sexta-feira, 20 de abril de 2018

Reconhecer os erros










Irmãos rubro-negros,



confesso-lhes que minha animação para escrever sobre o futebol do time é quase nenhuma.

Toda sexta-feira repetir críticas à essa diretoria é cansativo.

Em toda minha vida de rubro-negro, nunca vi um momento como o atual: estrutura de primeira, salários em dia e uma das maiores folhas salariais do país. Mas a tônica do nosso futebol tem sido os vexames sucessivos e as crises constantes causadas pela péssima gestão que o presidente Eduardo Bandeira de Mello e o seu grupo político de apoio, SóFLA, promovem no futebol profissional do Clube de Regatas do Flamengo.

Neste ponto, eu gostaria de tecer algumas considerações.

Embora seja o mandatário-mór, o presidente Eduardo Bandeira de Mello não está sozinho. Ele é apenas mais um integrante do grupo político que resolveu assumir a gestão do clube.

O Bandeira de Mello, porém, tal qual pára-raio, tem atraído para si todas as atenções e todas as críticas.

Isso não é justo com ele, e tampouco com os fatos.

O projeto de futebol profissional do Flamengo é um projeto do Bandeira de Mello e, também, do SóFLA.

Isso precisa ficar claro para que a big picture não seja vista apenas pela metade.

O que o presidente Eduardo Bandeira de Mello faz ou deixa de fazer, supõe-se, passa pela aprovação, se não de todos, ao menos de parte da cúpula do grupo.

Não há mal algum nisso. Muito pelo contrário. O grupo político se sentiu em condições de fazer o planejamento e tocar o departamento de futebol. Ótimo. Que se assuma claramente isso.

O problema é que a coisa não funcionou como em outras áreas nas quais a atuação redundou em ótimos resultados, como, por exemplo, no futebol de base  (e não me refiro apenas aos resultados dentro de campo, pois o trabalho de formação no Flamengo foi efetivamente elevado a outro patamar).

Na parte estrutural do departamento de futebol, há de se reconhecer, o trabalho também é sensacional.

No futebol profissional, todavia, a gestão tem sido um fiasco.

Os resultados e as vergonhas falam por si.

O que dizer, por exemplo, apenas para ficar num episódio recente, do presidente se reunindo com os jogadores para pedir-lhes “apoio”? Não porque o Flamengo, a sua sagrada camisa vermelha e preta e a torcida mereçam que cada um entregue algo a mais pelo clube, mas, segundo noticiado, “porque é o último ano dele como presidente e ele quer sair bem”.

Ou seja, a preocupação não é com a instituição, mas com a imagem política dele e do seu grupo de apoio.

Tudo é política para essa gente, amigos. Política, poder.

Eu, como rubro-negro, agradeço de coração os relevantes serviços prestados em muitas searas por abnegados, que dedicam, ou dedicaram, seu tempo a trabalhar pelo clube. Falo com toda a sinceridade. Eu sou Flamengo e sou grato a vocês pelo trabalho voluntário em prol da instituição.

Dispenso, contudo, a verborragia debochada e cínica.

Seria muito mais sensato ter a humildade necessária para reconhecer que a gestão do futebol profissional, em cotejo com a da base, por exemplo, que é um sucesso, tem sido um retumbante fracasso. 


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Nesta altura do campeonato, acho desnecessário debater escalação, má fase de jogador ou nome de técnico.

Demitiram todo o departamento no final de março; passados vinte e um dias, com uma bela oportunidade de mini-temporada no período, o auxiliar que chegou em janeiro para se preparar para o futuro se viu alçado ao posto de treinador, com o indispensável beneplácito dos atletas, que, ao fim e ao cabo, mandam no futebol do clube, tal qual épocas recentes, com grande desvantagem para a atual, porque antes pelo menos não se enchia a boca para vomitar que “o regime é profissional”, como se faz agora.

Este é o resultado da blindagem, da proteção excessiva e do paternalismo adotados pela gestão em relação aos profissionais do departamento de futebol.

Eu realmente não tenho mais paciência para analisar os reiterados equívocos desta diretoria, uma das piores da nossa história no lidar com o futebol profissional do clube.

Flamengo tinha a obrigação e o dever moral de vencer na quarta-feira passada.

Mas o que se viu foi um bando em campo.

Nossa torcida lota estádios Brasil afora, faz "AeroFla", leva cinquenta mil rubro-negros ao Maracanã para torcer num simples treino.

E nem a alegria de uma vitória por meio gol contra um adversário em crise, desfalcado de vários titulares e com uma folha salarial que deve ser um décimo da nossa, nós obtivemos.

Triste, irmãos, muito triste o momento vivido por nós, rubro-negros.

Apesar da crise, eu confio na nossa classificação. Vamos vencer pelo menos dois jogos e nos classificarmos.

Venceremos na Colômbia, semana que vem, e venceremos o Emelec, no Maracanã lotado de rubro-negros.

Torçamos por um milagre, ainda que este milagre, embora eles tenham feito de tudo para jogar o ano no lixo, venha a ser usado de maneira oportunista pela diretoria, seu grupo de apoio e bajuladores: “e agora? Onde estão os críticos?”.

Que seja; lambuzem-se. Eu quero o Mengo campeão.



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Amanhã haverá a despedida do goleiro Júlio César, diante do América-MG, no Maracanã, que mais uma vez estará lotado de rubro-negros.

Uma página se encerrando na nossa história.

Que o Flamengo conquiste uma grande vitória. Por nós e pelo Júlio César também. Ambos merecemos. É jogo que vale três pontos. No Campeonato Brasileiro por pontos corridos, empate é derrota e derrota é desastre.

Obrigado pelos serviços prestados, Júlio César!

Rumo aos três pontos!







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Cometi omissão indesculpável e faço aqui a devida correção, ainda que tardia.

Minha muito singela homenagem à equipe que, durante mais de dez anos, tem encarnado, em todas as disputas, a alma rubro-negra.

Falo evidentemente do basquete do Mengão, que ontem obteve uma vitória espetacular, após improvável reação diante de um adversário dificílimo.

Vamos para a nossa nona semifinal do NBB em dez edições. Sensacional!

A vocês, meu muito obrigado.







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Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.