídeo no YouTube, da qual destaco o trecho no qual o analista tático demonstra que o adversário abusa dos passes longos, não trabalha bem a bola e ainda tem enormes dificuldades para finalizar a gol.
Quando a gente pesquisa sobre o treinador do Cruz Azul, tudo passa a fazer sentido. Trata-se do argentino Nicolás Larcamón, que dirigiu o Cruzeiro por cerca de 4 meses e não deixou saudades, tendo sido demitido após a eliminação na Copa do Brasil para o Sousa/PB e a derrota no primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro.
Então, por todo esse contexto, muito embora respeitando muito esse grande adversário, estou bastante confiante na vitória.
Pensam da mesma forma?
Tenham uma semana abençoada.
A palavra, como sempre, está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.
Campeonato Brasileiro/2025 - Série A - 38ª Rodada
Sábado, 6 de Dezembro de 2025, as 18:30h (USA/ET 16:30h), no Estádio José Maria de Campos Maia ou "Maião", em Mirassol/SP.
Mirassol: Walter; Lucas Ramon, João Victor, Jemmes e Reinaldo; José Aldo, Danielzinho e Shaylon; Negueba, Renato Marques e Carlos Eduardo. Técnico: Rafael Guanaes.
FLAMENGO: Dyogo Alves; Daniel Sales, Iago, João Victor e Johnny; Evertton, Pablo Lúcio e Guilherme; Michael, Wallace Yan e Douglas Telles. Técnico: Bruno Pivetti.
Arbitragem: Lucas Casagrande (AB/PR), auxiliado por Nailton Júnior de Sousa Oliveira (FIFA/SP) e Andrey Luiz de Freitas (CD/PR). Quarto Árbitro: Arthur Gomes Rabelo (AB/PR). Quinto Árbitro: Gustavo Rodrigues de Oliveira (AB/SP). Inspetor: Regildenia de Holanda Moura (Assessor/CBF/BR). Assessor: José Antonio Chaves Franco Filho (Assessor/CBF/RS). Árbitro de Vídeo (VAR): Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro (VAR-FIFA/RN). Assistentes VAR (AVAR) 1 e 2: Helen Aparecida Gonçavels Silva Araújo (AB/MG) e Jonathan Benkenstein Pinheiro (CD/RS). Observador de VAR: Márcio Eustáquio Sousa Santiago (Assessor/CBF/BR). Quality Manager: Fábio Filipus (Assessor/CBF/PR).
Transmissão: Prime Video (streaming).
Salve, Buteco! Olha ela aí! A Copa Intercontinental (ou Copa Europeia/Sul-Americana) está de volta trazendo consigo o inevitável debate sobre "se é ou não Mundial". E como o debate só ganhou relevo porque o campeão da Libertadores/2025 é o Flamengo, o clubismo impera em uma significativa parte das análises que circulam pelas redes.
Para começar a conversar a respeito desse assunto, acho importante falar um pouquinho sobre uma das minhas musas prediletas, a velha Intercontinental e o seu enorme peso esportivo.
Tudo se inicia a partir do seu caráter oficial. Sim, oficial, eis que era uma competição promovida por duas entidades, a Confederação Sul-Americana de Futebol ou CONMEBOL e a União das Associações Europeias de Futebol - UEFA.
Neste tópico, uma imagem vale mais do que mil palavras:
Competição oficial, como se pode ver. Logo, a oficialidade dessa antiga competição é a primeira caracterísitica que a define como um Mundial, eis que, quando de sua criação, as demais confederações (CONCACAF, CAF, AFC e OFC) sequer haviam sido instituídas ou não apresentavam competitividade mínima para enfrentar o futebol sul-americano e o europeu.
Criou-se, enfim, uma competição intecontinental oficial para clubes das duas entidades que efetivamente tinham competitividade esportiva para disputar e conquistar uma Copa do Mundo.
Mundial, portanto.
Por sinal, há tempos a FIFA reconheceu a antiga Intercontinental como Mundial de Clubes e esses títulos, já há alguns anos, são oficialmente (novamente a palavrinha) reconhecidos pela entidade como sendo da categoria Mundial de Clubes ou Interclubes.
