segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

O Paris Saint-Germain

Salve, Buteco! O Mais Querido do Brasil enfrentará, na próxima quarta-feira, 17 de dezembro, pela final da Copa Intercontinental FIFA/2025 ou Mundial Interclubes, o notório, porém peculiar Paris Saint-Germain Football Club. Notório porque, desde a década de 90, contou com inúmeras estrelas em seu plantel, tais como George Weah, Ronaldinho Gaúcho, Zlatán Ibrahimovic, Ángel Di María, Neymar Jr, Lionel Messi e Kylian Mbappé. Peculiar porque, dentre os gigantes do futebol mundial, pode ser considerado um infante, já que foi fundado apenas no ano de 1970.

O PSG ou "Les Parisiens" ou, ainda, "Les Rouge-et-Bleu" nasceu de uma fusão entre dois clubes parisienses: o antiquíssimo, porém nada competitivo Stade Saint-Germain, fundado em 1902, e o também noviço Paris FC, fundado em 1969. Todavia, a fusão durou apenas 3 anos e já em 1973 o Paris FC voltou a seguir o seu rumo próprio, porém jamais conseguindo se igualar em tamanho e brilho com o PSG.

A fusão, de fato, trouxe benefícios para a criatura e não para o seu dissidente criador. O feito mais marcante obtido até então pelo Stade Saint-Germain havia sido as quartas de final da Copa da França na temporada 1968/1969, enquanto que o Paris FC, apesar de haver finalmente ascendido à elite na última temporada, até hoje só conquistou títulos na segunda, terceira e quarta divisões do futebol francês.

Já a criatura teve uma trajetória bem diferente, muito embora as glórias só tenham começado a ser alcançadas na década de 80. Foi a partir dela que o PSG começou a conquistar os títulos mais importantes, primeiramente a Copa da França e, num segundo momento, o Campeonato Francês, hoje chamado de Ligue 1. Até então, o clube mais forte e vencedor era o Saint-Éttiene, até hoje o segundo no ranking de títulos do "Francesão".

O futebol francês de fato tem essa característica peculiar, de revezamento de "dinastias" entre os seus maiores campeões desde a adoção do profissionalismo, em julho de 1930. Naquela primeira década, os maiores vencedores foram o SC Sète e o FC Sochaux. Na década seguinte houve equilíbrio, com múltiplos campeões, mas já na década de 50 começaram as dinastias, primeiramente com o rubro-negro Olympique de Nice ou simplesmente Nice.

Na sequência, o já referido Saint-Éttiene predominou nas décadas 60 e 70, tornando-se, como visto, o maior campeão francês, só tendo sido superado recentemente pelo próprio PSG. Seguiram-se então as dinastias do (hoje falido) FC Bordeaux, em meados da década de 80; do Olympique de Marselha, entre o final da década de 80 e início da década de 90, e do Olympique de Lyon, na primeira década do Século XXI.

Alguns clubes muito importantes no circuito francês conseguiram conquistar seus títulos de "maneira espalhada" entre várias décadas. São eles o próprio Olympique de Marselha, que teve a sua própria dinastia, e o AS Monaco, o FC Nantes e o Olympique de Lille, que jamais venceram em longas sequências.

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A História do PSG mostra que o clube foi crescendo à medida em que conseguiu se estruturar financeiramente fora de campo. Nascido no formato associativo, tendo os torcedores como proprietários, só foi começar a captar estrelas internacionais com a chegada do Canal+ ou Canal Plus, em 1991, mediante a aquisição do clube. 

A partir de então o PSG começou a conquistar vários títulos da Copa da França e também a desenvolver seu perfil internacional, com a contratação de estrelas como Raí e George Weah, tendo inclusive conquistado a Recopa da UEFA na temporada 1995/1996. Os títulos do Campeonato Francês, todavia, ainda eram escassos.

Tanto que, mesmo com a sua aquisição pela Colony Capital, em 2006, não houve conquista de resultados significativos dentro das quatro linhas para além de dois títulos da Copa da França. A chegada da Qatar Sports Investiments (QSI) no ano de 2011, entretanto, mudaria tudo para o clube, marcando o início da "Dinastia PSG", que dura até hoje e simplesmente não tem previsão de término num horizonte de curto ou médio prazo.

