segunda-feira, 8 de março de 2021

E a Comissão Técnica?

Salve, Buteco! Durante a última semana, em um dos bate-papos que temos diariamente, comentei com vocês a minha intenção de falar um pouco sobre o elenco. Contudo, toda vez que começava a tentar imaginar o que iria escrever, vinha à minha mente a questão da comissão técnica e a importância de se ter um treinador realmente qualificado para participar do processo de avaliação e reformulação. Abandonei de vez a ideia quando assisti à entrevista do Mauro Cezar Pereira com o Marcos Braz, nosso vice-presidente de futebol, especialmente o trecho no qual afirma, em tom de mea-culpa, que o clube deveria ter trazido Domènec Torrent com uma comissão técnica composta por mais auxiliares, de modo a facilitar a sua ambientação e, consequentemente, o desenvolvimento do trabalho. Todavia, o que me causou enorme surpresa e, devo confessar, grande indignação, foi a revelação de que, na avaliação do clube (não sei se apenas dele, VP de Futebol, ou também de outros dirigentes), a comissão técnica de Jorge Jesus era numerosa, com excessivo número de pessoas.

Oi? Como assim?

Bem, nesse ponto, tive que pausar o vídeo e respirar fundo. Ora, era fato notório, em 2019, a excelência do trabalho daquela comissão técnica, composta por inúmeros auxiliares que abasteciam o Mister com diversas informações relacionadas com os desempenhos individual, dos atletas, e coletivo, da equipe. Gostaria que alguém tentasse me explicar, para eu tentar entender, como passou pela cabeça de Marcos Braz (e talvez de outros dirigentes) que um treinador novato, estrangeiro, poderia alcançar resultados iguais ou até melhores do que o veteraníssimo e qualificadíssimo Jorge Jesus, com poucos e inexperientes auxiliares. O problema inclusive foi apontado neste espaço por diversas vezes nos comentários.

Se me pedissem um exemplo prático para a expressão economia burra, não encontraria um melhor. Mas minha indignação, Amigos, creiam, não parou por aí.

Marcos Braz relacionou a necessidade de uma comissão técnica mais "encorpada" (termo meu) ao fato de Domènec Torrent ser estrangeiro. Não é preciso muito esforço para chegar à mesma conclusão, qual seja, de que uma comissão técnica mais numerosa e qualificada tornaria menos difícil o processo de adaptação de um treinador estrangeiro em um clube gigante como o Flamengo. Em nível de pressão, o cargo tem pouquíssimos paradigmas válidos, inclusive nos maiores centros do futebol internacional. Logo, até aqui, nenhuma discordância e imagino que vocês estejam se perguntando qual é o outro motivo da minha indignação.

É que, ao menos essa foi a minha leitura, Marcos Braz não pensa que o atual treinador, Rogério Ceni, que será mantido, tem a sua confiança e desfruta do prestígio da Diretoria, poderia contar com a mesma estrutura. Pelo menos, nenhuma pergunta ou resposta se direcionou nesse sentido. Então, preciso que alguém me explique, se possível desenhando, como um treinador ainda em início de carreira, no Flamengo, pode não precisar de algo que foi tão fundamental para o êxito da temporada de 2019, que colocou o Departamento de Futebol do clube no patamar europeu.

Ou seja, como é possível um treinador do nível de qualidade e experiência de Jorge Jesus precisar dessa estrutura e o nosso bravo Rogério Ceni não ter a mesma necessidade?


Certamente não são a nacionalidade e a experiência brasileiras de Rogério Ceni que justificam uma comissão técnica menor.

Então, é justo perguntar: economia burra seria (novamente) um termo justo para descrever o cenário?

A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.