Ainda assim, apresentarei a seguir duas provas do peso esportivo da Velha Intercontinental e de sua autenticidade substancial como competição equivalente a um Mundial de Clubes, comprovando o que acabei de firmar logo acima.
***
A primeira delas é o desempenho dos clubes da CONCACAF na antiga Copa Interamericana, disputada entre os campeões da Libertadores e da Conca Champions entre os anos de 1969 e 1998, muito embora com muitas interrupções (anos nos quais não foi disputada).
No total de 18 edições, os clubes da CONCACAF só venceram 4 delas, sendo 3 vezes pelos mexicanos - América (2 vezes) e Pumas. O outro a conquistar o título foi o norte-americano DC United, que venceu o Vasco da Gama, único brasileiro na História a disputar a competição (risos liberados).
Logo, historicamente, sempre foi exceção a prevalência da CONCACAF sobre a CONMEBOL no confronto direto.
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Minha segunda prova é o desempenho de todas as outras confederações no Mundial da FIFA, que sucedeu a velha Intercontinental, porém ampliando a competição com a inclusão das demais confederações - CAF, AFC, OFC e CONCACAF.
Num total de 20 edições, os representantes da CONMEBOL e da UEFA só não decidiram entre si em 6 ocasiões:
2010 - Internazionale 3x0 Mazembe (CAF/Congo)
2013 - Bayern de Munique 2x0 Raja Casablanca (CAF/Marrocos)
2016 - Real Madrid 4x2 (prorr.) Kashima Antlers (Japão/país sede, vinculado à AFC)
2018 - Real Madrid 4x1 Al Ain (AFC/Emirados Árabes Unidos)
2020 - Bayern de Munique 1x0 Tigres UANL (CONCACAF/México)
2022 - Real Madrid 5x3 Al-Hilal (AFC/Arábia Saudita)
Alguém dirá que, como a UEFA e a CONMEBOL tinham vagas cativas na semifinal, conforme sorteio realizado antes da competição na montagem das chaves da tabela, essa regra deixava as demais confederações em nítida posição de desvantagem.
Observem que, na prática, a discussão é pouco relevante em relação aos europeus, que jamais perderam uma disputa na semifinal e conquistaram a expressiva maioria dos titulos nas finais. A questão está nos confrontos entre a CONMEBOL e as demais confederações.
O histórico da competição mostra que, a partir de 2016, na definição do rival do representante da UEFA na final do Mundial, as outras confederações revezaram entre si, porém alternando ano a ano com a CONMEBOL. É perceptível a evolução do futebol no âmbito das demais confederações, apesar de os números globais não assegurarem que já conseguiram alcançar o patamar da CONMEBOL.
Ainda que a distância não mais exista, o que sempre definiu os confrontos foram a qualidade e a competitividade e não a vaga cativa em uma das semifinais. Afinal de contas, foram 14 vitórias em 20 cruzamentos, como expus mais acima. Números incontestáveis, na minha singela opinião, em que pese a inegável evolução das demais confederações.
Tanto é verdade, que também foram representantes da CONMEBOL os únicos a furar a hegemonia dos clubes da UEFA nas finais do Mundial de Clubes - o São Paulo em 2005, o Internacional em 2006 e o Corinthians em 2012.
Portanto, a objetividade dos números inegavelmente reforça o peso e autenticidade da Velha Intercontinental, disputada apenas entre CONMEBOL e UEFA, como Mundial de Clubes antes da assunção da competição pela FIFA.
A seu turno, a participação das demais confederações a partir do Século XXI e sua evolução de dez anos para cá apenas fortaleceu a competição, definindo seu caráter mundial.
A compreensão desse contexto será importante na avaliação do peso da recém-criada Copa Intercontinental da FIFA.
***
Um breve parêntesis.
