quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Botafogo x Flamengo

  

Campeonato Brasileiro/2025 - Série A - 28ª Rodada

Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025, as 19:30h (USA/ET 18:30h), no Estádio Olímpico Nilton Santos ou "Engenhão", no Rio de Janeiro/RJ.

Botafogo: John; Mateo Ponte, Marçal, Barboza e Cuiabano; Allan e Marlon Freitas; Artur, Savarino e Santi Rodríguez; Arthur Cabral. Técnico: Davide Ancelotti.

FLAMENGORossiRoyal, LéOrtiz, LéPereire AleSandro; EverttonJorginhArrascaetaLuiAraújo, PedrSamueLinoTécnico: Filipe Luís Kasmirski.

Arbitragem: Alex Gomes Stefano (AB/RJ), auxiliado por Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa (FIFA/RJ) e Victor Hugo Imazu dos Santos (FIFA/PR). Quarto Árbitro: Lucas Paulo Torezin (AB/PR). Assessor: Kléber Lúcio Gil (Comissão Local/CBF). Inspetor: Luiz Flávio de Oliveira (Assessor/CBF/BR). Árbitro de Vídeo (VAR): Rodolpho Toski Marques (VAR-FIFA/PR). Assistentes VAR (AVAR) 1 e 2: Diogo Carvalho Silva (AB/RJ) e Diego Pombo Lopez (VAR-FIFA/BA). Observador de VAR: Alicio Pena Junior (Inspetor/CBF/BR). Quality Manager: Arnaldo Jasson Araújo Santos (Assessor/CBF/BR). 

Transmissão: Premiere (sistema pay-per-view), Record (TV Aberta) CazéTV (streaming).

Esquenta: Botafogo x Flamengo, pela 28ª Rodada do Campeonato Brasileiro/2025

 

Salve, Buteco! Finalmente, a penúltima Data FIFA de 2025 chegou ao fim. Hora de emergir de suas profundezas e voltar à superfície, na qual o Mais Querido do Brasil e do Mundo terá pela frente seu mais antigo rival esportivo, em mais uma edição do Clássico da Rivalidade, que já testemunhou diferentes fases de cada um dos seus protagonistas, mas que, hoje em dia, é marcado pelo choque entre os dois times em melhores condições financeiras Rio de Janeiro, ou seja, aqueles que recebem mais investimentos.

No caso do Flamengo, investimentos naturalmente correspondentes ao tamanho do clube e sua capacidade de gerar riquezas, decorrentes da imensidão de sua torcida, a maior do mundo. Já do lado de General Severiano, o dinheiro vem de um americano para lá de malandro, tanto que, em outros países nos quais supostamente investe, vem enfrentando muitas dificuldades e, a rigor, ninguém sabe se é mesmo tanto dinheiro assim. Donde o "supostamente", se é que vocês me entendem...

A nota triste do jogo de hoje é o gramado de plástico que o rival implantou no estádio público do qual tem a concessão graças a um ex-prefeito torcedor do clube, notoriamente conhecido por seus factóides. Nada mais típico. Afinal de contas, dos quatro maiores do Rio, o Botafogo é o de grandeza artificial, não sendo exagero chamá-lo de uma espécie factoide do ex-Clube dos Treze, até porque (é a História que conta), a rigor, o clube havia sido rebaixado no Brasileirão/1986.

Pouco se fala no assunto, já que sempre foi um dos clubes mais protegidos pela mídia.

Mas vamos falar sobre o jogo, já que nada disso entrará em campo hoje à noite.

***

Nos comentários ao post da segunda-feira, fiquei impressionado com o número de butequeiros que "já largou" a Patroa versão 2025. Seria uma mera crise passageira de relacionamento ou um divórcio real, doloroso, consciente e irreversível?

