quarta-feira, 5 de junho de 2019

Alfarrábios do Melo


Saudações flamengas a todos,

Não vou me estender muito. Faz cerca de meia hora que o Flamengo acaba de superar o Corinthians, a FPF, a CBF, o Vuaden, o Luís Roberto e o Marcelo Fera. E está classificado para as Quartas-de-Final da Copa do Brasil.

Rápido parêntese para enaltecer nosso freguês. Apanhou dos dois lados da Dutra e saiu de campo embevecido com a “grande atuação”, a melhor do ano segundo o corintiano Casagrande. Sua torcida, enternecida por ter jogado como nunca e perdido como sempre, explodiu em aplausos ao estrilar do frustrado apito final. Nosso freguês está ficando disciplinado. Como diria o rubro-negro Benito di Paula, "tudo está no seu lugar, graças a Deus, graças a Deus".


Mas é evidente que o comportamento fofinho do agrupamento regional que vela pelo alvinegro paulista (que, lembre-se, receando e prevendo a ardência no lombo, largou o Itaquerão às moscas no jogo de ida, levando à loucura a edição de imagens das sempre dóceis transmissões de TV) não pode sequer rabiscar a envergadura daquilo que a Nação Rubro-Negra, um dos poucos elementos que definem uma real identidade nacional (obrigado, Ruy Castro!), acaba de proporcionar no Maracanã. 60 mil vozes urrando, empurrando, dando as mãos, jogando junto. E arrancando a vaga do jeito que deu. Da maneira que foi possível. Com Arão e tudo. E aí, amigo, quando o time se abraça com a Magnética, não há força da natureza capaz de deter o curso dos acontecimentos.

Despeço-me com uma constatação inevitável. Mais do que otimista com a vinda de Jesus, Manuel, Quincas e mais uma penca de apóstolos, anima-me, de fato, que o Flamengo tenha se desvencilhado dessa sombra anímica que atendia pelo nome de Abel Braga. Elemento de dissensão e tensão, que mais do que um trabalho medíocre, oferecia uma densa, impenetrável e turva atmosfera de confronto que se revestia de trava, de obstáculo e, ao se desvanecer, clareia e abre todo um horizonte a se espraiar em um porvir que pode, sim, fazer sorrir a nossa ansiosa Nação. Nunca estivemos tão perto. Será esse ano. Terá que ser.

Fico por aqui. Boa semana a todos.