sábado, 15 de abril de 2017

Uma Tarde na Gávea

Foto: Gilvan de Souza

Sábado foi dia da base do Flamengo. Três jogos na Gávea, no Estádio José Bastos Padilha, pelo Carioca, e três por competições internacionais. Desde 2003 até o ano passado, a base rubro-negra participou de cinco torneios fora do Brasil. Nesse ano, serão sete. Fazer parte de campeonatos desse tipo é fundamental para mudar o patamar da base. Não basta revelar bons jogadores se o "mercado internacional" não os conhecem. Não falo dos extrassérie como Vinícius Jr. ou outros que chegam nas seleções mas daqueles que não serão aproveitados no time principal.

Nos últimos anos, formamos gerações e simplesmente as perdemos. Dos onze titulares da final da Copa São Paulo de 2011, por exemplo, apenas o César e o Adryan continuam no clube. O goleiro, depois de passar pela Ponte Preta, sem chances, e pela Ferroviária, voltou ao clube para compor elenco. Já o meia não consegue aproveitar as várias chances que são dadas a ele. Os demais rodaram por vários clubes e estão hoje em centros menores do futebol, sem que o Flamengo tenha recebido nada por eles.

Enfim... resolvi hoje passar no clube para assistir o sub-20 jogar pela última rodada da Taça Guanabara. Ao time não bastava apenas vencer, dependia também de, ao menos, um empate do Madureira frente ao Resende. O Flamengo não teve dificuldades para fazer 8 a 0 na fraca equipe do Bonsucesso só que a goleada não adiantava de nada. O Tricolor Suburbano vencia por 2 a 1, de virada, até os 49 minutos do segundo tempo, quando o Resende empatou e os Garotos do Ninho comemoraram a classificação nos vestiários da Gávea.

Aproveitei para, mais uma vez, ver Vinícius Jr. e Lincoln in loco, dessa vez jogando com garotos de dois a quatro anos mais velhos. Os dois vocês já conhecem, estão alguns degraus acima dos demais. De qualquer forma, deu para perceber o que espera se o Vinicius chegar ao time principal antes de ser negociado com algum gigante europeu. O garoto não foi brilhante, perdeu um gol nível 12 na escala Deivid de gols perdidos mas marcou duas vezes. Entretanto, não escapou de ouvir reclamações vindas da arquibancada. Atrás de mim, um torcedor gritou "mascarado". Outros chiaram quando ele forçou um passe de calcanhar ou um driblinho de letra que não funcionaram. Imaginem a pressão por que ele passará no Campeonato Brasileiro, por exemplo...

Sobre os demais, tenho muita esperança no lateral Klebinho e no meia Jean Lucas. Esses dois, certamente, nos serão bastante úteis quando subirem para o profissional. Os dois zagueiros, Dener e Rafael, também tem chances, principalmente o primeiro pelas suas características de liderança, assim como o volante Hugo Moura. O lateral esquerdo Michael apareceu bastante bem no sub-17 mas parece que deslumbrou um pouco. Se voltar o foco, pode ser muito útil. Os demais, não sei, não vejo muito futuro no Flamengo mas, como falei antes, são esses jogadores que o Flamengo tem que aprender a negociar para pagar a base e poder manter as estrelas.