É nos
jogos grandes que os grandes aparecem.
Domingo a
tabela agenda Fluminense x Flamengo, no Maracanã. Uma partida que
tem tudo para se tornar histórica. Seja pelo posicionamento das
equipes na tabela, seja pelo momento atual, seja pelas declarações
polêmicas que têm esquentado a semana dos dois clubes.
Todos os
prognósticos apontam para um jogo sensacional. Épico. Inesquecível.
E, de
certa forma, os palpites estão certos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhn6s6aw7OBbWEWhUksNVC177wdC8ZD-brFxWL4cnm9KQfRWT3n_zK9zi8q14Teb8CcLRhem0ZiSmy2mFhyphenhyphenpAYDpuv7faAA3t6TgrrsysOJqs9NONLzFe41LEpGMPxKTLtXXpVaVPBuvPzN/s200/t1.png)
O
Flamengo não vive seus melhores dias. Com os jogadores envolvidos
com uma série de amistosos que demandam longas e cansativas viagens,
o atual Campeão Estadual, Brasileiro, Sul-Americano e Mundial tem
apresentado sensível queda de rendimento. É bem verdade que há
momentos como os 3-0 sobre o Botafogo (inesquecível olé no primeiro
encontro após os 6-0 de novembro passado), ou um vistoso 8-0 no
Madureira. Também é verdade que o time lidera a Taça Guanabara, um
ponto à frente de Vasco e Fluminense. No entanto, algumas atuações
recentes acendem uma luz de preocupação na torcida e chamam a
atenção, negativamente, da crônica. O rubro-negro foi recentemente
derrotado pelo Americano (0-1) em Campos, venceu a duras penas o
Volta Redonda no Maracanã (enganoso 3-1 conseguido nos minutos
finais) e, na última rodada, sofreu para virar em cima do Bonsucesso
(3-2) em Moça Bonita, com direito a um gol extremamente discutido de
Adílio aos 45 da segunda etapa, uma cabeçada no travessão que
quicou no solo e saiu, lance prontamente confirmado como gol pelo
controverso árbitro Luís Carlos Gonçalves, o Cabelada. Para
complicar, uma estafante viagem a Assunção durante a semana, para
enfrentar o Olímpia em um amistoso. O Flamengo vence os paraguaios
(2-0), mas o desgaste pode ser um fator negativo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs3mW7jsfWVSB8TCyBRvt6OEI_1VpMC7ojVRU_U9yhQ206LxvBLQxmyAQ3F4K2CVinPwMvWt9Zqb1Yt7qZP_XpJ5NaP-aR8kQjbTrRjS-UJSCXj6k445Ewda2o277j5pLeJI1VcBGroh4F/s200/043X.png)
Do lado
das Laranjeiras, mal se contém a euforia. Após um desastroso, quase
melancólico, primeiro semestre, o tricolor parece dar sinais de
recuperação. Com o que sobrou do dinheiro da venda de Edinho, monta
uma equipe barata, que começa a dar liga nas mãos do treinador Lula
(ex-jogador, atacante do forte Internacional dos anos 70 e do próprio
Fluminense, anos antes). Embalado, o Fluminense vem de resultados
expressivos (3-0 Campo Grande, 5-0 Americano, 4-0 Portuguesa) e exala
otimismo. Buscando capitalizar esse bom momento e injetar ainda mais
confiança em seu jovem plantel, Lula inicia uma “guerra de nervos”
pelos jornais, fustigando o rival.
“Vi os
últimos jogos do Flamengo. Time deles não assusta. Dependem demais
de Zico. Ademais, andam ganhando jogo com gol que não foi. Disso
tenho medo. Dentro de campo, somos favoritos.”
É usual,
diante de declarações do tipo, que o rival “provocado” recorra
a clichês como o trabalho em silêncio, a colocação de jornais nas
paredes do vestiários, entre outras manjadas artimanhas
motivacionais. O Flamengo opta por não seguir nada disso. Quem
retruca é o próprio Presidente.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiswdQA3aUb9-VUPDal7qAOagg1BA_87bP6zfC__MU_y6vULJqmQKhfeKuw4EO2Ea7KTgoRgGcDRePMXZWFKEP2TjdGsODrz8ZJgYzk7eI9cipDZMkc4q3YKCdCHxDLDFfwYJVHcjG6mPtw/s320/043W.png)
“Não
estou entendendo o Fluminense. Ganha dois ou três jogos e já quer
pagar de grande. Pois pra mim continuam com o mesmo timinho. Domingo
vão apanhar de muito. Vai ser um treino.”
As
bravatas do dirigente rubro-negro espirram nos jogadores. Mesmo os
comedidos Zico e Júnior resolvem soltar o língua: “Esse time do
Fluminense, com muito, mas muito boa vontade, é a terceira força do
futebol carioca. Estão bem longe de nós e um pouco abaixo do Vasco.
