segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Contra Tudo e Contra Todos

 

Salve, Buteco! No post de sábado, escrito tarde da noite da sexta-feira de uma semana bem exaustiva no trabalho, acabei não expressando exatamente o que eu queria quando escrevi que o Flamengo tinha um problema ofensivo. Na verdade, o problema era (e ainda é, inclusive para a final contra o Galo) tão profundo que me levou a crer que o jogo de ontem seria decidido de acordo com o desempenho do nosso sistema defensivo. Foi isso que acabei não escrevendo no post, mas compartilhei em resenhas de WhatsApp com alguns amigos.

O 0x0, portanto, não foi surpresa. Mesmo sem a (correta) expulsão de Bruno Henrique, a tendência era, com a nossa defesa conseguindo se impor ao ataque corintiano, o placar ficar mesmo em branco. O fato é que as nossas chances de vazar as redes adversárias, que já eram poucas, praticamente se esvaíram com a expulsão.

Injustificável a atitude do Bruno Henrique. Porém, o Matheuzinho já o tinha parado por duas vezes com faltas de cartão amarelo, uma delas com o cotovelo, no comecinho do jogo. A arbitragem do Daronco é tendenciosa na parte disciplinar.
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Como escrevi neste tuite durante o intervalo da partida, nos primeiros minutos de jogo dois lances mostraram que Anderson Daronco estava apitando no "modo caseiro", talvez com uma proatividade ousada até para os padrões das já costumeiras arbitragens anti-Flamengo. Primeiro, uma falta de Wesley, no setor esquerdo da nossa defesa, ao lado da grande área, que simplesmente não aconteceu, pois o lateral venceu o duelo individual com o "jogo de corpo".

Depois, veio a cotovelada de Matheuzinho em Bruno Henrique, que havia "dado um tapa" na bola, colocando-a na frente, e obviamente estava em velocidade de ultrapassagem para deixar para trás, comendo poeira, o fraquíssimo lateral direito que tantas dores de cabeça já nos deu, quando vestia o Manto Sagrado.

Na sequência, outra falta de Matheuzinho parou novamente Bruno Henrique, que avançava já no campo corintiano. Nada de amarelo por parte de Daronco, até que, poucos minutos depois, o Herói de Lima perdeu a cabeça e quase arrancou o couro cabeludo do pereba, tendo sido corretamente expulso. A tendenciosa arbitragem do marombado não é justificativa para a irresponsabilidade do nosso atacante, que agora, no mínimo, desfalcará o time no primeiro jogo da final contra o Atlético.

Eram pouco mais de 11 minutos de jogo e a minha previsão de que o nosso sistema defensivo seria a chave para a final foi confirmada, com inesperada antecedência.

A partir de então, nosso ataque se resumiu a arrancadas de Arrascaeta contra todo o sistema defensivo corintiano. E para minha surpresa, numa delas nosso Cannabis Charrua deixou para trás o arranque de balsa e o nosso ex-zagueiro Gustavo Henrique, mas, enquanto corria em diagonal na direção do gol de Hugo Souza, sem ninguém a sua frente, foi derrubado pelo lento e estabanado girafóide. Mesmo sendo o último homem, e estando na direção ao gol, não foi expulso por Anderson Daronco.

Na transmissão da Rede Globo, o narrador Luiz Roberto, um dos maiores inimigos do Clube de Regatas do Flamengo, como de costume antecipou-se ao VAR e passou a pregar uma marcação a favor do adversário. Como era impossível alegar que não foi falta, apressou-se em afirmar, com convicção, que não era lance de expulsão.

Era como se estivesse "orientando" a equipe de VAR. E não foi a primeira vez. Tudo muito estranho. 

Aliás, da série perguntar não ofende: entra celular nas cabines de VAR? A equipe tem acesso às transmissões de televisão durante as partidas?

Mais tarde, o comentarista de arbitragem Paulo César Oliveira, analisando o lance no SporTV, sem espaço para discordar de tão veemente diagnóstico do âncora das transmissões da Rede Globo, disse que em sua opinião não foi pênalti, mas que "o lance é limítrofe".

