quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Alfarrábios do Melo

E hoje termina.

Termina o ano. Em seu momento mais importante.


Ao inferno se foi ruim. Às favas se foi sofrido. Não interessa o que aconteceu, como se deu, quem acertou, qual foi o que errou, o que seria feito de outra forma, o que se procedeu direito.

Esqueça-se se o time dos caras joga direito, se tem bons jogadores, se é jovem, se a defesa não presta, se chegou a pipocar no primeiro jogo, se somos favoritos ou azarões. Nada disso tem importância.

Como não faz a menor diferença se levaremos a campo onze craques ou paus de vassoura. Se nosso treinador terá sido o principal responsável pela grande guinada na reta final. Os aspectos técnicos, táticos, físicos, a temporada longa, os desfalques. Detalhes irrelevantes.

Porque hoje é dia de decisão.

E aí, amigos, irá se dar a magia, a alquimia, o amálgama que define de forma mais primitiva a nossa essência. A junção do Flamengo com sua gente.

Hoje nos daremos as mãos. Cada flamengo pulverizado no mais remoto recôndito dessa Nação estará conectado, irmanado em fé, levando seu grito, sua vibração, a energia que brotará de suas entranhas, canalizada para o místico templo engalanado em negro e rubro, explodindo em um urro febril e uníssono. Um urro de quarenta milhões de almas famintas da fome de vencer. De erguer-se em triunfo. De conquistar.

Vamo, Flamengo! Vamo ser campeão!

É chegada a hora da batalha final. Nós gostamos de batalhas. Nós somos da guerra. Nós somos do combate. Da luta se fez a nossa glória, à nossa frente só se apresenta uma opção: vencer. E é em dias como o de hoje que cada verso, cada sílaba dos nossos hinos e cantos de amor precisa se fazer mostrar. É em momentos como o dessa noite que o Flamengo erige-se em toda a sua força. Transmuda-se, olhos porejando em sangue, os dentes cerrados clamando por sufocar, acuar, perseguir, sobrepujar. Matar. O adversário, olhos em pânico, suor gelado, revestindo-se em presa.

Não temos medo. Não fugimos da briga. Vamos honrar a nossa história e a nossa essência. Vamos encharcar nosso sacro pano preto e encarnado. E juntos, na mesma vibração, na mesma sintonia, vamos fazer com que nosso indelével estandarte seja novamente erguido ao mais alto dos planos. Porque é da nossa força. É da nossa natureza. É da nossa estirpe.


PRA DENTRO DELES!


Os Alfarrábios entram em férias a partir de hoje, retornando em 11/01. Boas festas a todos.