O resto é conversa pra vender jornal”
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjea677FXb5x1wKYKMQP-bYzSWG0RMby1wUv36VoB_X-BuWHVxgKVoxKyb-FpDaNURnzPjsmHgmqYYhP7TGQoLdqHfToXIbLz2xFnIfozg1udHHmdWpRbWxHBrV13KzVVkPOHKATh3QEwMS/s320/043G+-+Fluminense+0-3+Flamengo.png)
Enquanto
dirigentes, jogadores e membros de comissão técnica vão batendo
boca (e ajudando a promover o clássico), uma personagem resolve
escolher o silêncio. Carpegiani, treinador do Flamengo, que começa
a sofrer algumas críticas veladas acerca do desempenho do time, sabe
que, mais do que nunca, precisa de uma vitória no Fla-Flu. De
preferência, com boa atuação. As declarações fortes estão dando
à partida um viés de confronto aberto. Para piorar, Lula (que é
seu amigo pessoal, ex-companheiro dos tempos de Inter), segue com sua
deliberada tática de tentar tirar o equilíbrio emocional do
Flamengo.
“Soube
que o Flamengo vem com dois volantes. Isso é um sinal de que nos
respeitam e nos temem. Vamos partir pra cima, vamos sufocar. Não
terão espaço para respirar.”
Com
efeito, Carpegiani testou em Assunção um meio-campo com Andrade,
Vítor e Zico, deslocando Adílio para a esquerda, saindo Lico,
poupado por uma pancada. Satisfeito com o resultado, pensa em
mantê-la para o Fla-Flu. Mas há outras alternativas. Além de Lico,
que é dúvida, Nunes está voltando da cirurgia no joelho e já pode
ficar à disposição. Caso deseje manter o artilheiro no banco, a
opção é seguir improvisando Peu. Na direita, Tita poderá seguir
no time, ou o irrequieto Wilsinho poderá ser lançado. Carpegiani
testa uma série de variações e recusa-se a dar qualquer pista.
“escalação, só quando entrar em campo”. Sério e calado, faz
treinos reservados e conversa. Conversa muito com seus jogadores.
Aqueles
habituados às coisas da Gávea percebem. Os olhos do treinador estão
marejados de sangue.
Finalmente
chega o dia em que Fluminense e Flamengo duelarão pela liderança da
Taça Guanabara, que abrirá o caminho para o título do turno e a
consequente vaga às finais do Estadual. O Maracanã está belíssimo,
esfuziante, ensolarado, colorido. E trajado em gala. 122 mil
pagantes.
Valquir
Pimentel trila o apito.
* * *
Os passos
são arrastados. As feições, sombrias, compõem um semblante
taciturno, que contrasta brutalmente com a postura loquaz dos dias de
prelúdio do clássico. Os olhos parecem perdidos, a dicção tateia
gorgolejante em busca de alguma palavra que consiga minimamente
explicar o que acaba de acontecer no sagrado relvado do Maracanã.
Sem êxito. O treinador apenas balbucia, aos ávidos microfones que
teimam em lhe negar a tão ansiada paz, frases desconexas, com pouco
sentido aparente.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg5I1HkoZDFp_asiUC8x_rCgE6ZFh1oIMNeNSN1sFOIgpHFhZpiMy4TPhbeMMAMp73eCKJHReps2YvbwNERhe_3hru5xQDJaQ-OoM0tau0DlENbyN-Nblc6U-02dGIPiEShLDs46EclWVW/s200/043P+-+Fluminense+0-3+Flamengo.png)
“Eu
falei... Não era pra avançar... Eles foram... Deu no que deu...
Time deles queria isso... E nós caímos na armadilha... Mereceram...
Mas eu falei, eu falei...”
O placar
eletrônico do Maracanã segue reluzindo, na forma de um implacável
epitáfio em letras feéricas e garrafais, “FLUMINENSE 0 FLAMENGO
3”. Mas a mensagem transmitida pela luminosa engenhoca não chega
nem perto de traduzir, de exprimir, de definir o mais completo, o
mais inapelável, o mais irretorquível massacre que se fez
presenciar em toda a Temporada de 1982 no Maior Estádio do Mundo.
Uma surra técnica, física, moral e acima de tudo tática. O
Flamengo acaba de quebrar a espinha do adversário. A derreter-lhe as
entranhas.
Do outro
lado, o principal responsável pela escovada sorri, estranhamente
tímido, talvez assustado com a repercussão da obra que concebera e
que seus comandados souberam executar com tanta perfeição.
