quinta-feira, 23 de março de 2017

Flamengo 3 x 0 Bangu - Sparring sucumbiu no fim

E mais uma vez fomos brindados por um jogo contra um time severamente limitado, no campeonato medíocre e deficitário para clubes de porte do Flamengo. Bangu, que nos tempos do dinheiro fácil dos negócios de contravenção de Castor de Andrade, apresentava até belos times, chegando a ser vice-campeão brasileiro, hoje é um fantasma do clube que um dia foi. Mesmo com o bom técnico Roberto Fernandes e o reforço do Loco Abreu, embora em plena decadência técnica e física, não apresentou nada de relevante a não ser uma defesa que procurou não dar espaços ao Flamengo e um goleiro que foi o destaque do primeiro tempo com defesas ágeis e arrojadas.

E o Flamengo? Bem, o Flamengo mostrou, mesmo contra o Bangu, seu problema crônico em finalizações. Como chutam mal. Talvez acertem todos os chutes no Ninho do Urubu, mas na "vida real" erram tudo. Daí algumas boas jogadas acabam desperdiçadas por finalizações bisonhas. O apreço de atacar pelos lados em detrimento de jogadas articuladas pelo meio, mais uma vez se pôs em campo. Mancuello, com o espaço que times sparring lhe dão, fazia boa partida pela direita. Indo, voltando, fazendo ultrapassagem e ocasionalmente indo pro meio. Everton fazia sua partida regular de sempre. E o Vizeu, não entendi porque, saía tanto da área que quando acontecia um ataque nunca estava presente onde realmente precisavam dele.

Marcio Araujo, com o espaço no meio de campo que o Bangu dava, provocou elogios em série na estranha transmissão do jogo. Por motivos a mim suspeitos, a Globo insiste em incensar um jogador reconhecidamente limitado no Flamengo, provado em jogos contra times de porte. Mas contra o Bangu enganou bem. Ia, voltava, passava, com espaço e tempo sem marcação, fez a festa, como todo bom jogador de pelada. Mas se apertar...a casa cai. Como sabemos a longos 4 anos.

Enfim, o Flamengo terminou o primeiro tempo no 0 a 0, com direito a mais uma (até quando?) cobrança de falta bisonha do perseguido Vaz. O que foi preocupante. No segundo tempo, após falha de marcação e recomposição, Bangu, em raro ataque, caso fez o dele, por má finalização do atacante. Poderíamos estar perdendo até. E o Flamengo começou a rarear mais no ataque. Bangu acertou a marcação em cima do Mancuello.

E aí o Zé Ricardo decidiu entrar novamente no mode "Ney Franco". Ao invés de tirar um dos volantes decidiu tirar o Paquetá, o que mais fazia a bola girar pelo meio auxiliado por Mancuello, também substituído. Entraram Berrio e Damião. Ou seja, mais uma vez, um técnico acredita que atacantes é tudo para marcar um gol, quem passa a bola mero detalhe. Mas, contra um Bangu, adiantou algo de início. Berrio entrou muito bem e melhorou o lado direito junto com Pará. Mas com o tempo a dificuldade de articular jogadas ficou flagrante, até que Renê, o lateral comedido, de repente, do nada, resolve chutar de longe e marca um belo gol.

Uau. Festa. Enfim, temos alguém que ao menos finaliza bem de longe. Com isto imediatamente Zé Ricardo substitui Vizeu, em partida apagadíssima, e coloca Matheus Sávio, que, claro, melhora substancialmente a troca de bolas pelo meio e articulação de jogadas. Com o Bangu nas cordas, Damião marca um gol com bela  cabeçada (agora só gols com bola rolando, que maravilha) e mostra o cobertor curto do reserva centroavante. Quando Vizeu entra desejamos Damião, e quando Damião entra desejamos Vizeu. Ao final da partida Matheus Sávio fez o dele em chute colocado e se emocionou muito.

Enfim, ganhamos de 3 a 0, vale os três pontos e classificação antecipada para a semifinal deste campeonato esquecível que não mede nada, a não ser mostra flagrantes do momentos do time e opções do treinador para raras e ocasionais situações adversas. Que daqui em diante, até as semifinais, escalem o Flamengo B. Não podemos perder jogador por causa disso.