De fato, a partir da temporada 2012/2013, o PSG só não conquistou o Campeonato Francês na temporada 2016/2017, quando foi superado pelo AS Monaco do treinador Leonardo Jardim e de Radamel Falcao Garcia, Kylian Mbappé, Bernardo Silva, João Moutinho e Fabinho, e na temporada 2020/2021, conquistada pelo Olympique de Lille.

Na Copa da França, o predomínio também é inegável, muito embora não na mesma proporção do Campeonato Francês: desde a chegada da QSI, o PSG conquistou 8 títulos em 14 disputas, não tendo chegado à final em apenas 5 ocasiões e só sido vice-campeão em uma única oportunidade, nos pênaltis, para o Stade Rennais ou Rennes, no ano de 2019.

Nada de diferente ocorreu na hoje extinta Copa da Liga da França, disputada até 2020. Entre o ano de 2012 e o seu último ano de disputa, o PSG conquistou o título nada menos do que 6 vezes, não tendo chegado à final somente nas outras 2 ocasiões.

Faltava, todavia, o sonhado título da Champions League, o qual, curiosamente, só veio na temporada 2024/2025, quando a gestão do futebol tomou uma direção distinta daquela que ditava os rumos do clube desde a década de 90. 

Apostando no coletivo em torno da gestão do ótimo treinador espanhol Luis Enrique e abandonando as estrelas intergaláticas a partir da saída de Kylian Mbappé para o Real Madrid, o PSG atingiu a maior glória almejada pelo clube e seus torcedores a bordo de uma verdadeira "locomotiva tática" que esmaga impiedosamente os seus adversários, como prova especialmente a finalíssima contra a Internazionale de Milão, na qual aplicou um acachapante 5x0.

O PSG finalmente conquistava a UEFA Champions League.

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Uma breve nota sobre a torcida dos parisienses. Considerada a maior do país, reconhece como maior rival o Olympique de Marselha, com quem disputa, de maneira ferrenha, o chamado "Le Classique" ou "O Clássico" do país. Simplesmente não há registros relevantes de rivalidade tão acirrada com outros clubes que já exerceram o protagonismo no futebol francês. 

Contudo, talvez à semelhança do que ocorre, hoje, com Flamengo e Vasco da Gama, esportivamente as disputas não seguem o equilíbrio histórico que existiu outrora e o clube mais estruturado tem prevalecido nos embates. Desde novembro/2011, após, portanto, a chegada da QSI ao PSG, a equipe parisiense venceu 26 vezes o confronto, contra apenas 4 de seu arquirrival marselhês.

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Como vinha dizendo, foi a partir da década de 90 que o PSG começou a desenvolver o seu perfil internacional e, desde então, já participou de 11 finais internacionais, até aqui todas elas disputadas apenas contra rivais europeus. O Flamengo será o primeiro adversário "não europeu" do PSG em uma final de competição oficial.

A lista de finais oficiais internacionais da História dos Parisienses mostra, porém, que apenas recentemente o clube conseguiu finalmente frequentar com habitualidade o patamar mais alto das maiores competições da Europa e do Mundo:

1968 - Recopa da UEFA - PSG 1x0 Rapid Viena- Bruxelas (Bélgica)

1997  - Supercopa da UEFA - PSG 1x6 Juventus - Paris (França)

2º Jogo - Juventus 3x1 PSG - Palermo/Itália.