Limítrofe é a minha paciência para ser tratado como um idiota a cada narração do senhor Luiz Roberto. Parece que, na emissora, acham que têm o direito de destratar milhões de torcedores distorcendo os fatos (sempre contra o Flamengo) a cada lance duvidoso, e ainda por cima torcendo ostensivamente a favor dos adversários, que são chamados por apelidos carinhosos na narração dos gols, enquanto o Mais Querido é tratado, friamente, como Flamengo (como se fosse obrigação dizer o nome do clube).

Por sinal, falando em Mais Querido, qual teria sido o objetivo da emissora ao registrar a marca no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)? Prova concreta da postura anti-Flamengo da Vênus Platinada.

Espero viver o dia em que uma Diretoria digna finalmente reaja contra esse tipo de infâmia e defenda o clube e seus torcedores desse ataques sistemáticos e repugnantes vindos da Rede Globo e de seus canais por assinatura.

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Jornalistas ensandecidos distorcendo a realidade e defendendo o calote na negociação do Hugo, lateral direito pereba anunciando clima hostil, nossa torcida agredida com pedradas e barras de ferro a caminho do estádio, som ambiente revertido para dentro do vestiário às escuras, narrador torcendo como um Gavião da Fiel na transmissão da Globo, diretor jurídico leviana e irresponsavelmente alegando que o árbitro foi presenteado com camisas rubro-negras... 

O Corinthians, diante do Flamengo, normalmente é um clube pequeno, mas dessa vez conseguiu se superar na arte de se apequenar. 

***

A substituição de Gabigol por Fabrício Bruno logo após a expulsão de Bruno Henrique causou polêmica. Caio Ribeiro, dando voz a parte da torcida rubro-negra, questionou a decisão de Filipe Luís, prevendo que o time perderia a capacidade de agredir o Corinthians, ainda que nos contragolpes.

A troca de Alex Sandro por Ayrton Lucas no início do segundo tempo acabou também assustando a torcida, pelos problemas defensivos que o Beijinho vinha apresentando nas partidas anteriores.

Ocorre que o desenrolar da  partida mostrou que Fili, numa tarde "mais Simeone do que Jorge Jesus", estava mesmo certo, pois o Corinthians só conseguiu finalizar perigosamente em direção à meta de Rossi no segundo tempo, quando Yuri Alberto chutou violentamente em diagonal, no lado esquerdo dentro da grande área, obrigando o argentino a praticar grande defesa. 

Além disso, a troca dos laterais esquerdos também acabou dando certo. O time até ganhou um pouco em agressividade com as investidas em velocidade nosso tatuado potiguar.

Nessa toada, o restante do jogo foi de controle por parte do Flamengo, cujo sistema defensivo, sólido e cometendo pouquíssimos erros, anulou completamente as ações ofensivas corintianas. 

As substituições de Ramón Díaz, no segundo tempo, acabaram nos ajudando, eis que, à medida em que o tempo ia passando, o Corinthians demonstrava cada vez mais insegurança e menos poder de articulação de jogadas. O silêncio das arquibancadas durante todo o segundo tempo era uma espécie de eco revertido da impotência do mandante dentro das quatro linhas. 

Em contrapartida, a pequena, porém briosa representação rubro-negra nas arquibancadas viveu uma tarde histórica. Abafando a imensa maioria alvinegra no estádio, empurrou o time não só para resistir, como também para arriscar alguns contra-ataques.

Ao som da Magnégica, Alcaraz, ao contrário do Fla-Flu de quinta-feira, entrou muito bem no jogo e melhorou o setor, que até então tinha De la Cruz com uma atuação discreta. Na sequência, após a saída de Arrascaeta, extenuado, Gérson passou a mais uma vez se multiplicar em campo, e quase meteu uma bola de canhota no ângulo de Hugo. Pena que não passou para Ayrton Lucas, que penetrava rapidamente em diagonal na grande área.

Os minutos finais de jogo tiveram muita catimba e um estranho "desespero conformado" corintiano, ao som cada vez mais potente dos cânticos da torcida rubro-negra.

Contra tudo e contra todos, o 0x0 esteve muito longe de ser uma partida brilhante, mas marcou uma tarde heróica do time rubro-negro (e de sua torcida), que, mesmo com um a menos dentro das quatro linhas, e com toda a adversidade (até na narração!), triunfou e vai disputar mais uma final da Copa do Brasil, mostrando que é o maior e Mais Querido do Brasil (e do Mundo).

Para desespero dos detratores...

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A palavra está com vocês.

Uma ótima semana pra gente.

Bom dia e SRN a tod@s.