quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Empate murcho e outras reminiscências

Ontem, dia 22/02/2017, foi mais um dia típico para o torcedor do Flamengo. Cercado de emoções e reviravoltas. Faz sucumbir aos remédios de controle de ansiedade qualquer pessoa zen. 

As redes sociais rubro-negras amanheceram em fúria. Por algum motivo, a mim desconhecido, creem piamente que o Flamengo pode moldar a realidade em que vive, a despeito dos agentes que coexistem com ele. E que realidade é esta? O Estado é hostil ao Flamengo. Governo Estadual, Municipal, Federação Estadual, CBF, tudo o que podem fazem para diminuir e atrapalhar o trem pagador, o clube que carrega multidões. Mas brasileiro é assim. Quer sempre "matar" a pessoa que faz sucesso, tendo prazer em sua ruína. O Flamengo apenas repete o padrão enquanto clube. É o espelho da sanha destruidora do povo na "morte", ainda que simbólica, daqueles que sobressaem. Não é de hoje.

Flamengo remodela o estádio da Ilha. Novas arquibancadas provisórias, novo gramado, instalações, consertar aquilo que o Botafogo destruiu "sem querer". Tudo isto toma tempo. Precisa de licenças que o Poder Público, este que tem o Flamengo como inimigo, tem o poder de conceder. "É fácil!", dizem alguns. "Basta querer!", entra o coro dos histéricos. E aí a gritaria fica turbinada porque para muitos "saiu na internet então é verdade". E taca de jornalistas e pseudos construírem matérias forjadas para causar o histerismo, que é retribuído por cliques e mais cliques, alimentando a visibilidade destes portais e atraindo mais publicidade para eles.

Sem Maracanã, sem Estádio da Ilha, e o Engenhão, construído pelo município do Rio de Janeiro, concedido a um clube com visão mesquinha sobre seu papel enquanto gestor de um estádio MUNICIPAL. Não sei as regras desta concessão absurda a um clube falimentar, mas certamente creio que deve haver impeditivo quanto a negar jogos no estádio MUNICIPAL baseado no humor do presidente do clube da vez. Mas como tudo foi armado por um péssimo e desastroso político como César Maia, tudo pode ser possível.

Enfim, redes sociais em fúria. Achavam que o Flamengo não jogaria no Rio porque não queria. Outros vociferam que queria jogar em Brasilia para "ganhar dinheiro", como se isto fosse ruim. Como acham que o Flamengo paga as contas, monta estrutura profissional e a mantém? O surto anti-capitalista do brasileiro explica nosso atraso enquanto sociedade e povo, até porque nenhuma alternativa melhor foi colocada em prática na história mundial até o momento. Enfim, Brasilia virou o inferno da vez. Apesar da boa estrutura local, torcida entusiasmada do Flamengo, "Não podia ser lá". "Tinha que ser no Rio".

Em meio a isto, a diretoria do Flamengo trabalhava em silêncio observando o barulho de fora. E, de repente, anuncia que o jogo será no Maracanã. Vozes trovejantes calaram-se de súbito. A torcida comemora a recuperação do ex-defunto para o jogo. Embora não sei como será visto o estado que se encontrava. Mas o Flamengo tem sob contrato o Marcelo Frazão, antigo gestor do estádio sob a Odebrecht, e certamente deve saber como operacionalizar para dar condições de jogo. É no que todos contam.

Emoção. Turbilhão. E vem o Flamengo jogar com seus reservas com o Ceará. Lá. Aí a emoção deu lugar ao sono. Deixo para vocês comentarem sobre este jogo.