Pessoal, na minha singela opinião, ainda não dá para desistir desse mulherão empoderado, cada vez mais exigente, embora também megera e injusta, preterindo o Mais Querido por rivais que não a amam de maneira sincera e se valem das estratégias mais rasteiras e desleais na concorrência.

As duas rodadas seguintes terão confrontos diretos que definirão se alguém conseguirá se desgarrar dos demais no pelotão da frente ou se "vai ter emoção até o fim", como costuma dizer um certo narrador tricolor e anti até o âmago de sua alma.

Não é que o campeonato acabará nas próximas três rodadas; é que, considerando os rivais do Palmeiras (Flamengo e Cruzeiro), há uma chance de inversão no topo da tabela que não pode ser desconsiderada.

Fé, Amigos. E coração na ponta da chuteira.

***

Da formação que os setoristas indicam que irá a campo hoje à noite, gosto da presença de Carrascal pela direita, um jogador que pode emular grandes meias que "cortavam" da ponta para o meio que tivemos em nossa História, como Tita, Everton Ribeiro e, numa prateleira mais abaixo, Gérson.

Ocorre que os grandes times formados com a presença desses jogadores tinham laterais, também das mais diversas prateleiras, mas todos com grande capacidade de apoiar o ataque, como Toninho Baiano, Leandro, Rafinha, Isla, Rodinei e Wesley, os quais traziam a tal "profundidade" pelo lado direito.

No elenco atual, Emerson Royal é o lateral direito que possui essa característica, enquanto Varela me parece um jogador com perfil de encaixe mais propício para jogar com um ponta típico, como é o caso de Luiz Araújo ou Michael (tá vivo, SuperFili?).

Se ponderarmos que o lateral esquerdo titular, Alex Sandro, também "só apoia na boa", ou seja, não é tão intenso no apoio, eis que deciframos uma parte das causas do "efeito arame-liso" que vem dificultando as ações ofensivas do time.

Mas não é só isso. SuperFili precisa ajustar a dose de corretivos no mimizento camisa 9 do Ninho. Pedro não chegou a ser esmurrado "do nada" pelo preparador físico de uma certa comissão técnica careca, mas abrir mão dele quando a opção para o comando do ataque é o Bruno Henrique ou o Plata de falso 9, tendo ainda a "opção" de Juninho Qarabag (tá vivo, SuperFili?), é o mesmo que chamar a crise com convite formal.

É só observar os gols que Samuel Lino vem perdendo.

Não dá, né, meu estimado Mister de Coque? 

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Atenção para o horário do jogo, Pessoal: a bola rolará no Engenhão as 19:30h (Premiere, Record e CazéTV) e, em razão disso, o Ficha Técnica subirá mais cedo, por volta das 18:30h.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRNtod@s.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

VAR, Brasil, Desempenho e Desculpas

 

Salve, Buteco! No post de sábado eu falava sobre  processo de transferência de poder no que costumo chamar de "futebol dos treinadores", aquele no qual os jogadores, dentro das quatro linhas, possuem cada vez menos autonomia para improvisar e seguem orientações, até de movimentação, dos treinadores.

O Brasil, em especial, talvez seja o país que sinta mais essas mudanças, seja porque as principais características dos melhores jogadores brasileiros sempre foram a individualidade e a capacidade de improvisação, seja porque, no futebol brasileiro, o treinador tradicionalmente costuma ser o "principal culpado" quando as coisas não andam bem dentro de campo.

Paralelamente a essa transformação, o futebol moderno tornou-se ainda mais complexo com a implementação do VAR (Video Assistant Referee), na verdade uma equipe de duas a três pessoas operando a tecnologia de vídeo para rever lances. 

Então, se no "futebol antigo" já existiam muitas variáveis por conta de vinte dois atletas um trio de arbitragem e duas (depois três) substituições de cada lado, o que dizer dos dias de hoje, nos quais o número de pessoas envolvidas na arbitragem dobrou e as substituições passaram a ser cinco?