1997 - Recopa da UEFA - Barcelona 1x0 PSG - Roterdã (Holanda)

2001 - Copa Intertoto da UEFA - PSG 0x0 Brescia - Paris (França)

2º Jogo - Brescia 1x1 PSG - Brescia (Itália)

2020 - UEFA Champions League - PSG 0x1 Bayern de Munique - Lisboa (Portugal)

2025 -  UEFA Champions League - PSG 5x0 Internazionale - Munique (Alemanha)

2025 - Copa do Mundo de Clubes FIFA - Chelsea 3x0 PSG - East Rutherford (EUA)

2025 - Supercopa da UEFA - PSG 2x2 (4x3 pênaltis) Tottenham Hotspurs - Udine (Itália)

2025 - Copa Intercontinental da FIFA - PSG x Flamengo (loading...) - Al-Rayyan (Qatar) 

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E como eu ia dizendo alguns capítulos atrás, o atual PSG, comandado por Luis Enrique, é uma verdadeira "locomotiva tática", cujo volume de jogo avassalador e triturador de adversários, na minha opinião, pode ser bem traduzido nos seguintes jogos disputados em 2025:

22/1/2025 - UEFA Champions League - PSG 4x2 Manchester City - Parc des Princes

19/2/2025 - UEFA Champions League - PSG 7x0 Brest - Parc des Princes

31/5/2025 - UEFA Champions League - PSG 5x0 Internazionale - Allianz Arena (Munique)

15/6/2025 - FIFA Club World Cup - PSG 4x0 Atlético de Madrid - Rose Bowl (Pasadena/USA)

9/7/2025 - FIFA Club World Cup - PSG 4x0 Real Madrid - MetLife Stadium (East Rutherford/USA)

Vocês sabem que eu sou "calendarista" e analiso tudo, absolutamente tudo relacionado ao futebol sempre levando em conta o que acontece no calendário. Tudo na vida é contexto e no futebol não pode ser diferente.


Então é o seguinte: os parisienses tiveram um jogo bastante disputado em Bilbao, Espanha, pela Champions League, na quarta-feira 10/12, porém escalaram uma formação alternativa para vencer o Metz por 3x2, fora de casa, pelo Campeonato Francês, no sábado de 13/12.

Enquanto isso, no Qatar, o Flamengo jogava, na quarta-feira de 10/12, contra o Cruz Azul pelo Derby das Américas (2x1), e enfrentou o Pyramids do Egito pela Copa Challenger, anteontem, no sábado de 13/12, sempre com uma formação titular ou bem próxima disso.

A questão que então se põe para quem, como eu, presta muita atenção em calendário, é a seguinte: qual será o jogo do PSG após o confronto contra o Flamengo?

Resposta: Vendée Fontenay Foot x PSG, pela Copa da França, no sábado 20/12.

"Mas Gustavo, quem é Vendée Fontenay Foot na fila do pão?"

Resposta: um time da quinta divisão do futebol francês.

Não precisa ser um gênio da astrofísica ou imortal da Academia Brasileira de Letras, ou mesmo um mestre da tática, para adivinhar que, por conta dos deslocamentos em curto espaço de tempo para o Qatar e de volta para Paris, o PSG escalará um time bastante alternativo no confronto pela Copa da França, já que poucos dias antes jogará em Al-Rayyan contra o Flamengo.

Entretanto, os contextos do último adversário e do adversário seguinte do PSG após o jogo contra o Flamengo também me levam a concluir que a equipe francesa pode e, por isso mesmo, efetivamente jogará com uma formação titular e no modo locomotiva tática na final da Copa Intercontinental.

Traduzindo para um português ainda mais claro: o PSG, com os titulares, "vai acelerar pra caralho o jogo" na próxima quarta-feira, já que escalou time alternativo contra o Metz e poderá escalar até o sub-20 contra o "gigante" Vendée Fontenay Foot.

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O Pyramids do Egito foi, na minha opinião, disparado, o time mais fraco que o Flamengo enfrentou no contexto de competições FIFA desde 2019.

Não tenho a menor dúvida de que o time jogou no modo economia de energia para se desgastar o menos possível antes do confronto contra a Locomotiva Tática Francesa na próxima quarta-feira. Inclusive a imprensa europeia elogiou o fato do time ter se imposto sem precisar se desgastar.

Todavia, o xis da questão é: o que SuperFili e grande elenco poderão fazer para enfrentar o esquadrão francês no modo locomotiva tática?

Para responder essa pergunta, a palavra está com vocês.

Tenham uma semana abençoada.

