quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Política e Flamengo



É sabido que o Flamengo, embora seja o clube mais popular do país, consequentemente do Rio de Janeiro, tem uma característica peculiar. Seus torcedores, caso façam parte de qualquer autarquia governamental, simplesmente cagam e andam pro clube de coração. Não que isto seja nocivo. Até diria que é positivo considerando um caráter republicano. Nenhum clube deve ser favorecido ou prejudicado pelo fato de afetar o emocional do poderoso de plantão.

Mas o Flamengo é o único que é solenemente prejudicado por todos governantes do Estado do Rio de Janeiro. Apenas no apagar das luzes, o vascaíno Eduardo Paes nos concedeu a licença da Areninha, o vascaíno Sergio Cabral, o nefasto ex-governador, que se encontra hoje no lugar que lhe é devido, nos afastou da licitação do Maracanã e colocou seu adjunto Pezão no poder. Um botafoguense que, mesmo com baixíssima popularidade, rasga o manual de sobrevivência política e parece que está a um passo de entregar o Maracanã a terceiros interessados na exploração da torcida do Flamengo. Como explicaria o silêncio que antecede a tempestade? 

O Flamengo, mais uma vez, será vítima de um ambiente político nocivo. Contra a FERJ, que com a chegada do Eurico ao poder do Vasco, se tornou incrivelmente ofensiva ao Flamengo, a ponto de entrar na briga pelo Maracanã, aliada a uma empresa, digamos, do mesmo "naipe", a BWA. Uma Federação que não apresenta balanços e não faz o mínimo obrigatório a sua função, organizar campeonatos decentes e competitivos.

E o Flamengo reage. Fez acordo com a Portuguesa da Ilha, e alugará seu estádio. Conselho Deliberativo e Administrativo aprovaram o contrato e o valor de empréstimo que o Flamengo deve captar para atender a este investimento. Um estádio p/cerca de 20.000 pessoas. Um caldeirãozinho que a julgar pelas imagens, colocará a torcida perto de campo. 

Sem o Maracanã iremos jogar mais ali. Mas, digamos que o Pezão, em um rasgo de maturidade e consciência política, decida pelo Flamengo, indo de contra seus aliados mas a favor de boa parte da população de seu Estado. Como o Flamengo lidaria com dois estádios? É uma hipótese remota, mas ainda plausível de aconteceu ao menos até sair a notícia de quem irá ficar com o Maracanã. Uma empresa alienígena francesa junto com um parceiro comercial detestado por todos, ou o Flamengo ? Se você fosse um governador com baixa popularidade, péssimo administrador para piorar, o que você faria para sua sobrevivência política? Prejudicaria o clube de maior popularidade?

Bem, certos casos é só uma questão de inteligência e consciência. Que legado quer passar à história, governador?