Como estamos falando em "transferência de poder" e do futebol brasileiro, é perceptível que, no Brasil, o VAR acabou se tornando um instrumento de poder e influência sobre o que ocorre dentro de campo. Não raro, os jogadores deixam de ser os principais protagonistas do espetáculo.

Com a palavra, Marcos Braz e Bruno Spindel, respectivamente, vice-presidente de futebol e diretor de futebol da gestão passada:

- As interferências entram pelos telefones. Interferência que fala se foi ou não foi, o que acha. Essa interpretação tem que ser da pessoa que está ali na hora. Vou dar até uma sugestão: entrou no VAR lá, não pode ter celular, não pode ter nenhuma comunicação lá dentro que não for a comunicação pertinente ao trabalho. (Marcos Braz)

- A gente já enviou ofício em outros momentos e não adianta. Só o que adianta é chamar para CPI, expor publicamente, dizer que é ladrão, dizer que tem assalto. Para eles respeitarem o clube, só desse jeito. Se não fizer desse jeito, não adianta. É um absurdo. O que aconteceu hoje aqui é um absurdo. A gente precisa desempenhar, merecer vencer. Eu acho que a gente mereceu um resultado melhor hoje. Se tivesse a expulsão no início do jogo, mudava completamente o jogo. O pênalti do Luiz Araújo também. Se o critério ali foi de anular a expulsão, tinha que ter dado o pênalti lá (com revisão do VAR).

A entrevista coletiva na qual essas declarações foram proferidas pode ser encontrada no YouTube (link do Uol), para quem quiser se recordar. O jogo em questão foi Bragantino 1x1 Flamengo, pela 5ª Rodada do Campeonato Brasileiro/2025, um dos jogos, dos quais me recordo, em que o Mais Querido foi mais roubado por uma arbitragem tendenciosa. 

Eis a equipe de arbitragem daquela partida (extrato do Ficha Técnica):

Arbitragem: Paulo César Zanovelli da Silva (FIFA/MG), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Guilherme Dias Camilo (FIFA/MG) e Celso Luiz da Silva (MG)QÁrbitro de Vídeo (VAR): Daniel Nobre Bins (VAR-FIFA/RS). Assistentes VAR (AVAR) 1 e 2: Flávio Gomes Barroca (RN) e Dyorgenes José Padovani de Andrade (ES). Observador de VAR: Ricardo Marques Ribeiro (MG).

O que vimos ano passado em Bragança Paulista já vinha se repetindo em outros anos, podendo-se dizer que nada mudou em 2025. A questão que se põe é: como o Flamengo pode se preparar melhor para enfrentar esse contexto? O clube não tem aliados entre os coirmãos. Vide a crise recente com a LIBRA. 

Como, então, fazer com que os altos investimentos no elenco sejam traduzidos em resultados sem que outros fatores, que não o desempenho dos adversários, sejam obstáculo para a performance esportiva? Como vencer esse processo de transferência de poder de dentro das quatro linhas para as cabines de VAR?

No post da segunda-feira passada, causei um pouco de polêmica ao afirmar que o Flamengo está deixando o Brasileirão escapar por culpa única e exclusivamente sua. Vou, então, explicar melhor o que penso a respeito do assunto.

É muito difícil competir contra tudo e contra todos, manter o foco em 100% dos jogos em um calendário insano e lidar com a cobrança muitas vezes extrapunitiva da Nação Rubro-Negra. E é extremamente injusto competir contra um rival que aparenta ter uma estrutura subterrânea operando em seu favor a partir das cabines de VAR.

Ocorre, Amigos, que se cuida de um contexto que não será alterado apenas pelo Flamengo. Logo, o Departamento de Futebol do Clube é forçado a operar com margem de erro mínima. Mas será que isso está acontecendo?

