terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Contra Tudo e Contra Todos

Salve, Buteco! O Mais Querido começou a "Semana Perigosa" com uma boa vitória sobre o Sport, em Recife, jogando, no primeiro tempo, o que, na minha opinião, foi o melhor futebol da equipe até aqui no Campeonato Brasileiro/2020. A surpreendente e, nas palavras do comentarista Pedrinho, do Premiere, suicida estratégia do treinador Jair Ventura, da equipe pernambucana, certamente ajudou, mas é inegável que o nosso time soube construir com qualidade uma avassaladora superioridade dentro das quatro linhas. Todo mundo jogou bem, com destaque para Gérson, que teve uma atuação primorosa. Gabigol marcou um gol e perdeu uns tantos outros (pode melhorar no fundamento), porém, além das assistências, sua movimentação é um fator de desestabilização dos setores defensivos adversários, principalmente quando ele e o time "querem jogo", como vem ocorrendo nas últimas partidas.

Vejo evolução no trabalho de Rogério Ceni. O miolo de zaga, composto por Willian Arão e Gustavo Henrique, está mais seguro, muito embora ainda será posto a provas mais duras pelos bons valores individuais de Vasco da Gama (Cano), Bragantino (Arthur), Corinthians (Jô), Internacional (Galhardo) e São Paulo (Luciano e Brenner). Contudo, já dá pra afirmar que as jogadas construídas a partir da saída de bola da nossa zaga vem se desenhando com uma velocidade plástica e razoavelmente eficiente (ainda pode melhorar muito), "descosturando" as defesas oponentes. O elenco tem peças para executar com perfeição esse sistema, que tem inspiração no time de 2019, mas inevitavelmente precisa se desenvolver com identidade própria, até porque Jesus só houve um e ninguém sabe quando ou se volta. Os próximos jogos, que prometem ser bem mais intensos do que os dois últimos, ajudarão a esclarecer se a derrota na Arena da Baixada foi um tropeço ou uma tendência, de acordo com as características do adversário.

Ainda me preocupa a maneira como o time se desconstrói com as substituições do nosso treinador. Para ser justo, é preciso pontuar que nem tudo é culpa dele. É que suas decisões, de modo a evitar contusões ou suspensões, vêm sendo tomadas em um contexto de jogos com pouco intervalo de tempo (mini-maratona) e jogadores pendurados, como é o caso do Gabigol. Domingo retrasado, contudo, essa "desconstrução" foi muito mal planejada em Curitiba e nos custou pelo menos um valioso ponto. Ontem, felizmente, a situação não saiu do controle, todavia as saídas de Bruno Henrique e Gabigol deixaram o ataque mais lento.

O problema pede solução imediata, eis que, a curto prazo, Vasco da Gama e o Bragantino exigirão bem mais de Ceni e do time nos 45 minutos finais do que fizeram Grêmio e Sport Recife, um pelo aspecto físico, o outro pela falta de qualidade técnica.

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Como sempre, o Mais Querido joga contra tudo e contra todos. Critérios contraditórios de arbitragem e uma tabela particularmente sempre mais fatigante do que a dos adversários já são obstáculos conhecidos e recorrentes, porém nesta reta final de campeonato a CBF e o seu STJD resolveram também pautar julgamentos que podem afastar a nossa dupla de ataque.

Cadê a Diretoria?

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A palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.