quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Hora de título grande

Chegou o momento da verdade. A decisão contra o Cruzeiro pela Copa Brasil 2017. Um título grande. O segundo maior do país e relevante pelo simbólico do tipo de torneio. Um mata-mata, onde o clube campeão simplesmente vence todas as decisões que faz ao longo do percurso. Torneio de tiros curtos e rápidos. Sem chances para recuperações longas. Flamengo precisa de outro título assim. E rápido. Até para justificar o trabalho enorme, árduo, da gestão em recuperar o clube financeiramente e administrativamente, colocando o Flamengo, enfim, no século XXI em termos de gestão e planejamento.

Mas e o nosso time? Troca de técnico recente. Veio um técnico estrangeiro e "copeiro", ao contrário do anterior, inexperiente e tacanho quando em qualquer disputa decisória. É lógico que não deu tempo para Rueda implantar o tipo de time que desejaria. Trabalha à partir das bases esquemáticas deixadas por Zé Ricardo, na qual é auxiliado por Jayme de Almeida. Não é um bom agouro mas é o que temos.

Sua mudança filosófica de esquema, priorizando a saída de bola por volantes já é um avanço na concepção anterior. Porém, ainda temos problemas no elenco. Com o empréstimo de Ronaldo ao Atletico GO só temos, em condições plenas física e técnica, apenas um volante, o Cuellar. Arão e Rômulo não parecem estar ainda em plenas condições físicas. O que nos sobra o controverso Marcio Araujo para atuar como dupla ou Mancuello, aquele-que-não-joga. Creio que, infelizmente, até pela marcação necessária contra o bom time do Cruzeiro deve optar pelo Marcio Araujo, pela fama injustificada que este jogador tem em ser bom na marcação. Não é bom em nada. 

No ataque sem centroavante disponível (valeu Rodrigo Caetano por liberar Damião) Rueda tem uma dor de cabeça. Pode tentar um trio mais ofensivo com Vinicus-Jr, Everton e Berrio ou colocar Paquetá para poder segurar mais a bola. Não é um jogador de vigor físico como Guerrero que segura as tijoladas longas que recebe, o que atrapalha um pouco o estilo de jogo que o Flamengo está acostumado. Berrio, se colocado como centroavante, também não tem este estilo, é mais um jogador do estilo "bola na frente". Enfim, Rueda teve algum tempo de treinar a melhor opção e o time saber o que fazer na hora do vamos ver.

E no gol? O experiente e inseguro Muralha "pior defensor de penaltis do mundo", ou o inexperiente Thiago que parece ser melhor nesta questão? O Extra deu uma força ao Muralha através de uma reportagem de péssimo gosto, "bullizando" nosso goleiro o submetendo a execração pública. Isto cria um sentimento de proteção do grupo natural em relação a ele e uma vontade de "dar o recado". Mas está em péssima fase. O treinador de goleiros do Flamengo, Victor Hugo, cujos treinamentos mostrados em vídeo são sempre de intensidade de sub7, parece estar ajudando nesta involução. Espero que Rueda pensando mais no time e menos no grupo, escale o Thiago.

O jogo no Maraca será tenso. Como toda decisão é. Proporciona aquela tensão que gostamos de sentir. A pior coisa é nosso clube vendo os outros passarem em sua frente. Agora pode ser a nossa hora. E pode ser um dos últimos títulos a serem conquistados no Maracanã, vítima do crime que governantes corruptos, sórdidos e imorais deixaram de legado, o destruindo estruturalmente, pois tornando-o de manutenção caríssima e inviabilizando o aproveitamento do espaço para disputas entre clubes grandes de futebol com suas torcidas, pois a "inteligência" que reprojetou o estádio ignorou sua utilização pós-Copa do Mundo.  

Com isto chegamos a hora de outro título grande para nosso futuro. A possível construção de nosso estádio. Uns lamentam a localização, outros gostaram. Enfim, seja o lugar em que pousemos a nossa nave, ali será um lugar sagrado. E o entorno, como mágica, se elevará.