quinta-feira, 3 de outubro de 2024

A Estreia de Fili: Um Flamengo Renascido

Foto: Wagner Meier/Getty Images
 

Salve, Buteco! Começo o texto de hoje com as declarações do experiente meia (33) corintiano André Carrillo, também da Seleção Peruana, ao Globo Esporte:

– Eles controlaram o jogo com casa cheia, eles conseguiram se impor e foram superiores. Temos que ter consciência que, por sorte, só tomamos um gol. Temos condições de reverter. Não é positivo, viemos com a mentalidade de ganhar, mas acho que é possível reverter.

Foi um Flamengo renascido, restaurado em sua essência: ofensivo, intenso, vibrante, fluido, esbanjando qualidade e técnica.

Individualmente, vários jogadores subiram muito o nível de jogo, a começar por Bruno Henrique, que fez a melhor partida pós-contusão, talvez apenas comparável aos 2x1 sobre o Botafogo no Engenhão em 2023. BH27 parecia o de antigamente. Botava a bola na frente deixando o marcador comendo poeira, com uma energia que parecia não ter fim.

De la Cruz parecia outro jogador. Aliás, como pode alguém se transformar tanto em apenas 6 dias? Deixo para os Amigos responderem a essa pergunta. O certo é que o Pigmeu Charrua apresentou aquela movimentação formiguinha característica, porém dando aquele toque vertical de primeira que parece ser sua assinatura.

Arrascaeta, na minha opinião, já havia tentado chamar o jogo para si em ambos os confrontos contra o Peñarol, muito embora sem sucesso. No Campeón del Siglo só apareceu, mesmo sem brilho, no 1T. Ontem já conseguiu produzir alguma coisa no 2T.

Tanto o uruguaio, como Gérson, o nosso capitão Coringa, pecaram nas finalizações, porém não se omitiram em momento algum. Gérson foi o mesmo jogador da "Era Tite", prova inequívoca de seu amadurecimento pessoal e profissional. A braçadeira nunca esteve em tão boas mãos desde a fase boa de Diego Ribas.

Ainda falta muito a Gabigol em níveis físico e técnico, mas ontem o jogador apresentou algo muito importante para um atleta em recuperação: confiança. O Camisa 99 acreditou e finalizou muito bem dois lances. O primeiro, de letra, foi magistralmente defendido pelo nosso Cria Hugo Souza, que hoje defende as cores adversárias; já o segundo... Bem, esse é outro ponto que deixarei para os Amigos comentarem.

O Engenheiro da transformação é o nosso treinador, Filipe Luís Kasmirski, o nosso Fili. É claro que o pano de fundo desse jogo foi bastante peculiar, a começar pela recente demissão do Tite, passando pelo efeito "vassoura nova", que costuma marcar o início de trabalho dos treinadores no futebol brasileiro, e ainda pelo fator eleitoral, pois não pensem que o grupo não sentiu a pressão do VP de Futebol Amador. Não sejam inocentes.

O novo treinador também se enrolou com as substituições. Bruno Henrique não precisava e nem deveria ter saído. Sua saída, assim como a de DLC (nesse caso, nunca sabemos o quanto resiste), fizeram despencar o rendimento do time. Com a saída de Alex Sandro, o lado esquerdo, com Ayrton Lucas (bem menos QI) e Michael (sem ritmo de jogo) sofreu com as investidas corintianas e no terço final da partida o adversário incomodou bastante.

Contudo, não só me parece óbvio que o saldo é amplamente favorável ao Fili, que fazia sua estreia como treinador no profissional, como há vários pontos que têm tudo para se mostrar sustentáveis até o final da temporada. 

A título de exemplo, o grupo acredita no treinador e por via dele se reconecta autenticamente, e não apenas nos campos afetivo, emocional e motivacional, mas também no tático e no técnico, com a melhor fase de suas carreiras: o Ano Mágico de 2019 e primeiro trimestre de 2020, com o Mister Jorge Jesus.

Uma coincidência com aquele período também ajuda: o calendário estará "mais limpo", sem uma das copas, tal como ocorreu em 2019, a partir de meados de julho.

O mais importante é que treinador e elenco falam o mesmo idioma e isso faz com que renovemos a esperança para que o Flamengo tenha colha alguma coisa boa nesse segundo semestre.

Olhando para frente, sábado, antes da Data FIFA, o elenco terá um encontro especial: o Bahia de Rogério Ceni, com os tabus envolvidos e o passado vitorioso com o próprio treinador. É importante não menosprezar o cenário.

Que essa vassoura seja resistente, até o final da temporada.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.