Bom dia e SRN a tod@s.

sábado, 13 de dezembro de 2025

Flamengo x Pyramids

  


Copa Intercontinental FIFA/2025 - Semifinal ou Copa Challenger (Jogo Único)

Sábado, 13 de Dezembro de 2025, as 14:00h (USA ET 12:00h), no Ahmar Bin Ali Stadium, em Al Rayyan, Qatar.

FLAMENGORossiVarela, LéOrtiz, LéPereire AleSandro; PulgarJorginhArrascaetaCarrascal, BrunHenriquSamueLinoTécnico: Filipe Luís Kasmirski.

Pyramids: El Shenawy; Chibi, Marrie, Samy e Mohamed Hamdi; Lashin,Touré e Atef Otta; Ziko, Zavala e Mayele. Técnico: Krunoslav Jurcic.

Arbitragem: Abdulrahman Al-Jassim (Qatar), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Taleb Al-Marri (Qatar) e Saoud Ahmed Al-Maqaleh (Qatar). Quarto Árbitro: Juan Calderón (Costa Rica)Quinto Árbitro: Juan Carlos Mora (Costa Rica). Árbitro de Vídeo (VAR): Khamis Al-Marri (Qatar).  Assistente VAR (AVAR): Sivakorn Pu-Udom (Tailândia).

Transmissão: 
Rede Globo (rede aberta), ESPN (TV por assinatura e streaming)Cazé (YouTube)GE (streaming) FIFA+ (streaming).






sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Esquenta: Flamengo x Pyramids, pela Semifinal ou Copa Challenger da Copa Intercontinental FIFA/2025

 

Salve, Buteco! Amanhã o Mais Querido do Brasil (e do Mundo) seguirá seu caminho na Copa Intercontintental FIFA/2025 enfrentando o Pyramids FC, do Egito, pela semifinal ou Copa Challenger da competição. Cumprindo a minha promessa, dei uma fuçada e encontrei apenas uma análise tática sobre o adversário, feita pelo excelente Raphael Rabello, do Falando de Tática, neste link no YouTube.

O que mais me chamou a atenção na análise é que os armadores do Pyramids são os laterais, num sistema que o próprio analista comparou com o Flamengo da segunda metade da primeira década desse século, com Leonardo Moura e Juan. Então, o time usa muitas bolas invertidas e infiltrações desses laterais - Mohamed Chibi (destaque do time) e Mohamed Hamdy.

A Copa Challenger, a despeito do nome, e com o perdão do trocadilho, parece ser menos desafiadora do que o Derby das Américas, dado o nível em tese superior dos mexicanos em relação aos asiáticos e africanos. Ainda assim, é uma competição oficial e intercontinental dentro da Copa Intercontinental e, por isso mesmo, deve ser levada a sério, até porque vale uma vaga na final, contra o Paris Saint-Germain da França, o famoso PSG.

Futebol é onze contra onze e uma caixinha de surpresas, e qualquer time que disputa a Intercontinental está acostumado a levantar taças e a disputar decisões, mas se deixarmos a demagogia de lado concluiremos rapidamente que é jogo para o Flamengo vencer, tanto que SuperFili já adiantou que a parte física não será desculpa, exaltando o planejamento da comissão técnica e do Departamento de Futebol para a minutagem dos jogadores na reta final da temporada. 

Então, em condições normais, não há que se cogitar de um Flamengo focado e mobilizado sendo sobrepujado pela valente e voluntariosa equipe egípcia, ao contrário do que normalmente ocorre nos confrontos dos grandes brasileiros contra os grandes mexicanos, onde o cenário é de muito equilíbrio.

Não é que o jogo será moleza, mas a expectativa natural é de vitória do Flamengo, ainda que suando um bocadinho pela correria do time da terra de Cleópatra, cuja Premier League, no momento, é liderada pelo... Ceramica Cleopatra FC (podem conferir, não estou zoando).

Nos vemos então amanhã, no Ficha Técnica, que subirá já ao raiar do sol.

Sorria, Buteco! Hoje é sexta-feira e o seu time é campeão da porra toda em 2025!

