segunda-feira, 22 de abril de 2024

Cerimônia para Vencer

Salve, Buteco! Muitos torcedores estavam apreensivos com o anúncio da rodagem de elenco e a escalação sem todos os titulares disponíveis. Como o time não vem dando espetáculo em 2024, contando-se nos dedos os jogos nos quais realmente houve melhor performance nesta temporada, o empate fora de casa, contra o maior rival no cenário nacional e da América do Sul desde 2016, foi considerado um bom resultado. 

O primeiro tempo foi marcado por forte pressão do Palmeiras, mas o Flamengo resistiu, a começar, pela ótima atuação da sua segura dupla de zaga - Fabrício Bruno e Léo Pereira. Jogo truncado, picotado, com muitas faltas, mas com o Palmeiras comentendo-as em número muito mais elevado do que o Flamengo, e fazendo rodízio para "não deixar o Arrascaeta respirar", como apontou a transmissão da Globo, infelizmente romantizando a abjeta tática adotada pelo treinador adversário, imune a qualquer senso crítico por parte da imprensa tupiniquim.

A marcação do Palmeiras deu certo e o Flamengo teve problemas com os três zagueiros adversários, tendo bastante dificuldade para criar. Aos poucos, porém, a pressão verde foi se esvaindo e o time se soltando, até que criou a melhor oportunidade dos 45 minutos iniciais, com Luiz Araújo, que finalizou obrigando Weverton a espalmar para escanteio. Quando desceu para o vestiário, o Mais Querido já havia igualado e até produzido um pouco mais de volume do que o adversário. 

No segundo tempo, o Palmeiras ameaçou retomar a pressão do início do primeiro tempo, mas não durou muito. Como era de se esperar, a pressão diminuiu e os espaços começaram a aparecer, cada vez mais. Com um time mais técnico, o Flamengo naturalmente passou a tomar a iniciativa e a rondar com perigo a área adversária. Arrascaeta, que sofrera o rodízio de faltas, mas tampouco estava bem no jogo, chegou a aparecer a chutou com perigo para a defesa de Weverton, numa finalização bem parecida com a de Luiz Araújo no primeiro tempo.

O Flamengo teve pelo menos duas "bolas do jogo": uma com Pedro, que entrara no segundo tempo no lugar de Carlinhos e deixou de tocar para Arrascaeta, e com Gérson, que resolveu simular um pênalti dentro da área, mesmo estando com a bola dominada e podendo finalizar a gol. Já o adversário se limitou a um cabeceio do zagueiro Luan, ainda no primeiro tempo. Contudo, nem assim o Mais Querido conseguiu abrir o placar. É como se o time tivesse uma certa cerimônia para vencer o Palmeiras em São Paulo. Sempre falta alguma coisa, quando a arbitragem não pára o time (não foi o caso ontem).

A estratégia de Tite para neutralizar o Palmeiras deu certo e faltou pouco para a vitória. Muito se discutiu sobre a rodagem do elenco, inclusive aqui no Buteco, e o preparador físico Fábio Mahseredjian trouxe elementos bastante importantes para a Nação Rubro-Negra se inteirar melhor sobre o tema (vídeo de @GuiVXavier):

Nossa comissão técnica não é perfeita e não acerta todas as vezes, mas inegavelmente é séria e muito criteriosa.

Tite vem recebendo críticas quanto ao sistema de jogo, sendo acusado de ser retranqueiro. Até concordo com algumas, como falta de variação do desenho tático e demora para fazer as substituições, mas venho cada vez mais desconfiando que o problema pode simplesmente estar em alguns jogadores.

Na última quarta-feira, contra o São Paulo, Tite demorou para mexer e, quando o fez, o time piorou e quase levou o gol de empate. Mas será que o problema esteve nas substituições ou na performance de quem entrou? Ora, se ele tivesse mexido antes, poderia ter sido bem pior... Logo, se tivesse que escolher uma das alternativas, seria a última. Essa impressão foi reforçada no jogo de ontem. Como escrevi mais acima, as decisões que Pedro e Gérson tomaram em lances capitais não podem se atribuídas ao treinador.

Há de se considerar também problemas na montagem do elenco, doenças e contusões de alguns jogadores, além da suspensão de Gabigol. Sonho com o dia em que nossa torcida entenderá que cobrar os dirigentes, na maioria das vezes, é mais justo do que jogar toda a culpa no treinador.

***

É hora de virar a chave para a Libertadores, pois na quarta-feira o Flamengo terá que subir o morro e jogar em La Paz contra o Bolívar. Conversaremos sobre o próximo adversário no dia do jogo, no tradicional post de apresentação.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.