segunda-feira, 31 de julho de 2023

Bênção, São Judas Tadeu!

Jorge Luis Sampaoli Moya, o treinador que nos levará às taças no final de 2023

Salve, Buteco! Até aqui, 27 jogos, com 16 vitórias, 7 empates e 4 derrotas. Nem 3 meses de trabalho. E no recorte que escolhi, a partir da vitória sobre o Goiás no Maracanã, por 2x0, pela 5ª Rodada do Campeonato Brasileira, no dia 10 de maio, são 14 vitórias, 6 empates e apenas 1 derrota, um acidente de percurso contra o bom Bragantino, em Bragança Paulista.

Nem tudo foi perfeito nesse período, porém é seguro afirmar que só os negacionistas patológicos não reconhecem que o time ganhou muito em competitividade, deixando para trás a aura perdedora dos quatro primeiros meses do ano e avançando nas três competições, por enquanto permanecendo vivo em todas.

Para atingir esse objetivo, o treinador foi ousado, muito ousado. Desafiando o histórico de todos os estrangeiros a partir da saída de Jorge Jesus, e o completo caos causado pelo planejamento desastroso da Diretoria para a temporada, bem como do trabalho cataclísmico do português Vítor Pereira e sua comissão técnica, este outro Jorge, o Sampaoli, avançou para cima dos problemas.

Seja dobrando, triplicando ou quadriplicando a carga de treinamentos, o Careca quase levou o elenco à loucura, teve embates fortíssimos com alguns jogadores, sofreu verdadeiros motins, mas conseguiu efetivamente mudar a postura do elenco.

O futebol, em nível de qualidade, ainda não é o que caracterizou muitos dos seus trabalhos, mas é preciso indagar se estamos falando de uma meta minimamente factível, dado o contexto - três competições simultâneas, líderes do elenco no banco, choque cultural rompendo o paradigmático dogma da titularidade absoluta. E tome rodagem de elenco, entrevistas rascantes de alguns jogadores, bico e tromba de elefante de outros.

Após quatro anos seguidos de derrotas em Belo Horizonte para o Atlético Mineiro, o Flamengo virou heroicamente um jogo no qual vinha sendo superado pelo adversário, mostrando força física e mental para correr atrás do resultado. Em questão de minutos, porém, a alegria e a euforia da vitória cederam espaço para a perplexidade e a apreensão.

O Careca não merecia a atitude do seu auxiliar, homem de confiança e peça-chave para a incrível e quase inacreditável recuperação física nesse contexto. Pedro, a vítima da agressão física (e não psicológica), muito menos merecia o soco que lhe foi desferido no rosto.

O Careca tampouco merecia a atitude de não participar do aquecimento e nem a postagem de Pedro, insatisfeito com a reserva, dada a pouca minutagem. Ainda que o Queixada tenha seu ponto na reclamação pela pouca utilização, com a mais absoluta certeza não é uma vítima de agressões psicológicas, mas apenas mais um caso de jogador que joga menos do que poderia, o que não é exatamente uma raridade no mundo do futebol.

A pouca minutagem de Pedro é teimosia, método de persuasão na assimilação de uma filosofia de jogo ou um pouco das duas coisas?

Foi o primeiro caso de agressão em um vestiário de futebol? Com certeza não. E quantos foram parar em um delegacia de polícia? Imagino que a minoria. 

Certamente vivemos novos tempos, nos quais os conceitos de certo e errado estão mais fluidos, mas não a ponto de permitir ao clube outra postura que não a demissão do agressor, providência tomada na noite deste domingo, num razoável prazo de 24 horas após o incidente.

Como cidadão, Pedro exerceu um direito fundamental, previsto na Constituição - o de peticionar ao poder público requerendo a apuração de uma infração criminal da qual foi vítima (CF/88, art. 5º, XXXIV, 'a'), mas como atleta quase causou a demissão do treinador que, no momento, certo ou errado, pouco o escala. 

Qual é a fronteira entre o Direito e os ideais de Moral e Justiça no caso?

Quinta-feira tem jogo, contra um rival em crise, mas que possui uma camisa pesadíssima e uma tradição incontestável no futebol sul-americano.

"Se matas o capitão, o navio afunda", diz o ditado popular.

Bênção, São Judas Tadeu, aos nossos jogadores, à nossa comissão técnica, à nossa Diretoria e também à nossa torcida, além dos setoristas que cobrem o clube. 

Que a graça divina da sabedoria e da iluminação permita que o Clube de Regatas do Flamengo siga até o final da temporada com serenidade e responsabilidade em seu Departamento de Futebol.

E proteja-nos, Senhor, de nós mesmos, dos nossos vícios, impulsos e elucubrações.

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.