Salve, Buteco! A torcida sabe e pressente, né? Geral esperava pelo jogo do último sábado com um pé atrás após a divulgação da escalação pelos setoristas que cobrem o clube. Não se tratou de nenhuma profecia, mas apenas a projeção racional dos acontecimentos com base na lógica dos fatos. Aliás, achei que o resultado poderia ter sido pior e talvez não tenha sido pela boa atuação do nosso miolo de zaga com a bola no chão, tanto que a derrota veio em sua falha na bola aérea defensiva, justamente o que provavelmente é a maior fragilidade do time de Tite.
Nosso treinador parece ter preferido escalar "a formação do abafa", qual seja, aquela com Gabigol e Carlinhos (e muitas vezes até com Pedro), e da qual ele costuma se valer para buscar placares adversos nas etapas finais das partidas, só para não ter que fazer o que mais detesta: improvisar, "mudar bruscamente" a escalação diante de um contexto imprevisto ou inevitável.
Só que o jogo de sábado pedia uma abordagem diferente. Jogadores com maior poder de marcação, ainda que fossem da base ou egressos dela, e não três atacantes (Bruno Henrique, Gabigol e Carlinhos) com o Matheus Gonçalves, num 4-2-4 rombudo e inofensivo, a ponto de, em 90 minutos mais acréscimos, o time não ter se mostrado capaz de finalizar uma vez sequer na direção da meta do goleiro Rafael.
Aliás, que dificuldade é essa para utilizar a base, Adenor?
Tite ainda demorou para mexer. Se, bem ou mal, o time resistiu ao São Paulo no primeiro tempo, e como disse mais acima, graças à consistente atuação de David Luiz e Léo Pereira com a bola rolando, era absolutamente previsível que o São Paulo acabaria abrindo o placar, dada a forte pressão que exercia sobre as nossas linhas baixas.
Quando Gérson e, depois, Arrascaeta e Ayrton Lucas entraram, já com o placar adverso, jogaram com o "freio de mão puxado", lembrando muito o desempenho contra o Palmeiras, na Allianz Arena, no empate (1x1) pelo segundo turno do Brasileiro/2022. Os atletas pareciam estar ali apenas por obrigação, pois estavam com a cabeça no jogo eliminatório de quarta-feira.
É evidente que a diretriz vem de cima e é por isso que, apesar de reconhecer e apontar os erros do treinador, sigo entendendo que a maior responsabilidade é dos dirigentes. Peguem o exemplo do meia Marcos Antônio. Particularmente, a contratação não me animava nem um pouquinho, mas o que podemos dizer a respeito da forma pela qual o Flamengo perdeu o jogador para o São Paulo?
Se é que houve mesmo disputa, pois, afinal de contas, há quem diga que a nossa Diretoria sequer formalizou uma proposta. O importante, aqui, não é exatamente quem é o atleta e sim o buraco que existe no elenco nesse setor, justamente o meio de campo. É um problema de planejamento e critérios de gestão, até porque estamos falando de uma contratação de baixo investimento, dados os valores das maiores contratações do clube nesses quase 6 anos de gestão Landim.
Enfim, os problemas e o contexto do primeiro semestre e do gargalo de julho/agosto são tão notórios, quanto antigos. O Flamengo está com lacunas no elenco unicamente porque assim o querem os nossos dirigentes, e talvez mais um Campeonato Brasileiro escoe pelos nossos dedos porque é opção deles não resolver esses antigos problemas.
Planejamento, só que não.
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No final das contas, é isso aqui, Amigos. Copa do Brasil vale muito dinheiro e o confronto da próxima quarta-feira provavelmente se tornará dramático por fatores extracampo. Acredito que o treinador e a Diretoria palmeirenses apostarão no "clima de guerra" e tentarão levar no grito, no apito e na tecnologia (VAR).
A torcida deles também pode repetir o histórico de agressões e vandalismo. Aliás, sinais já foram dados, de maneira bem clara, nessa direção. Enfim, há fundadas razões para que ocorra um jogo tenso e violento (dentro e fora de campo), até mesmo para os padrões de Flamengo x Palmeiras.
De certos desafios o rubro-negro não foge e esse é um deles. Nos meus critérios de valor e importância, a Copa do Brasil perde, de longe, para o Campeonato Brasileiro e a Libertadores. Todavia, as coisas são como são e uma eliminatória contra um grande paulista, ainda mais contra o Palmeiras, dado o histórico recente (desde 2016), é um acontecimento que envolve retrospecto, tabus e uma variedade de outros fatores.
É hora de virar a chave, ao menos até quinta-feira.
A palavra está com vocês.
Uma ótima semana pra gente.
Bom dia e SRN a tod@s.