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

O Pyramids FC

 

Salve, Buteco! E aí? Já tinham ouvido falar do Pyramids FC, do Egito? Se não tiverem, tudo bem, está longe de ser algum absurdo. Afinal de contas, o clube foi fundado em 2008 sob o nome de Al Assiouty Sport na cidade de Assiut, no Norte do Egito. Somente dez anos depois é que foi transferido para a cidade de New Cairo, uma das cidades satélites de Cairo, capital egípicia, após ser adquirido por um novo proprietário.

Resultado disso é que se trata de um clube com inexpressivo número de torcedores, ao contrário dos gigantes e tradicionais Al-Ahly e Zamalek, que historicamente dividem o protagonismo do futebol daquele país africano. Contudo, esportivamente, aos poucos o Pyramids vem ganhando espaço e competindo com os maiores.

Assim é que foi vice-campeão da Premier League do Egito nas temporadas 2018/2019, 2021/2022 e 2024/2025, além de conquistar a Copa do Egito na temporada 2023/2024 e a Champions League da África na temporada 2024/2025, após vencer o Mamelodi Sundowns (aquele, do grupo do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes) por 3x2 no agregado dos dois jogos da final (1x1 e 2x1).

Para chegar à semifinal ou Copa Challenger da Copa Intercontinental da FIFA, o Pyramids derrotou primeiramente o Auckland City da Nova Zelândia pelos play-offs da Copa África-Ásia-Pacífico, por 3x0, e depois, na final, o Al-Ahli da Arábia Saudita, por 3x1. 

O uniforme do time parece o do Racing de Avellaneda e, sobre o sistema de jogo, muito cuidado com o que vocês leem. Recebam com desconfiança quem disser que conhece, a não ser que seja um analista tático profissional e produtor de conteúdo.

Meu palpite, até pelo fato de terem poupado os titulares contra o National Bank pela Copa do Egito, é que apostarão numa correria desenfreada. Sabem o Al-Ahly? Então, imagino que seja algo parecido, sem a torcida fanática, mas em contrapartida sem a mesma pressão por resultados. Os egípcios certamente correrão por Alá, pelas virgens prometidas no Paraíso e por qualquer outro motivo que os leve a disputar a primeira final de Mundial Interclubes da História do futebol daquele país.

Como eu ia dizendo a vocês durante os comentários após a vitória sobre o Cruz Azul, nem pensem em ter vergonha de comemorar títulos. A Copa Intercontinental é tradicionalíssima e o novo formato logo, logo cairá no gosto do torcedor, à medida em que outras edições do torneio forem disputadas.

Não se recusa taças. Taças são conquistadas e erguidas, para desespero dos detratores, dos cretinos, dos hipócritas e daqueles que nada sabem, aos quais resta apenas a função de ficar puto, sentar e chorar.

Vou fuçar as redes hoje e ver se encontro algum conteúdo sobre o Pyramids. De qualquer modo, subirei amanhã o Esquenta e, no sábado, o Ficha Técnica.

Sorria, Buteco! Somos o primeiro clube brasileiro campeão interamericano da História!

A palavra, como sempre, está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Flamengo x Cruz Azul

 


Copa Intercontinental FIFA/2025 - Quartas de Final ou Derby das Américas (Jogo Único)

Quarta-feira, 9 de Dezembro de 2025, as 14:00h (USA ET 12:00h), no Ahmar Bin Ali Stadium, em Al Rayyan, Qatar.

FLAMENGORossiVarela, LéOrtiz, LéPereire AleSandro; PulgarJorginhArrascaetaCarrascal, BrunHenriquSamueLinoTécnico: Filipe Luís Kasmirski.

Cruz Azul: Gudiño; Sánchez, Ditta, Lira e Piovi; Márquez, Rodríguez, Rotondi, Rivero e Piovi; Fernández. Técnico: Nicolás Larcamón.

Arbitragem: Glenn Nyberg (Suécia), auxiliado pelos Assistentes 1 e 2 Mahbod Beigi (Suécia) e Andreas Soderkvist (Suécia). Quarto Árbitro: Espen Eskas (Noruega)Quinto Árbitro: Jan Erik Engan (Noruega). Árbitro de Vídeo (VAR): Fedayi San (Suíça).  Assistente VAR (AVAR): Jarred Gillett (Inglaterra).