Uma contratação como a do Juninho (para repor a posição de Gabigol no elenco!), os desastres na administração do elenco nos casos Pedro e De la Cruz mostram que, para ser eufêmico, o diretor técnico José Boto passou por um longo "processo de adaptação". 

Quanto ao treinador, bem, a sua filosofia, compartilhada com o diretor técnico, é trabalhar com elenco reduzido executando um futebol total, de intensidade máxima produzindo asfixia sobre os adversários, com linhas altas abrindo espaços em sistemas defensivos fechados.

Parece haver uma certa contradição, concordam? Ou, quando menos, a importação, sem a devida adaptação, de uma tecnologia importada. Escrevendo essas mal-traçadas linhas, lembrei-me do Fiat Marea e do problema do combustível nacional, em contraste com o europeu, e os problemas que causava no motor do carro.

Já tive uma Marea Weekend linda. 160cv, 5 cilindros em linha, ronco maravilhoso. Infelizmente, a dado momento, o virabrequim foi espaço e, com ele, a paixão pela belezoca.

Abra os olhos, SuperFili. Esquema de VAR é uma coisa, desempenho e vitórias são outra...

E para terminar, voltando ao assunto inicial do post, o lado bom do que aconteceu no Morumbi no domingo retrasado foi um gigante do futebol brasileiro, o São Paulo Futebol Clube, ter sido vitimado por uma operação descarada em seus domínios.

Agora, o assunto é a pauta do momento e o Palmeiras está sendo vigiado.

Só que o Flamengo tem que jogar bola e vencer, quando menos, os próximos três confrontos. 

Sem desculpas, SuperFili...

***

A palavra, como sempre, está com vocês.

Tenham uma semana abençoada.

Bom dia e SRN a tod@s.

sábado, 11 de outubro de 2025

Reflexões Rubro-Negras (11/10/2025)

 

Salve, Buteco! Essa é a minha foto favorita do nosso Ninho do Urubu, por captar, sob um ângulo de vista panorâmica, a bucólica paisagem do bairro de Vargem Grande, no Rio de Janeiro. A área de vegetação que aparece ao fundo é um resquício de Mata Atlântica, a qual, pelo que entendi, é contígua ao Parque Estadual da Pedra Branca, unidade de conservação ambiental situada na Zona Oeste do município.

O local é absolutamente perfeito para um ambiente profissional harmônico e pacífico, por propiciar um encontro com a natureza e o isolamento do caos urbano carioca. Inspirado nestas referências, o Reflexões de hoje tentará analisar, por tópicos, o atual momento do Departamento de Futebol do Clube de Regatas do Flamengo sob uma perspectiva "mindfulness" (mente esvaziada), ou seja, sem se apegar a ideias pré-concebidas ou afetos exagerados.

Como se isso fosse possível em se tratando de futebol e do clube de maior torcida do mundo...

Mas eu pelo menos vou tentar.

***

Acredito que a maioria das pessoas, se tivesse que escrever um texto com esse enredo, começaria pelo treinador, pois é da cultura do futebol brasileiro responsabilizá-lo quando as coisas não dão certo dentro das quatro linhas. Trocar de treinador, no futebol brasileiro, é como beijar em micareta. A roda gira no frenezi do carnaval fora de época.

Só que eu resolvi começar pelo diretor técnico, pois o Flamengo, em 2025, claramente mudou os rumos do Departamento de Futebol. "Profissionalismo" é a palavra da vez. Um tanto abrangente, convenhamos, já que abrante tanto filosofia de jogo, dentro das quatro linhas, como metodologias ou processos de trabalho em todo o setor.

Ocorre que o vocábulo, por alguns breves meses, passou a ser sinônimo de cortina de fumaça, para ser bem eufêmico nas palavras, a começar quando José Boto foi tudo, menos profissional no tratamento, com a imprensa, do episódio Pedro Guilherme. E tudo piorou no "De la Cruz gate", que resultou na demissão do boquirroto chefe do setor médico.

