quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Longe é um lugar que não existe

"Haveremos de nos encontrar outra vez, sempre que desejarmos, no meio da única comemoração que não pode jamais terminar."
~Richard Bach.




Flamengo empatou e com isto já entra atrás na curva de chegada. Palmeiras na frente, com alguns jogos difíceis, neste campeonato longo e administrado de uma forma que gera severas desconfianças de sua lisura tal a enorme quantidade de decisões da CBF que, coincidentemente, vieram a privilegiar justamente o Palmeiras.

Mas o Flamengo está na competição. Tem que ganhar pontos tentando conquistá-los com toda força possível. Sem esmorecer, sem baixar a cabeça. Flamengo é time de competição. Ela já "está" em qualquer situação que o Flamengo se apresente. Funcionários, estrutura, logística, treinamentos direcionados, tratamentos clínicos são planejados e executados visando ao jogo, a arena onde são lançados os modernos gladiadores.

Palmeiras está 6 pontos na frente? Flamengo não tem nada a ver isto (embora tenha, claro) no sentido de fazer seu trabalho. O time não está bem. Suas apresentações perderam a cancha, a linha de passe, as jogadas em triangulação. Como se o Zé Ricardo fosse abduzido pelas ideias de Cuca, passou a concentrar as jogadas em lançar bolas na área na esperança que o Guerrero, atuando como pivô, segure a bola para aproximação de jogadores. Ficou manjado. Ficou simples. Fácil. 

Semana inteira de treinamento e o que se vê é o futebol do Flamengo simplificado como uma folha de resumo escrito nas coxas. Coloca novo jogador titular, Mancuello, mas ele parece perdido. