quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Flamengo 2 x 0 Barcelona de Guayaquil - A vitória da individualidade contra a coletividade.

Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo

Ayn Rand, famosa pensadora americana, ficaria muito feliz com a vitória de ontem. Indivíduos provaram que a força do talento de cada um deles conseguiu sobrepujar o melhor talento coletivo do adversário. Flamengo, em um declínio tático assustador, conseguiu a vitória contra o Barcelona do Equador, e leva uma vantagem de dois gols para a próxima partida lá na casa deles, com torcida e no alto. 

Flamengo começou ao menos empolgado com o jogo. Diferente do estado natimorto que mantiveram na vergonhosa derrota domingo passado contra o Grêmio. Jogadores correndo atrás da bola "como se fosse o último prato de feijão", mas completamente desorganizados. Nossa última linha defensiva esteve muito bem com David Luiz, que fez boa estreia, a despeito de supostamente estar sem ritmo, mas com ele não tem esta. Ele e Rodrigo Caio juntos é um plus defensivo de alto nível. Renê finalmente jogou bem, aliviando os críticos que imploram por Ramon enquanto Filipe Luís, nosso titular inquestionável, não se recupera. Isla, com todo apoio e carinho da torcida presente que o apoiou depois do infame ataque pessoal que tomou de uma parte odiosa da torcida, fez um bom jogo. O que não impediu do Diego Alves ser o grande destaque de ontem, com muitas defesas difíceis. Barcelona chegava como queria. Culpa da defesa? Não. Culpa exclusiva do buraco tático do time destreinado do Renato Gaúcho. Andreas Pereira, o volante inventado, quando ia para a frente era um jogador talentoso e inteligente, e  na transição defensiva e marcação, outro. Simplesmente não sabe o que fazer. Fica perdidaço. Junte a isto o Vitinho flutuante que não fechava a marcação e por algum motivo só queria ficar na frente se atrapalhando as vezes com Gabigol. E Everton Ribeiro cobrindo vários setores do campo. Enfim, uma zona tática que permitiu o Barcelona dominar a primeira parte do jogo. 

Mas quem tem individualidade tem vantagem. Gabigol em uma jogada isolada fez lindo cruzamento para Bruno Henrique, que subiu em outro patamar, e de cabeça fez o gol. Barça Fake sentiu. E o Flamengo passou a ter o predomínio das ações, culminando com o segundo gol, em bela jogada de ataque, de Gabigol, para Vitinho e aí para Bruno Henrique completar para o gol. Flamengo 2 x 0 Barcelona, que ficou nervoso e teve um jogador expulso no final do primeiro tempo.

Excelente. Pensamos todos. Flamengo 2 a 0. Com um jogador a mais. Deslancharemos no segundo tempo. Mas não ocorreu. Barcelona foi para cima e Diego Alves garantiu mais umas defesas milagrosas. Flamengo pressionava, perdia gols, até começar a cansar. Cansou, cansou e o Renato não substituía os jogadores que nitidamente não aguentavam mais. Correr, correr sem parar pelo sistema nada compactado adotado pelo treinador tem seu custo. Enfim, finalmente tirou Vitinho e colocou o Thiago Maia, adiantando Andreas. Finalmente ouviu minhas preces. Só que o Andreas já estava morto e pouco produziu. Damn it! Leo Pereira substituiu David Luiz e compôs bem defensivamente. Nesse ponto devo elogiar o Renato pela recuperação de nossos zagueiros. Mas no fim, deu uma cotovelada no pescoço do adversário na área deles e foi merecidamente expulso. Que deu na cabeça dele? Se controle rapaz. 

Enfim, fiquei feliz mas não satisfeito. Porque precisamos melhorar muito nosso funcionamento tático. Diego Alves pode não ter uma noite tão iluminada quanto a de ontem.