Há males que vêm para o bem, diz o sábio ditado popular...

Boto resistiu bravamente ao ataque das piracatingas alucinadas, e acabou, depois do "Mikey Johnston gate", por fazer aceitável janela, que encorpou significativamente o elenco. Já as recorrentes fofocas no Departamento Médico esvairam-se na placidez japonesa do novo chefe do setor (ou pelo menos, atualmente, a maior autoridade do setor).

Ocorre que o Clube de Regatas do Flamengo tem uma paixão tórrida e interminável com a Crise. Um não consegue viver sem o outro. Nas profundezas da Data FIFA, o português precisa mostrar serviço. Algo saiu dos trilhos depois dos 8x0 sobre o Vitória. 

As providências precisam começar a ser tomadas pela maior autoridade do Futebol, agora um profissional executivo (ex-amadorismo). Afinal de contas, essa é a nova estrutura do Departamento de Futebol do Mais Querido do Brasil (e do Mundo).

***

Costumo enxergar futebol a partir de dois enfoques que normalmente não são valorizados pela imensa maioria da torcida. Sou defensor convicto de treinadores e, como se isso já não fosse suficiente em uma torcida que tem ódio estrutural por treinadores (no menor sinal de crise de resultados), ainda sou "calendarista", um amante da contextualização a partir do calendário.

Acho que isso pode ser bastante irritante para quem dialoga comigo e, como acho que muito provavelmente irritarei alguns de vocês nas linhas que escreverei a seguir, apresso-me em, antecipadamente, agradecer penhoradamente pela "audiência" e pela paciência que generosamente vocês me oferecem nesses longos anos de convivência.

Mas acalmem-se, por favor. Não vou santificar o nosso treinador. Sequer o chamarei de ídolo, pois sei que há, entre vocês, os que questionam severamente esse título. Melhor ainda, começarei pelos defeitos ou, pelo menos, pelo que acho que são defeitos e limitações do nosso SuperFili.

Como todo treinador novato, estagiário ou "trainee", Filipe tem suas inseguranças, as quais, na minha visão, são naturais e se manifestam por via de algumas escolhas e preferências inflexíveis. Encontrei num tuite do meu amigo @patrick_1972 que considero uma descrição muito precisa do problema:

O Filipe é DISPARADO o melhor treinador que o Flamengo pode ter. Natural errar por estar iniciando. No livro do Ancelotti ele conta que no começo era preso a um modelo e chegou a recusar craques até aprender a se adaptar aos jogadores. Cabe à direção ajudar a antecipar o processo
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Julio Cesar Penna
@pennajuliocesar
Em resposta a @patrick_1972
Não seria melhor trocar o técnico?

Já disse a vocês algumas vezes que o futebol de hoje "é dos treinadores" e cada vez mais "tático". Houve uma transferência de poder dos atletas para os jogadores, em menor escala no futebol europeu e em países com menos tradição em possuir grandes individualidades, mas certamente em muito maior escala no futebol sul-americano e, especialmente, no Brasil.

Comparei, poucos parágrafos atrás, a frequência de troca de treinadores no Brasil a beijar em um carnaval fora de época (cada hora é uma diferente) e acredito piamente que se cuida de um resquício dos tempos nos quais os entregadores de coletes não eram, salvo honrosas exceções, nada mais do que a descontraída expressão sugere.

São infindáveis os relatos, no futebol brasileiro, de jogadores ignorando o treinador e resolvendo dentro de campo. Desde o Feola dormindo no banco de reservas nos jogos da Seleção Brasileira até as estruturais derrubadas de treinadores, passando, é claro, pelo efeito vassoura nova do grupo "fechando" com o mais novo entregador, de coletes e esperanças (muitas vezes vãs).

No recente Flamengo mesmo tivemos os exemplos de Renato Gaúcho e Dorival Junior sucedendo professores professorais (com o perdão pelo pleonasmo), o primeiro quase vitorioso e o segundo exuberamentemente bem sucedido. Ocorre que o tempo desse perfil de treinador está nostalgicamente se esvaindo.

