sábado, 10 de junho de 2017

Convicções

Wesley Samp - http://www.oslevadosdabreca.com

Muitas vezes ouvimos menções a pessoas falecidas sendo referidas como homens ou mulheres de convicções como se fosse algo nobre. Já Nietzsche, no seu livro Assim Falou Zaratustra, escreveu:

"As convicções são cárceres... são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."

Foto: Gilvan de Souza
Zé Ricardo, a se confirmar o que foi divulgado sobre o treino da última sexta-feira, quando teria testado o time com as entradas do Thiago e do Vinícius Jr. nas vagas do Muralha e do Ederson, tem tudo para morrer com suas convicções. Nada justifica a manutenção de determinados jogadores na equipe titular. Márcio Araújo é praticamente uma unanimidade. Nem mesmo seus defensores mais ferrenhos que até conseguiram enxergar uma fase boa há pouco mais de um mês. Foram três ou quatro partidas em que, realmente, o volante se destacou com disposição e desarmes. No entanto, a dificuldade nos passes continuou e sua nulidade na saída de jogo é cada vez mais evidente.

Outro que já está fazendo hora extra no time é Willian Arão. Cotado até para a seleção brasileira, o futebol do Arão caiu, caiu e hoje ele é um fantasma em campo. Muitas vezes, admito, prejudicado pela própria opção do treinador por três volantes em algumas partidas. Das cinco rodadas do Brasileiro, apenas contra o Atlético Goianiense e Sport, Arão atuou na sua real posição. Aberto pela direita, como nas outras três ocasiões, não funcionou. Há também um questionamento a respeito da sua forma física que parece realmente ter se deteriorado.

Entretanto, mesmo com Rômulo recuperado, Cuéllar e Ronaldo a disposição, Zé Ricardo parece que vai para o jogo contra o Avaí amanhã com a dupla. Sua situação é praticamente insustentável e mesmo um empate pode selar sua despedida do comando da equipe rubro-negra. Digo mais, apenas uma boa sequência de vitórias poderia ser capaz de salvar seu emprego.

O receio, todavia, recai nas opções disponíveis para substituí-lo. O nome mais comentado é o do Marcelo Oliveira. Apesar de bicampeão brasileiro com o Cruzeiro, os trabalhos recentes do treinador mineiro não me animam. Mesmo com o título da Copa do Brasil, o futebol apresentado pelo Palmeiras, baseado em ligações diretas e com a equipe muito espaçada em campo, não era agradável. Até mesmo o segundo título do Cruzeiro foi conquistado com base em jogadas de bola parada. Nem conto a péssima e meteórica passagem pelo Vasco. No Palmeiras e Atlético/MG, seus últimos dois clubes, teve aproveitamento pouco superior a 50% dos pontos, com 42 vitórias, 25 empates e 28 derrotas em 95 partidas.

Foto: Gilvan de Souza

Dorival Jr., recém demitido do Santos, poderia até ser um bom substituto, é, dentro das possibilidades, o treinador que parece estar maia antenado com as novidades táticas no mundo. O problema é o processo que corre na Justiça com o qual briga por mais de R$10 milhões com o clube. Ney Franco, Argel, Cristovão, Ricardo Gomes, Celso Roth, todos nomes que me dão arrepios. Mesmo entre os empregados, teríamos dificuldades para encontrar um "tiro certo". Treinador estrangeiro, no meio da temporada, seria temerário.

Uma derrota amanhã transformaria a inauguração da Ilha do Urubu, na próxima quarta, num inferno e o risco de alguém fazer uma besteira e inviabilizar o nosso estádio para o restante do ano seria maior. Resta torcer. Sempre!