Salve, Buteco! Sejamos francos: a Supercopa do Brasil, competição organizada pela CBF e disputada no sistema de jogo único, é o primeiro jogo "à vera" para o Flamengo nesta temporada 2025. Primeiro, porque vale taça; segundo, porque o adversário é um tradicionalíssimo rival da mesma cidade e, terceiro, porque é o primeiro jogo oficial da temporada contra um rival que pode de fato fazer frente ao Mais Querido dentro das quatro linhas.
A competição foi disputada primeiramente no ano de 1990 e a CBF se apropriou dos dois jogos entre Grêmio e Vasco da Gama pela Fase de Grupos da Libertadores para promover a disputa, muito embora o Grêmio, declarado campeão, afirme que jamais recebeu qualquer troféu da Nefasta - entidade que [des]organiza o futebol brasileiro.
Em 1991 o Mais Querido, campeão da Copa do Brasil de 1990, foi derrotado no Morumbi pelo Corinthians, campeão brasileiro naquele mesmo ano. Depois de um hiato que durou até 2020, quando o Mais Querido, campeão brasileiro de 2019, finalmente conquistou o troféu sobre o Athletico/PR, campeão da Copa do Brasil daquela temporada. Sob o comando do Mister Jorge Jesus, o time encantou um Mané Garrincha lotado com um inquestionável 3x0:
Foto: Alexandre Vidal (Flamengo)
Em 2021 veio o bicampeonato no Mané Garrincha, de maneira épica e dramática, desta vez sobre o Palmeiras, com destaque para os pênaltis fantasticamente defendidos por Diego Alves, porém, infelizmente, sem público, devido à pandemia de Covid-19. Contudo, o Mais Querido amargou dois vices, em 2022 e 2023, para Atlético Mineiro (pênaltis/Arena Pantanal) e Palmeiras (Mané Garrincha).
Em 2024 o Mais Querido não participou pela primeira vez desde que a competição foi retomada, devido ao trágico desfecho da temporada/2023.
Em 2025 chegou a hora de tentar reaver a Ficante, melhor denominação que posso dar a quem não pode se equiparar sequer à Baranga Endinheirada, quanto mais a Patroa ou a Princesinha.
José Boto, em sua entrevista coletiva de apresentação, afirmou categoricamente que existe o "campeão da pré-temporada" e o campeão da temporada (conhecido no final do ano).
Acho que o português quis se referir a favoritismo por parâmetros de qualidade de desempenho na largada da temporada, porém acredito que a Ficante (Supercopa do Brasil) seja a concretização perfeita da designação "Campeão da Pré-Temporada".
Não posso falar por vocês, mas eu quero esse título.
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O jogo de amanhã tem favorito? Bem, eu sempre me esforço muito para ser coerente e hoje não agirei de outra maneira. No Esquenta do jogo contra o São Paulo nos Estados Unidos, escrevi o seguinte:
O amistoso de amanhã servirá apenas para "desenferrujar" o elenco que, quando retornar ao Brasil, terá que recuperar o prejuízo na Taça Guanabara e se preparar para a primeira disputa de título do ano contra o Botafogo - a Supercopa do Brasil, jogo programado para o Mangueirão, em Belém do Pará.
O adversário ainda não tem técnico para a temporada e vem se desmanchando com a saída de jogadores importantes do elenco, especialmente Luiz Henrique e o argentino Thiago Almada, além de Adryelson e Júnior Santos. Das maiores individualidades do campeão brasileiro e da Libertadores em 2025, só sobrou o habilidoso venezuelano Savarino.
Vai se desenhando um quadro de favoritismo, obrigação de vitória e conquista do título por parte do Mais Querido do Brasil (e do Mundo). Ainda restam mais de duas semanas para o confronto e é bom que a preparação dentro das quatro linhas comece logo amanhã. Com favoritismo ou não, futebol se decide dentro das quatro linhas. Jogo é jogado, lambari é pescado; maré, maré, jacaré, jacaré; e clássico é clássico, como diriam os filósofos do Velho Esporte Bretão.
Aconteceu algo nessas duas semanas que possa me fazer rever essa conclusão? Eu mesmo respondo que rever, não; mas talvez para suavizá-la, sim.
Sob o comando do interino Carlos Leiria, a verdade é que o Glorioso mostrou, na última quarta-feira, na vitória sobre o Fluminense por 2x1 pela Taça Guanabara, que a memória tática do time que se (con)sagrou campeão brasileiro e da Libertadores em 2024 ainda se faz presente. O time entrou em campo com a seguinte formação:
John; Mateo Ponte, Lucas Halter, Barboza e Alex Telles; Gregore e Marlon Freitas; Savarino; Rafael Lobato, Matheus Martins e Igor Jesus.
O gol que abriu o placar é o exemplo perfeito do que estou dizendo. Savarino, num lançamento "quebra-linhas" longo e rasteiro, deixou a bola nos pés do jovem e veloz Rafael Lobato, que tocou para o meio da área, onde a pelota encontrou Ígor Jesus, que finalizou de primeira, mandando a gorduchinha para o fundo das redes.
Amanhã tem jogo, portanto. Continuo achando que favoritismo há, ainda que "leve", em favor do Flamengo, que chega "mais completo" para a decisão. Contudo, do outro lado o time comandado por SuperFili encontrará um adversário taticamente sólido, aguerrido (afinal, trata-se do "Clássico da Rivalidade") e com talento suficiente para vencer o jogo.
E ainda na linha da coerência, Patroa é Patroa e Baranga é Baranga, assim como Ficante é Ficante. Não se compara uma com a outra. Três patamares distintos.
Quem ficou com a Baranga jamais poderá fazer pouco do atual consorte da Patroa.
A não ser que vença a disputa com o rival pela Ficante...
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O Ficha Técnica subirá amanhã, ao nascer do sol.
A palavra está com vocês.
Bom FDS e SRN a tod@s.