Os novos professores (Ceni, Carpini, os jovens gringos) têm um perfil bem diferente. Renato, Dorival e Cuca talvez sejam os últimos dos moicanos. Esse tipo de treinador é perfeito para o efeito vassoura nova, mas sempre apresentou limitações para estruturar um trabalho a longo ou até a médio prazo.

O ponto é (percebam) que o debate medalhão x professor tático (jovem ou experiente) vem se tornando cada vez mais bizantino. Estamos assistindo ao melancólico processo de extinção dos treinadores da velha guarda, cujo espaço vem sendo ocupado, em proporção cada vez maior, pelos estudiosos da tática, influenciados por referências como Pep Guardiola, Jürgen Klopp e outros bem cotados.

Arrisco dizer que será cada vez mais difícil trocar de treinador. Sabem aquela expressão "everything is conneceted"? Diretor técnico, modelo de jogo, perfil do treinador, scouting, mapeamento de mercado e reforços começam a formar mais do que um padrão, mas processos estruturados de maneira tão conectada que passará a ser inviável simplesmente romper com tudo e partir para uma nova direção no meio de uma temporada.

Bem, Amigos, isso é o que eu penso que acontecerá e não o que eu gostaria que acontecesse. Minha preferência, saudosa e nostálgica, é pelo futebol que vivi nas décadas de 70 e 80. Brasileiro, principalmente, mas também dos mais técnicos (sem prejuízo de táticos) sul-americanos e europeus.

Só que o vencer, vencer, vencer exige adaptação constante aos novos rumos do futebol. No futebol dos treinadores, o Clube de Regatas do Flamengo precisará deixar a adolescência tardia e amadurecer. Renunciar ao modelo micareta e começar a trabalhar sério, ingressando com os dois pés na fase adulta.

E o SuperFili nesse processo? Como fica?

Deixem-me irritar vocês só mais um pouquinho.

Eu concordo com o Patrick, lá em cima. Não vejo treinador melhor para o Flamengo, já que ele tem uma espécie de "efeito teflon" que amortece o ódio estrutural rubro-negro, dirigido a qualquer treinador quando os resultados são indesejáveis.

Ocorre que é bastante comum que uma mudança de cultura, e de paradigma, seja conflituosa, às vezes até dolorosa. Conflituosa eu acho que já está sendo. Espero que não venha a ser, também, dolorosa.

Muita coisa se definirá a partir da sequência Botafogo, Palmeiras e Racing. SuperFili está tendo, a seu dispor, algo que nenhum dos seus predecessores teve a graça de conseguir: elenco completíssimo para treinar em Data FIFA.

É hora dele, e do diretor técnico, mostrarem comando, liderança e competência. Não tenho dúvida de que SuperFili terminará o ano treinador do Flamengo, o que representará, sem dúvida, um avanço na direção da vida adulta em nível de gestão de futebol.

O pleno amadurecimento, porém, só chegará quando o clube conseguir emplacar um processo de longo prazo. Não sei se será com José Boto e Filipe. Torço para que seja, mas no frigir dos ovos, o que definirá será, como sempre, o vencer, vencer, vencer (uma vez Flamengo, Flamengo até morrer).

***


Como eu já escrevi demais, encerrarei esse texto com uma imagem que vale mais do que mil palavras.

Tenho a esperança de que o futebol brasileiro encontre o caminho da conciliação entre o improviso, o talento e a arte com o futebol tático dos treinadores.

No fundo, quem resolverá será sempre os jogadores, dentro das quatro linhas, os quais jamais deverão deixar de ser cobrados e responsabilizados, quando preciso.

Ali era só encobrir, né, Samuca?

***

A palavra está com vocês.

Bom FDS e SRN a tod@s.