segunda-feira, 30 de abril de 2018

Limonada Rubro-Negra

Salve, Buteco! E essa liderança isolada? Tudo bem, é evidente que enfrentar três clubes que provavelmente disputarão a fuga do rebaixamento nas três primeiras rodadas colaborou, como é fato que o time ainda será testado contra adversários (muito) mais fortes; contudo, a liderança isolada do Flamengo é um fato concreto e, como se não bastasse, que não ocorria há sete anos (!) no Campeonato Brasileiro. Melhor ainda que ela chega após uma boa atuação, impondo-se com tranquilidade contra um adversário inferior. Então, se depois de uma vitória como essa o time olha pra frente e não enxerga nninguém, tá na hora de pisar no acelerador e fazer os adversários comerem poeira. Em vez de se perguntar se a liderança é sustentável a longo prazo, é momento de efetivamente agir para que seja. Domingo que vem, no Maracanã, o Flamengo certamente receberá o Internacional com casa cheia e, se nada absurdo ocorrer no CAS na próxima terça-feira, contando com Guerrero no comando do ataque, com fome de bola e contra um velho freguês (do peruano).

Não se trata de esquecer o passado, mas de desvirar o fio e olhar pro futuro. O Flamengo está na disputa das principais competições do ano. Passou da hora de voltar a se apegar as primeiras posições, primeiro passo para a volta dos títulos. A limonada rubro-negra não tem como deixar de sair um pouquinho azeda, haja vista o enorme desgaste com a torcida, provocado pelo caminhão de erros da Diretoria e a postura debochada e asquerosa do presidente, mas dá pra ser feita e descer tranquilamente. Dependerá do elenco ter uma postura para competir que não existiu nos últimos anos. O Flamengo está acima de qualquer personagem, principalmente dos menores.

***

Barbieri ou Barbiola? Brincadeiras à parte, nosso jovem treinador interino demorou um pouquinho, mas cedeu à voz das ruas cibernéticas do Buteco e da FlaTT, adiantando Diego e recuando Lucas Paquetá, cujo jogo vertical fez a diferença ao lado de um Everton Ribeiro aplicado na recomposição e, embora sem ser brilhante, lúcido no apoio. Diego, adiantado, não apresentou os mesmos defeitos das outras partidas e, como já era de se esperar, subiu de produção (também sem ser brilhante) próximo da área, tendo o terceiro gol sido mera consequência de seu bom aproveitamento nas finalizações. Com uma boa sequência, todo o time poderá subir de produção com essa nova disposição das peças dentro de campo.

Se existe alguma chance de Barbieri crescer como treinador, está em não ser teimoso como Zé Ricardo e fazer o melhor para o time. A última coisa da qual o Flamengo precisa é um treinador inseguro que compensa o ego brigando com torcedores e se preocupando em contrariá-los. Já basta o presidente.

***

No primeiro tempo o time ainda apresentou um pouco da falta de objetividade, em que pese o treinador do Ceará haver mudado seu desenho tático (4-2-3-1) para escalar uma linha de três zagueiros com o objetivo de esperar o Flamengo em seu campo defensivo, dificultando a articulação do nosso meio campo. Paquetá se destacou desde o início e não foi à toa que, antes do gol, foi o autor das duas jogadas mais perigosas da equipe: primeiro, uma ótima finalização de fora da área, pela direita, com o pé trocado; depois, numa cobrança de falta, ambos os lances defendidos pelo goleiro Éverson, que teve bastante trabalho. Júnior Capacete, na transmissão da Globo, ressaltou a mudança de postura do time na marcação e foi assim que Cuéllar ganhou uma forte dividida e conseguiu a posse de bola, permitindo-lhe lançar com precisão Vinícius Jr., que, fazendo o famoso "facão", abriu o placar para o Mais Querido.

Já o segundo tempo foi um verdadeiro passeio rubro-negro. Mais solto com o 1x0, o time jogou com desenvoltura, tendo o segundo gol saído de uma verdadeira pintura de jogada. De certo modo me lembrou o segundo gol contra o Atlético/PR no Maracanã pela Libertadores/2017, mas dessa vez achei a jogada ainda mais elaborada. O elenco tem potencial para jogar com qualidade. Individualmente, destaco Vinicius Jr. não por ter sido o melhor em campo, mas por haver começado mal, errando várias jogadas como nos jogos anteriores, porém se recuperando ainda no primeiro tempo. Depois de duas ou três boas jogadas, o gol saiu, comprovando que o caminho certo é insistir na sua escalação desde o início. De qualquer modo, a verdade é que Lucas Paquetá foi o nome do jogo, tendo sido bem coadjuvado por Cuéllar, o próprio Vinícius Jr. e Rodinei. A rigor, o time todo se comportou bem, mas Henrique Dourado destoou todas as vezes que precisou sair da grande área.

***

A chapa esquentará na quarta-feira, em Campinas, no Moisés Lucarelli, contra a Ponte Preta. Muito embora o adversário esteja 13ª posição no Campeonato Brasileiro da Série B e tenha sido derrotado em casa no último sábado, todo mundo sabe que as competições eliminatórias, do tipo "mata-mata", são um capítulo à parte e disputadas com enorme intensidade. Prevejo um jogo truncado e não me surpreenderei se também for pobre tecnicamente, tal como ocorreu em Chapecó pela Sul-Americana em 2017. A Ponte Preta, sabedora de sua inferioridade técnica, certamente tentará nivelar o jogo com uma fortíssima marcação.

Passo então a palavra a vocês para que comentem o jogo de ontem e digam se rodariam o elenco em algum dos próximos dois jogos ou manteriam o time titular em atividade. Mas antes, de arremate, afirmo pra vocês que sou mil vezes mais El Pistolero "Pivozón" do que o Ceifador, e contrataria correndo um treinador estrangeiro de bom nível, aproveitando essa parada para a Copa do Mundo.

Bom dia e SRN a tod@s.