quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Flamengo 4 x 0 Independiente del Valle - A revanche



Futebol é alucinante porque é como a vida. Nunca sabemos o que esperar. O Flamengo todo depauperado com o surto de coronavirus foi enfrentar o time que no alto é um Bayern, no chão é um Botafogo. Técnico Dome coronado também fora de campo. E o Flamengo com Jordi Guerrero no comando, em um time com um meio de campo fora de série, Arrascaeta, Thiago Maia e Gerson, e com um ataque fulminante com Gabigol e Pedro foi enfrentar o time do Suco no maracanã mais uma vez vazio. O que não é nunca a mesma coisa. E tivemos Lincoln. E Lincoln foi uma grande surpresa e revelação.

Assolado por críticas de todo o lado, a ponto de mais uma vez virem com papo de "racismo" por parte da torcida do Flamengo, esquecendo, claro as diversas críticas e elogios a jogadores de todos tons de pele,  Lincoln entrou em campo. E um pouco mais recuado que Gabigol e Pedro. E não sei se foi a percepção do Jordi ou não, mas nesta posição ele rendeu muito melhor. Com passes precisos para a frente, nas entrelinhas, e sabendo aparecer para concluir na área em momentos precisos, Lincoln teve grande atuação. Ele, definitivamente, não parece ser um atacante-pivô. Como Pedro é, por exemplo.

Arrascaeta, um verdadeiro 10, serviu muito bem ao trio de atacantes. O Flamengo achou mais uma forma formação. A dupla de zaga da FlaKids esteve muito boa. Mostrou que Nathan não pode ser reserva dos twin towers fracos que foram contratados este ano. 

A base do Flamengo é forte. Infelizmente J.Jesus, apesar de todos seus méritos na formação, treinamento e aplicação tática, é do estilo "jogador pronto". Não queria saber de formar e preparar jogador no profissional. Daí contratações sem sentido quando você tem bons elementos na base para suprir. 

E Neneca no gol é um capítulo à parte. O garoto nasceu para ser um dos grandes na profissão. Jamais poderia ser reserva do reserva de dois goleiros muito fracos como César e Gabriel. Este critério de "reserva por antiguidade" na posição de goleiro do Flamengo tem que acabar. Há anos é assim.

Enfim, o Flamengo de Jordi veio em campo bem organizado. E porque chamo de Flamengo de Jordi? Porque ele treinou este time mesclado, observou quem era melhor em que posição, e conseguiu dar orientações precisas de como o Flamengo deveria jogar. Jogadores não pareciam confusos em nenhum momento, como acontece com Dome. Enfim, creio que Jordi tem sim um futuro como técnico e estas duas partidas mostraram isto. Ativo na beira de campo, sempre orientando e fazendo substituições na hora certa. Grata surpresa. Gostei bastante.

Bruno Henrique voltou finalmente em campo após um longo inverno distante, sendo aquele jogador rápido e preciso de 2019. Precisamos dele demais. Ramón na lateral esquerda foi diferenciado. Muito bom na defesa e rápido no ataque. Não tem mais sentido Renê ser o reserva imediato de Felipe Luís. Matheuzinho também em bela atuação.

Enfim, o Flamengo ganhou belos reforços nesta partida. Um titular: Nathan. Dois reservas imediatos: Neneca e Ramón. E a recuperação do Lincoln agora que sabemos qual é o posicionamento mais adequado a ele.