Carpegiani
entrou em campo com os tais dois volantes. Mais, manteve Wilsinho na
ponta-direita e improvisou Tita na posição de centroavante, um
“falso nove”. No entanto, a verdadeira surpresa, o real “pulo
do gato”, não se deu com a formação que enviou a campo. Mas com
o que fez com esses onze jogadores.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE9MwJ6VJiQv4c1tiLVRtMZ47ooPqu77BQlFKDUNBBKg8vZVFObkulVHb-bRi2AUkYITaM68q-USBGqA8UlSmausW86E1ThDKdo-t_a_YGi8kLVkYHE4G4D-3H3yprSfvFIxLjI3TQjPDH/s200/043C+-+Fluminense+0-3+Flamengo.png)
O
Flamengo iniciou o jogo em postura completamente retraída.
Carpegiani mandou Wilsinho, Tita e Adílio formarem uma linha mais
adiantada e recuou para formação “de defesa” os demais
jogadores. Isso criou um buraco na intermediária do Flamengo. Ávidos
e plenos de confiança, os fluminenses avançaram, ocupando todos os
suculentos espaços colocados à sua disposição. Foram com todo
mundo. Começaram a criar chances, perder gols. O Flamengo sabia que
precisaria sofrer um pouco. E sofreu. Cantarele fez defesas.
Zagueiros foram pra bicuda. E, a cada dificuldade flamenga, os
tricolores avançavam mais e mais. Atacavam com oito, nove. Volantes
viravam meias, laterais se tornavam pontas.
A presa
estava definitivamente atraída.
A
armadilha do falso domínio territorial já havia sido usada outras
vezes (como, por exemplo, no dia que o Flamengo deu 6-0 no Botafogo).
Mas a artimanha mais letal, mais desconcertante, mais espetacular,
ainda iria começar a se mostrar.
Aos
poucos, o Flamengo foi saindo para o jogo, trocando passes,
envolvendo. Mas algo bizarro parecia acontecer. Zico estava
posicionado como volante, ao lado de Andrade. Recuava e começava a
meter lançamentos longos a Wilsinho ou Adílio. Tita voltava para a
meia, para fazer a armação. Vítor se projetava como um “camisa
10” autêntico. E foi como um ponta-de-lança que o “volante”,
após bela troca de passes, aproveitou um rebote em um chute de
Adílio, deu um corte em Aldo e, como um atacante, bateu seco, no
canto, para abrir o placar, aos 17 minutos.
Pouco
depois do gol, Wilsinho levou uma pancade e teve que sair. E
Carpegiani completou seu plano, colocando Lico em campo. Assim, o
Flamengo passava a estar escalado com Cantarele, Leandro, Marinho,
Mozer e Júnior; Andrade, Vítor e Zico; Lico, Tita e Adílio. Dois
volantes, quatro meias, NENHUM atacante de ofício. E seu jogador
mais ofensivo, Zico, atuando como volante, enquanto Vítor atuava
mais solto. Mas ainda haveria mais.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnF1QXbHGNLwDrQmshDt9xl_X0i7FonLwp794_s45J0OD2evvSTdfpNwJv_F7RkUAxtcERfRshwECaNZ_3hwCckfQHwAZ9qcZTgMNFqaeUlnFYaoXit3gTq0BoMHIM89iHu9hsszNJbcn4/s320/043ZC.png)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnxDW78AmkJsvrGKf0xOI8noX-96xICkAByzH0oj-OZCMxhmnczI5auZLBGYA9i4ShFKYJmiheEDmo47Hnfs5fRVuJ4FkuD5rU3m478rwWXr4xF3bl_1_vMrInp2_IDCdBhmhefgknQotz/s320/043K+-+Fluminense+0-3+Flamengo.png)
A
alucinante movimentação do Flamengo não parecia conhecer limites.
Júnior, que sempre atuara avançado, participando das ações do
meio, dessa vez ficou preso, cuidando do perigoso ponta Robertinho.
Com isso, o zagueiro Mozer passou a participar de triangulações
pelo lado esquerdo do ataque. Quando Mozer ia, Adílio voltava e Tita
abria. Ou Lico. Não havia centroavante. Pelo lado direito, o
Flamengo armava jogadas de ataque com Leandro e o zagueiro Marinho,
enquanto Lico voltava para a lateral, fazer a cobertura. Zico, sempre
como regista, cantando, lançando e dando esporro. Os volantes Delei
e Rubem Galaxe, confusos, sem saber se adiantavam para marcar os
lançamentos do Galinho ou se guardavam suas posições. Enquanto a
marcação do Fluminense batia cabeça, o Flamengo desfilava em
campo. Uma sequência rápida e antológica de passes, todos de
primeira, terminando numa cabeçada perigosa de Tita, Maracanã indo
abaixo. O Flamengo e seus globettroters da bola. Mesmo o rabugento
comentarista Márcio Guedes, sempre pronto a trazer uma palavra
crítica, parecia se render, “a atuação do Flamengo na tarde de
hoje é irrepreensível.”
