quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O Maracanã

Difícil pensar o Flamengo para 2017. Cercado por elementos espúrios em um estado em que políticos e dirigentes movem-se por um clubismo doentio, especialmente contra o clube, o Flamengo tem dificuldades em várias frentes, apesar de sua bem cuidada transformação administrativa e econômica.

De um lado, parasitas de toda espécie insistem em ter o Flamengo como trem pagador. E assim se aliam a outros animais peçonhentos, como uma quadrilha armada para colocar as garras de unhas compridas e sujas, no dote que o Flamengo propiciaria para suas vidas sem brilho. O prazer de explorar um clube maior através de jogo sujo de poder e dinheiro alheio. Julio Bueno, que fez parte do péssimo secretariado do horrendo governo Sergio Cabral, que literalmente quebrou o Estado do  Rio de Janeiro financeiramente e administrativamente, é responsável pela decisão de desviar o Maracanã de ser administrado pelos clubes, através do "repasse" da concessão, o que tenho dúvidas que esteja previsto no contrato. Os donos dos espetáculos, aparentemente, para este cidadão, devem se ajoelhar perante outros senhores e pagar caro por isto. Não é surpresa que este Julio Bueno seja torcedor do Fluminense, e participante da vida política do clube, conhecido por jogadas obscuras nos bastidores.

A BWA, o qual o Flamengo tem verdadeira indigestão só em ouvir o nome, cuida para tomar posse do quinhão. Como um pirata obrigando os habitantes da cidadela tomada a lhe entregar suas riquezas. Ninguém a pediu ali, ninguém a quer ali. Na verdade estaria o mundo inteiro pouco ligando para existência desta empresa. A não ser, Julio Bueno e a FERJ do Rubens Lopes, o aliado de Eurico Miranda, que diante do interesse do Flamengo, de repente descobre que a FERJ, incapaz de organizar um mísero de campeonato decente, e que extorque os clubes cobrando o percentual mais alto entre todas as Federações, poderia ser capaz de administrar algum estádio, ainda mais da envergadura do Maracanã. O antro da politicagem do futebol do Rio, de repente, do nada, também quer administrar estádio.

E some-se a isto uma empresa francesa. Grande capital, grande isto, grande aquilo, também quer tomar conta do Maracanã. O butim é grande. O futebol precisa fazer o dinheiro girar. E os clubes que se danem.

Flamengo disse "Não! Eu administro! Senão não jogo!". E parte da torcida já condena:"Não sabe onde irá jogar em 2017!". Se esquecem que o Flamengo está numa luta. O que querem fazer é transfusão da renda do Flamengo para terceiros, na cara dura. Não se pode permitir isto. É claro que isto é sintomático de anos e anos do Flamengo considerando o Maracanã como "casa". E não é, nem nunca foi. Desde o desgoverno de Sergio Cabral, e sua sanha destruidora vascaína, em que enganou o Flamengo na questão do Engenhão e entregou a concessão do Maracanã para empresa "parceira", deveria ter ficado claro a todos que o Flamengo não pode mais viver esta história de Maracanã como "casa". Acabou. A politicagem do Rio, entes políticos e dirigentes em geral, é absurda, nefasta e podre. E o Flamengo estará sempre sozinho nesta luta. A casa do Flamengo tem que ser seu próprio estádio. Deve acabar, enfim, esta história de Maracanã, e deixar esta incrível construção dos cariocas cair de podre, como estes responsáveis pela dilapidação do futebol cairão um dia, lembrados pela infâmia.

Construa seu estádio, Flamengo. Maracanã não é nosso.