Transmissão: 
Rede Globo (rede aberta), ESPN (TV por assinatura), Disney+ (streaming)Cazé (YouTube), GE (streaming) e FIFA+ (streaming).


terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Quiz do Enea!!!

Olá Buteco, bem-vindos!

O Flamengo é eneacampeão brasileiro! Venha testar seus conhecimentos no nosso quiz pós-conquista.

Informe aí no sistema de comentários quantas acertaram!

Forte abraço a todos e Saudações RubroNegras!!!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

O Cruz Azul

 

Salve, Buteco! Nosso próximo adversário, pelo "Derby das Américas" da Copa Intercontinental da FIFA, uma espécie de quartas de final do torneio, será, como todos já sabem, Club de Fútbol Cruz Azul S.A. de C.V., ou Cruz Azul, do México, um dos maiores do futebol daquele país, e que foi fundado em 1927, na cidade de Jasso, posteriormente renomeada de Ciudad Cooperativa Cruz Azul, no Estado de Hidalgo, pela empresa cimenteira Cooperativa La Cruz Azul.

A História desse clube chama a atenção primeiramente porque envolve muitas mudanças importantes, tanto de cidade-sede, como de estádios. Sem campanhas de destaques até então, a Cooperativa Cruz Azul resolveu construir o Estadio 10 de Deciembre (hoje com capacidade para 17.000 pessoas) ainda na "cidade natal" do clube, em 1960. Alguns anos depois, na temporada 1963/1964, conseguiu o acesso para a primeira divisão e o primeiro título na elite do futebol mexicana viria na temporada 1968/1969.

Começava, então, a "Era de Oro" do clube, que desde então até o final dos anos 70 converteu-se no maior ganhador da principal competição do país. Atribui-se todo esse sucesso à decisão da "directiva cementera" de mudar a sede do clube da Ciudad Cooperativa para o Distrito Federal ou Cidade do México. La Máquina Celeste começava, então, a se converter em um dos clubes mais populares do país.

Não encontrei nenhuma pesquisa de tamanho de torcidas no México (destaques para as encuestas Nielsen e Mitofsky) que não colocasse o Cruz Azul como a terceira maior hinchada do país, atrás apenas de América e Chivas Guadalajara, contando com expressivos 14,6% da preferência nacional, em um país cuja população é estimada em torno de 129,5 milhões de habitantes, o que equivale a quase 19 milhões de torcedores, números compatíveis com os da terceira e quarta torcidas do Brasil (São Paulo e Palmeiras).

Trata-se, portanto, de um grande mexicano, muito popular e vencedor tanto na Liga MX (9 títulos), como também na Champions League da CONCACAF (7 títulos). E como infelizmente acontece com muitos clubes desssa grandeza, já foi vítima da política e de apropriação de grupos criminosos. Nas palavras do jornalista Lúcio Castro para o Lance!, em matéria publicada recentemente, na última sexta-feira, 5 de dezembro, "o adversário do Flamengo (...) tenta se desvincular da fama de longa manus e lavanderia do narcotráfico."

Chocados? Então leiam mais um pouco da matéria:

Futebol mexicano teve escândalo envolvendo Cruz Azul

Em 2020, o escândalo de envolvimento dos proprietários do Cruz Azul com o narcotráfico chegou a levar a Unidad de Inteligencia Financiera (UIF) a bloquear as contas da Cooperativa La Cruz Azul, do grupo da fábrica de cimentos que patrocina o clube. Hoje, 99% do clube pertencem a cooperativa e o 1% restante da "Cementos Cruz Azul". No fim, as mesmas mãos.

As contas do clube chegaram a ficar congeladas também na ocasião.

Algumas dessas denúncias falavam em associação de ex-dirigentes do patrocinador do Cruz Azul com o Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG), hoje o principal e mais temido do país, que tem aparecido em alguns momentos associado ao PCC.

