quinta-feira, 13 de julho de 2017

O Flamengo Rico

O Flamengo enricou. Pelas visíveis demonstrações de riqueza patrimonial (CT, Piscina Nova, Ilha do Urubu, instalações modernas de musculação e ginástica, na Gávea) e contratações incríveis que até a cinco anos atrás ninguém esperaria. Não estamos mais contratando revelações de time B de campeonato paulista. Estamos mirando jogadores top, em relação ao mercado até sul-americano.

Isto é ótimo. Mostra o enorme sucesso administrativo, financeiro, jurídico, comercial e mesmo de comunicação do clube. Isto, sendo preservado pelos torcedores e associados daqui para frente, garantirá ao Flamengo a montagem de times cada vez mais fortes.

E não ficamos só no aumento da pujança financeira. Os processos no futebol estão sendo aprimorados. Antes o Flamengo tinha apenas 3 olheiros. Agora pretende ter 12 para captar talentos pelo Brasil e colocar em uma alguma divisão sub. Contará com parcerias tb e uma consultoria internacional para aprimorar o trabalho de seleção e treinamento da base. Isto garantirá ao Flamengo a captação de melhores jogadores para o futuro. Além de cuidar da formação deles, fornecendo estudos, apoio psicológico, e disciplina através do esporte. Muitos destes jovens vem de famílias desestruturadas e se não vingarem como jogadores, sairão do Flamengo melhores preparados para o mundo. Isto é um saudável trabalho social que muito me orgulha.


O Flamengo rico atrai holofotes. Atrai ofertas. Atrai jogadores mercado afora para jogar aqui, além de, em tese, fazer os jogadores que estão dentro não tiverem vontade de sair.  O Flamengo rico constrói um outro CT para o profissional ainda mais moderno que o atual. Que jogador não vê isto e não pensa no Flamengo como uma grande alternativa para sua carreira?

Mas isto também tem implicações. Maiores orçamentos, maiores e melhores contratações. O elenco é de peso. Mas só 11 jogam como titulares. E o resto aguarda sua chance. A base, que está sendo tão incrementada em orçamento e processos, tem o grande risco de perder sua vez para a grande contratação do momento.

Enfim, são equações difíceis de se resolver. Mas são problemas que o torcedor do Flamengo, por anos sofrendo com declarações de seus dirigentes que "acabou o dinheiro", "conseguimos pagar hoje o salário de três meses atrás", gostaria de ter.

Esta mentalidade empresarial da gestão à partir de 2013 levou a estes frutos e colocou a saúde financeira na ordem do dia, em qualquer "unidade de negócio". O que nos leva à questão da bilheteria. Embora muitos reclamem do preço alto, ele permite hoje uma receita líquida em torno dos 250k por jogo. Flamengo não pode ter prejuízo. É uma questão de princípio. E a bilheteria é parte importante da receita em qualquer clube do mundo. Nós fomos privados de jogar em outras praças no campeonato brasileiro, em uma decisão que visa destruir a popularidade do Flamengo a longo prazo. Estas outras praças tem maiores lotações que permitem menores preços. O Maracanã, dilapidado pela quadrilha Cabral, caro, torna-se quase que inviável. Além disso há o aspecto estratégico pois o Flamengo quer ser um concessionário de sua operação. Como forçar que o péssimo, desastroso, leniente Governador Pezão, assecla de Cabral, finalmente tome uma decisão em relação ao Maracanã se continuar jogando lá normalmente?

Enfim, ser rico traz problemas novos. Mas é muito melhor que ser pobre. Estas condições nos permitirão voos altos e consistentes se não no presente em um futuro próximo. Nosso dever é proteger esta situação e impedir que aventureiros parasitas joguem tudo isto no lixo no futuro.