Vocês sabem como eu valorizo essas competições internacionais e uma das maiores dores que já senti como torcedor do Flamengo foi a derrota para o Al-Hilal (2x3) na semifinal do Mundial de Clubes/2022, disputado em 2023 por conta da realização da Copa do Mundo de Seleções no Catar no final de 2022. Vale lembrar que não era o Al-Hilal do Mister Jorge Jesus, recordista do Guiness e etc., mas uma equipe comandada pelo bravíssimo Ramón Díaz (com todo o respeito).
Minha absoluta indignação foi expressada no post Internacionalização da Marca, publicado dois dias depois, com Jason e tudo. Definitivamente, a era paquidérmica do nosso Departamento de Futebol não deixou saudades.
Essa derrota, não tenho dúvidas, até porque não acredito em coincidências, foi a gota d'água para a FIFA "rebaixar" a CONMEBOL e retirar a vaga cativa da entidade, que passou a disputar o Mundial em pé de igualdade com todas as outras, à exceção da UEFA, que manteve o privilégio da vaga cativa no mais recente formato.
Parêntesis fechado.
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O Mundial de Clubes remodelado na primeira década do Século XXI, do qual extraí os números que expus mais acima, inegavalmente representou um torneio mais democrático e inclusivo.
Nada mais justo, pois é a partir da competição direta com os mais fortes que quem está em desenvolvimento tem mais chances de evoluir. Logo, se criticamos competições como a Liga das Nações da UEFA, que isola as seleções europeias e evita os confrontos diretos com a América do Sul, a mesma lógica deve prevalecer em relação às demais confederações.
Todavia, depois de 20 edições, em 2023 a FIFA resolveu implodir esse modelo e, para além de criar a Copa do Mundo de Clubes em formato idêntico ao das Copas do Mundo de Seleções, remodelou o seu Mundial anual, batizando-o de Copa Intercontinental, ainda que mantendo o formato ampliado do Mundial de Clubes.
Ou seja, apesar do nome Intercontinental, as demais confederações continuam a participar, mas a partir de agora em pé de igualdade com a CONMEBOL. A vaga cativa, dessa vez na final, continuará tão-somente com a UEFA.
Nessa nova diagramação, a AFC, a CAF e a OFC se enfrentam em um lado da chave, ao passo que a CONMEBOL e a CONCACAF se cruzam em outro, neste último caso equivalendo à volta da também antiga Copa Interamericana, porém com um nome diferente. O confronto do lado oriental recebeu o nome de Copa África-Ásia-Pacífico, enquanto a Velha Interamericana (CONMEBOL x CONCACAF) foi rebatizada de Derby das Américas.
Os vencedores desses confrontos disputarão, numa fase batizada de Copa Challenger (poderiam ter feito bem melhor na escolha do nome), o direito de enfrentar o representante da UEFA na final da Copa Intercontinental da FIFA.
Em 2025, o vencedor da Copa África-Ásia-Pacífico já foi definido e é o Pyramids do Egito (CAF), que bateu o Auckland City (OFC) da Nova Zelândia por 3x0 e o Al-Ahli da Arábia Saudita (AFC) por 3x1, ao passo que o Derby das Américas será disputado entre Flamengo, campeão da Libertadores/2025, e o campeão da Conca Champions, o Cruz Azul do México.
Surge então a pergunta: diante da Copa do Mundo de Clubes, a Copa Intercontinental da FIFA, sucessora do Mundial de Clubes disputado a partir da primeira década do Século XXI, pode ser considerada como um Mundial de Clubes?
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Não existe nenhum sentido em negar o patamar de "Mundial" a uma competição a qual, ainda que com algumas mudanças de formato, sempre foi tratada anualmente como tal, desde o longínquo ano de 1960. Trata-se, portanto, de nada menos do que 63 anos de tradição (!), que não podem simplesmente ser ignorados ou jogados no lixo, de um dia para o outro.
É claro que, adotada essa premissa, precisamos resolver o dilema da evidente hierarquia que se estabeleceu entre coexistência desta competição com a Copa do Mundo de Clubes, a ser disputada quadrienalmente por muito mais equipes e cuja primeira edição ocorreu no corrente ano de 2025, tendo sido conquistada pelo Chelsea, da Inglaterra.