Num drama que nos faz lembrar a célebre frase de Porfírio Diaz, que comandou o país em diferentes momentos entre o final do século XIX e início do XX: "Pobre México, tão longe de deus e tão perto dos Estados Unidos". País maior consumidor e razão de ser do narcotráfico mexicano.

Acredito que esse resumo sobre o Cruz Azul mostre que o Flamengo não enfrentará nenhum infante do futebol, nenhuma virgem vestal. Será um choque com um clube muito grande, "nem um pouco inocente", o que precisa ficar bem claro.

É claro, da mesma forma, que o futebol mexicano, em tese, está tecnicamente abaixo do brasileiro. Contudo, e convenhamos, não se trata de uma distância abissal. Basta lembrar as dificuldades que a Seleção Brasileira sempre encontra quando enfrenta a Mexicana, além das boas campanhas que clubes como o próprio Cruz Azul e seus rivais América e Chivas Guadalajara já fizeram na Libertadores da América.

Os Celestes já chegaram, inclusive, a vencer o Boca Juniors de Carlos Bianchi e Juan Román Riquelme, em La Bombonera (1x0), na final da Libertadores/2021, após perderem no Estádio Azteca pelo mesmo placar, diante de um público de 115.000 espectadores, para depois sucumbirem na disputa de pênaltis (1x3).

Muito próximo em nível de investimento, até porque, desde sua formação, adotou o profissionalismo empresarial na constituição das equipes e não o modelo associativo do futebol brasileiro e do argentino (por exemplo), o futebol do México, porém, sofre com a insularização na América do Norte e com a falta de rivais competitivos para se desenvolver ainda mais, o que, todavia, como vocês puderam perceber, nunca impediu os clubes mexicanos e o próprio Cruz Azul de serem rivais bastante competitivos.

Peço, entretanto, que os mais aflitos se acalmem, pois não acredito que nada remotamente semelhante ao que aconteceu com o Botafogo ano passado, quando perdeu por 3x0 para o Pachuca, também do México, dias após a final da Libertadores, ocorrerá com o Flamengo na próxima quarta-feira.

Primeiro, porque o time assegurou com uma rodada de antecedência o título brasileiro e, portanto, pôde viajar com tranquilidade para o Qatar, onde será disputado o torneio. Dará tempo inclusive para treinar um bocadinho antes do jogo.

Segundo, porque nosso rival não teve a mesma benesse do calendário e disputou um ferrenho duelo contra o Tigres pela semifinal do Apertura na madrugada deste domingo, tendo empatado por 1x1 (jogo de ida mesmo placar, na última quarta-feira) e sido eliminado da competição.

Terceiro, porque, para além do enorme desgaste mais recente, ainda teve o infortúnio da contusão de um de seus principais zagueiros, que teve uma fratura exposta no tornozelo ao pisar em falso no gramado. Logo, é um adversário que, apesar de forte, está física e mentalmente cansado, além de psicologicamente abalado por todos esses eventos.

Por fim, quanto à parte tática, o excelente Raphael Rabello, do Falando de Tática, mostra que o Cruz Azul não assusta quanto a esse quesito, pois "aglutina muitos atletas perto da zona da bola, oferecendo o lado oposto aos adversários. Inversões encontrando pontas e laterais em situação de 1x1 podem machucar o time mexicano", como mostrou neste vídeo no Twitter

A análise competa está neste vídeo no YouTube, da qual destaco o trecho no qual o analista tático demonstra que o adversário abusa dos passes longos, não trabalha bem a bola e ainda tem enormes dificuldades para finalizar a gol.

Quando a gente pesquisa sobre o treinador do Cruz Azul, tudo passa a fazer sentido. Trata-se do argentino Nicolás Larcamón, que dirigiu o Cruzeiro por cerca de 4 meses e não deixou saudades, tendo sido demitido após a eliminação na Copa do Brasil para o Sousa/PB e a derrota no primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro.

Então, por todo esse contexto, muito embora respeitando muito esse grande adversário, estou bastante confiante na vitória.

Pensam da mesma forma?

Tenham uma semana abençoada.

A palavra, como sempre, está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.