quinta-feira, 26 de julho de 2018

Santos 1 x 1 Flamengo. O empate dos arames-lisos

E o Flamengo foi na sempre complicada Vila Belmiro e empatou com o Santos. A estréia de nova terceira camisa e o Santos acabando de demitir treinador não ajudaram. São dois fatores que, historicamente, nos atrapalham. Por algum motivo desconhecido. Mas em relação ao Santos nem tanto. O time não jogou com as travas táticas do demitido Jair Ventura e isto não só ajudou o Santos, pois tornou-se um time mais agudo e com mais rápidas trocas de passes, como pode ter atrapalhado a leitura da comissão técnica do Flamengo a respeito de como o Santos se comportaria, pois seria uma incógnita.

Daí Flamengo entrou em campo. No lugar do querido e insubstituível Vinicius Jr, colocou Matheus Sávio, que na verdade não é atacante de ponta, e sim meia. Mas não nem tu vai tu mesmo. E também com Guerrero que aparenta muito triste de estar jogando no Flamengo, tal estado depressivo que entra em campo. Talvez tenha pensado que teria muitas ofertas por estar chegando ao fim de seu contrato. Aparentemente não está tendo. Mas Barbieri ainda insiste em escalá-lo como titular no ataque. Jogando com o nome, assim como Rever, que embora não tenha feito uma má partida, tem o Thuller, um zagueiro mais jovem e rápido, fazendo sombra e pedindo passagem.

Flamengo começou a partida já fazendo um gol. Oba. Parecia ser uma daquelas partidas. E aí, mais uma vez, começou a cozinhar o jogo. Esperando o Santos na tentativa de iniciar contra-ataques. Mas sem Vinicius Jr não tem bola longa.  A bola tem que ser tramada do inicio ao fim. Os laterais também ficaram mais na posição, até pq o Santos jogava muito pelas pontas. Flamengo insistia em jogadas pelo meio. Talvez por causa do Guerrero "pivô", que perdia a maioria dos lances e porque tanto Everton Ribeiro como Matheus Sávio não tem aquele "approach" de dar amplidão ofensiva pela ponta.

Paquetá, desde que voltou da Copa, perdeu aquele nível de futebol que o tornava sempre um destaque do time. Errando muitos, insistindo em passes arriscados pelo meio, que iniciavam vários contra-ataques do Santos. Diego muito marcado em suas subidas de ataque, se via sempre cercado. E Everton Ribeiro, apesar do gol que fez no início, foi bem tímido no primeiro tempo, melhorando no segundo. Matheus Sávio, bastante criticado pela torcida nas redes sociais, fez um jogo muito tático. Dando várias opções de passe pela esquerda, trocando vários lances tanto com Paquetá, como Diego, como triangulando com Renê.

Santos atacava, atacava, mas não finalizava. Em um lance mais perigoso, o talentoso Rodrygo, de 17 anos, costurou todo mundo na linha de fundo pela direita e centrou para a área e ninguém apareceu para colocar o pé. Foi um bom ensaio, porque minutos depois fez o mesmo lance, aí com sucesso. Primeiro passou pelo Diego fora da área, que preferiu não fazer falta para não tomar cartão. Mas deveria. Enfim, dentro da área fica menos tentador derrubar o garoto. Matheus Sávio passa como um trem desgovernado. Rodrýgo passa fácil por ele. Sobrou o Renê na frente dele, que, inesperadamente, ao invés de cercar simplesmente dá todo o canto esquerdo para ele, fazendo um movimento para direita. Rever que estava atrás dele, faz igual movimento. Resultado? Abre-se um lindo corredor para um passe rápido, na esquerda de nossos defensores, de Rodrygo e para o dito Gabigol. Santos empata. Na única finalização decente deles.

Empate até diria justo. Flamengo cercava, cercava, e atacava de forma insipiente. Ao centralizar o ataque sempre esbarrava a jogada no meio de área do Santos. Flamengo então finalizava de longe. E não deve treinar isto direito porque cada finalização era pior que a outra. Deus, não é possível chutarem tão mal seguidas vezes. A bola sequer vai no gol. Se vai é no centro onde o goleiro está. Mas geralmente isolam. Por isto que sempre repito. É preciso um auxiliar técnico direcionado a fundamentos. Tem jogador que não sabe defender, tem jogador que não sabe chutar, tem jogador que ainda cruza a bola rasteira pelo centro de campo, tem jogador cujos passes ainda tem uma limitação de distância, é preciso uma análise contínua da forma de jogar. E o pobre do técnico tem que cuidar da tática e de soluções diversas ao longo dos jogos para ser babá de jogador profissional. E isto, diga-se, não só no Flamengo. Erros de falta de treinos específicos em fundamentos  são flagrantes em todos os outros times. 


Enfim, veio o segundo tempo. A mesma ladainha. Mas Santos cansou. E permitiu mais volume de jogo pelo Flamengo que trocou Guerrero pelo Uribe (enfim) e Matheus Sávio pelo Geuvânio. Bem, Uribe entrou mais perdido que filho de profissional do sexo em dias dos pais, o fato de ter jogado pela ponta um jogo e neste entrar mais centralizado, pode ter o atrapalhado. E ele tem um peculiar defeito para centroavante. A bola se oferece para chute e ele, ao invés de finalizar, passa a bola. Invariavelmente errado. Por algum motivo o rapaz está acanhado de chutar por aqui. Ou já era assim. Não sei. Aconteceu isto em sua estréia e aconteceu de novo contra o Santos. Chuta rapaz! Até porque os outros não são lá estas coisas neste fundamento também.

Geuvânio deu mais profundidade pela esquerda. Embora não tenha confiança da torcida, se apresentou bem. Mas quanto a ele não se deve esperar tanto. Joga bem agora, amanhã fica moscando na posição. Mas ao menos sabe dar profundidade ofensiva pela ponta. E o Flamengo precisa disso. Começaria ele como titular. Ou o esquecido Jean Lucas. Não sei porque o gelo do Barbieri nele. Jean Lucas sabe se posicionar pelas pontas além de ter um bom posicionamento pelo meio. Mas, inesperadamente, foi substituído no coração do Barbieri pelo Matheus Sávio. 

Enfim, Flamengo fez mais um ponto. E agora está a dois pontos do São Paulo. Pode perder a liderança e a hashtag #SegueOLider hoje. Resta torcer para o time paulista não vencer o Grêmio.