No futebol, acredito que não exista qualquer paralelo que sirva como referência para essa comparação; contudo, se ampliarmos a busca para outros esportes, encontraremos o paradigma no voleibol, segundo esporte de preferência nacional no Brasil.
A Federação Internacional de Voleibol, em 1990, criou uma competição anual denominada Liga Mundial de Voleibol (replicada em 1993 no feminino com o nome de Grand Prix), que foi disputada até o ano de 2017, quando foi sucedida pela Liga das Nações de Voleibol Masculino, disputada, também anualmente, desde 2018 até os dias de hoje.
É interessante observarmos pelo menos um ponto de interseção com o primeiro sistema de disputa da Velha Intercontinental e, também, com o da antiga Interamericana. É que os jogos da fase classificatória da antiga Liga Mundial de Voleibol (e do Grand Prix) eram disputados nos diversos países das seleções participantes, tal como ocorria no sistema de ida e volta das Velhotas do Futebol. A disputa da Liga Mundial/Grand Prix em um só país-sede ocorria apenas na fase final.
Mas não nos prendamos muito a detalhes irrelevantes para os debates de hoje, já que o sistema de disputa não é o ponto a ser destacado nessa analogia, e sim o fato de que a competição sempre foi anual, tal qual o Mundial de Clubes da FIFA, e coexistiu harmonicamente com uma competição de hierarquia superior, chamada de Jogos Olímpicos ou Olimpíadas, disputada a cada quatro anos, tal qual ocorrerá com a novata Copa do Mundo de Clubes.
É fácil perceber a semelhança, concordam?
Ninguém deixou de ser campeão mundial ao vencer a Liga Mundial de Voleibol, o Grand Prix ou a Liga das Nações de Voleibol, mas todo mundo considera a medalha de ouro olímpica, disputada a cada quatro anos, esportivamente mais relevante ou de hierarquia esportiva superior.
Penso que a mesma relação deve se estabelecer entre a Nova Copa Intercontinental (anual) e a Copa do Mundo de Clubes da FIFA (quadrienal). Ou seja, quem já foi campeão do mundo continua sendo e quem vencer a Intercontinental da FIFA da mesma forma o será.
Por sua vez, a contagem da Copa do Mundo de Clubes, competição de hierarquia superior, quadrienal e que começou apenas em 2025, é completamente nova e deve seguir de maneira autônoma a da tradicional competição mundial anual, anualmente existente desde 1960.
A lógica desse raciocínio, então, já foi explicada, mas existe pelo menos um motivo de ordem pragmática que os não europeus deveriam observar.
Com efeito, é importante lembrar que, no contexto atual do futebol mundial, completamente diferente do existente até o advento da Lei Bosman (vide O Mundial de Clubes - 4ª Parte - A Lei Bosman, o Fim da Intercontinental e o Mundial de Clubes da FIFA), as chances dos clubes não europeus conquistarem o título da Copa do Mundo de Clubes não são grandes, já que, como pudemos constatar nesta edição inaugural, a tendência é de, à medida em que se avança na competição, enfrentar mais de um clube europeu no caminho, aumentando exponencialmente as chances de eliminação.
Já no âmbito da Intercontinental, em que há apenas um confronto entre europeu e não europeu, na teoria tudo é possível num único jogo final de 90/120 minutos, ou até com cobranças de pênaltis. É inegável que, neste cenário, as chances dos não europeus são sensivelmente maiores, ainda que, hoje em dia, não cheguem a ser tão grandes.
Então, finalizando, penso que a Copa Intercontinental da FIFA é Mundial sim, Amigos, como sempre foi, anualmente, com outros nomes, desde 1960. Só não é do tamanho da novata Copa do Mundo de Clubes, precisamos reconhecer.
Contudo, dada a expressividade e a tradição da velha e tradicionalíssima competição, quem realmente se importa com isso?
O fato do Flamengo disputar a Copa Intercontinental da FIFA em 2025 certamente levará o debate para o lado emocional por parte de muitas pessoas. O tempo, contudo, haverá de trazer a razão, até porque, para quem não é europeu, ainda mais nos dias de hoje, não interessa muito desprezar uma valorosa e bela História de 63 anos.
