quarta-feira, 31 de maio de 2023

Vigilância

 

Vigilância
substantivo feminino
  1. 1.
    ato ou efeito de vigiar.
  2. 2.
    estado de quem permanece alerta, de quem age com precaução para não correr risco; cuidado.
    "permaneçamos em v. contra o crime"

Salve, Buteco! Todo mundo se mobiliza contra o Flamengo. É o jogo da televisão, da audiência; a chance para mostrar serviço e receber propostas contratuais vantajosas; de se posicionar como maior rival e aumentar a própria torcida; de alcançar a glória, ainda que por uma só partida. 

É o jogo do ano.

Como expliquei a vocês neste post, de duas semanas atrás, acho que não menti quando afirmei que falta ao Fla-Flu o histórico do Clássico dos Milhões (contra o Vasco da Gama) em inúmeras edições do Campeonato Brasileiro, com diversas disputas eliminatórias antes da era dos pontos corridos, assim como na Copa do Brasil, com  uma final (2006) e uma oitavas de final (2015).

Até o Botafogo tem no currículo disputas eliminatórias em um dos antigos formatos do Campeonato Brasileiro, incluindo uma quartas-de-final (1981) e uma final (1992), além de dois encontros marcantes pela Copa do Brasil (2013 e 2017).

Contudo, o Fla-Flu, quando transbordou as fronteiras do Campeonato Carioca, não foi além de partidas normais de tabela pelo Brasileiro e de cruzamentos em duas edições da Copa Sul-Americana - 2009 e 2017. O confronto pela Copa do Brasil, portanto, é inédito. Ainda assim, é o clássico brasileiro mais famoso no exterior, graças aos irmãos Mário Filho e Nelson Rodrigues, e por isso lembrado em qualquer lugar do mundo onde o futebol seja importante e se prestigie a cultura de clube e de clássicos.

Todo esse prestígio, porém, sempre teve que recorrer ao passado longínquo, de tempos nos quais os campeonatos estaduais representavam as principais competições do calendário. Talvez pela falta, por parte do clássico, de confrontos eliminatórios pelas competições mais valorizadas nos tempos modernos, e pela magnitude dos resultados rubro-negros após a reestruturação, especialmente a partir de 2019, o Flamengo perdeu (ou simplesmente abandonou) a vigilância em Fla-Flus.

O desleixo foi tamanho a ponto do rival, entre 2021/2022, conseguir a maior série de vitórias consecutivas (quatro) desde o triênio de 1936/1938, além de ultrapassar o Mais Querido em confrontos pelo Campeonato Brasileiro, tripudiando nas redes sociais:


Nos últimos 10 jogos, houve 6 vitórias do Fluminense, 2 empates e duas vitórias do Flamengo. Estendendo a contagem para os últimos 15 jogos, somam-se mais 3 vitórias tricolores, um empate e uma mísera vitória rubro-negra, totalizando o vexatório (para o Flamengo) resultado de 9 derrotas, 3 empates e apenas 3 vitórias.

É um dos melhores exemplos para espelhar a esculhambação da gestão de futebol pós-Jorge Jesus, cujo principal interesse não parece ser o melhor desempenho possível do Mais Querido.

Amanhã o nosso idiossincrático elenco terá um grande desafio: derrotar e eliminar o monstro que ele próprio criou, com seu misto de arrogância, autossuficiência e da hedonista falta de foco e de vergonha na cara. Nenhum elenco campeão que preze por sua própria reputação permitiria uma sequência de resultados como essa.

Pois a reputação desses jogadores está em risco e à prova. Impedir que o adversário, acostumado a arrotar superioridade por conta do histórico no Campeonato Carioca, ganhe argumento para afirmá-la além das fronteiras do campeonato rural do Rio de Janeiro é, sobretudo, uma obrigação de ordem moral, especialmente após a sequência de vexames a qual o clube e sua torcida foram submetidos por esse elenco nos quatro primeiros meses de 2023.

Portanto, senhores jogadores, aguardamos as providências cabíveis. Não se trata de uma ameaça, mas de um alerta. 

Ninguém, absolutamente ninguém será poupado em caso de mais um vexame. Vocês serão rotulados como quengas do Fluminense ou algo ainda pior.

É uma questão de escolha.

***

A palavra está com vocês para que digam o que podemos esperar do confronto de amanhã.

Bom die SRa tod@s.