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJx8duLS6F859XF3JyrjaYdaxI2akGkZygP0lfaOwgN7bKt3KKNGcmZfop6iccQFNRKcr4-7jR7YgcxyKBCR2e1Wn14Q0D-MXOGmT_wPgx0OQ5c3ofNY1q2MCZjl-HM12p6g300Kpe90_Z/s200/043ZH.png)
E os gols
saindo, um atrás do outro. Após mais uma alucinante troca de
passes, a sobra com Adílio, o passe pra Zico, vindo de trás, o
Galinho emulando Pelé pro Capita Torres e rolando a bola com desdém,
com nojinho, para a bomba de Andrade. 2-0. Logo depois, Zico
apanhando a bola na intermediária, Mozer e Marinho se projetando pra
receber na frente, a bola na direita pra Lico, a entrada “em facão”
driblando a defesa, o toque de lado para Marinho finalizar como
ponta-direita. 3-0, aos 34 minutos do primeiro tempo. O Flamengo
dizimava o Fluminense em 17 minutos.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisHVmWuMX1uT65KdYcwFw1IkHrtGuv5NlYqawF1bjiohShK__FlkgPQkXCiL-3my65wp6lqMsouT4d4zyZtKaWkF6hgNQrZgDszTk0WOaFY8HxpO8t-yVbrWEhn5vQmodJ1Ty3HPBW4ig_/s200/043ZI.png)
Era uma
atuação de almanaque. O Flamengo praticava naquele Fla-Flu a coisa mais
parecida, em gramados brasileiros, com o futebol do mitológico
Carrossel Holandês de Rinus Michels, um jogo de movimentações
verdadeiramente revolucionárias, o estado da arte da perfeição
técnica e tática.
Foi
demais para o torcedor Edgar. Trôpego, esbaforido, o geraldino
tricolor driblou policiais e seguranças, cortou jogadores de Flu e
Fla e se aproximou do árbitro. Não queria agredir. Não queria
xingar. Seu olhar porejava súplica. “Parem com isso, pelo amor de
Deus. Respeitem meu Fluminense!”, repetia, aos prantos. Implacável,
a torcida flamenga cantava, ao som ritmado e gostoso de uma percussão
em festa, “Queremos seis! Queremos seis! Queremos seis!”
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjexAmFyKvC8Ecl3v21ZF44vfVWhuKyASZEH3FrjUIHSGtMaySks_8rb9ZdGTPGui_cOL2c7yYBUKsXzGCPON2zlaU_0970Iv_LlsSK5uOIHVRKzPzLLkatM2mWJgT9qPwWltwPn8z4VyDv/s200/043ZF.png)
Carpegiani,
agora mais calmo, está no vestiário, sentado, expressão tranquila.
Ri quando se lembra da história de Edgar, diverte-se com os
comentários de algum torcedor gaiato. Responde com calma e inusitada
simpatia a todas as insistentes perguntas dos repórteres, “Por que
não apertou o ritmo? Por que não deu de seis?”, e lembra que o
Fluminense é um grande time, e coisa e tal, e tal e coisa, que o
Flamengo vem cansado de viagens, que tinha que reduzir o ritmo,
“Marinho e Mozer é a nova dupla de ataque, professor?”, e que
isso foi exaustivamente treinado, que ele tinha que surpreender o
amigo Lula, que o Flamengo tinha um plantel fácil de trabalhar, e as
respostas protocolares vão se sucedendo, “e a Seleção,
Carpegiani? Você se considera pronto pro lugar do Telê?”, e aí o
semblante se torna sério, parece pouco à vontade, não gosta de
falar do assunto, prefere a discrição, “se vier, será no tempo
certo”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnag6FpcyURV02EGewn9gq66kLarsIk7wuFSAMaW8CNqok-d_SZINY_MFGbTsM_9Bap0UfpGE_ZIZZWwBUauG5LEqKlVN7Tey3278vcxI16M05P6YJGISQf5NwBnpvBI1Xsb53n1oWcYSf/s200/043B+-+Fluminense+0-3+Flamengo.png)
As luzes
se apagam, e Carpegiani enfim vai deixando o estádio. Postura ereta,
séria, a satisfação da missão cumprida. A tarefa de mostrar,
mais uma vez, que o Flamengo possui um treinador à altura de seu
exuberante elenco. Um comandante em condições de criar estratégias
capazes de surpreender e desnortear seus adversários. Um “professor”
respeitado como um dos melhores profissionais do país, a despeito de
sua pouca experiência, sempre invocada em contraponto à miríade de
taças conquistadas.
Carpegiani
abre a porta do carro, acomoda-se. O melhor em campo do Fla-Flu dá a
partida e ganha o rumo de casa.
Sim, é
nos jogos grandes que os grandes aparecem.