***
As memórias da derrota para o Al-Hilal ainda são dolorosas e, para exorcisarmos esse fantasma, será necessário antes vencer a Velha Copa Interamericana, hoje rebatizada de Derby das Américas.
Mas sobre o Cruz Azul e o futebol mexicano eu vou deixar para falar depois de sábado, após o fechamento do Campeonato Brasileiro pelos meninos do sub-20 (e eventuais agregados) comandados por Bruno Pivetti, no jogo contra o Mirassol, no Estádio José Maria de Campos Maia ou "Maião", em Mirassol/SP.
Dado o esvaziamento do jogo, não vejo motivos para publicar o Esquenta e esse post só será sucedido pelo Ficha Técnica, que subirá por volta das 17:30h de amanhã.
Tenham uma sexta-feira abençoada.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.
Salve, Buteco! Seria 2025 uma espécie de Ano Mágico em versão sofrida? Bem, talvez seja melhor esperar o desfecho da temporada após o término da participação do Flamengo na Copa Intercontinental para que tenhamos o contexto ideal para responder essa pergunta. De qualquer maneira, 2025, para mim, estará para sempre marcado como uma temorada paradigmática sob o ponto de vista estruturante e de extracampo.
Eis os motivos:
1) Sempre defendi um Flamengo que trabalhasse sério o seu futebol, com um norte, com critérios, o que hoje talvez possa ser resumido pela expressão "projeto esportivo".
Constato que tudo isso esteve presente no Flamengo/2025, com muitos erros e numerosos pontos a serem ajustados, é verdade; com um presidente em primeiro ano de mandato, um treindor em seu primeiro ano como profissional e um diretor técnico que jamais havia trabalhado em nenhum clube com grandeza remotamente comparável à do Colossal Clube de Regatas do Flamengo.
Em comum entre eles, todavia, existiu a vontade de trabalhar sério e fazer as coisas darem certo. O resto ficou com a torcida e São Judas Tadeu. O fato é que o elenco teve um ambiente favorável para trabalhar.
2) Sempre defendi um Flamengo que se posicionasse contra ataques infames, seja por declarações, seja por esquemas de arbitragem. O Flamengo/2025, aos poucos, foi entendendo o quão importante é se posicionar no futebol profissional brasileiro.
Curiosamente, o marco foi a postura do São Paulo Futebol Clube após o verdadeiro escândalo que foi a arbitragem da partida contra o Palmeiras no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro. Parece que o episódio abriu os olhos da Diretoria do Flamengo, que passou a, sistematicamente, posicionar-se de forma contundente, não permitindo que o nosso novo vice de tudo e sua presidente "marketeira" ditassem as cartas sob o olhar bovino e complacente de todos.
Vejo, então, uma mudança positivamente impactante de postura, a qual com a mais absoluta certeza foi determinante para que o clube não emplacasse três anos seguidos sem conquistar pelo menos um dos maiores títulos em disputa no Brasil e na América do Sul.
Enxergo, portanto, um rumo a ser seguido, com muitos ajustes e correções a serem feitos, é bem verdade, só que agora podemos dizer que finalmente temos um rumo, uma direção, um norte para o futebol do Flamengo.
***
Hora de virar a chave para a Copa Intercontinental. O meu estimadíssimo amigo Carlos César não precisa se preocupar, pois as memórias de Lima serão devidamente compartilhadas ao final da temporada do Mais Querido do Brasil (e do Mundo), conforme bem sugeriu o Lucas.
Vou tentar subir um post amanhã, com o objetivo de que dure até o jogo contra o Mirassol, para o qual não pretendo subir um Esquenta, mas apenas o Ficha Técnica, pouco antes do início do jogo.
É que, para quem não sabe, o jogo foi antecipado para sábado, 18:30h, e o Flamengo viajará ao Qatar no mesmo dia, deixando o elenco sub-20, sob o comando de Bruno Piveti, com o encargo de encerrar a participação do clube no Campeonato Brasileiro.
A palavra está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.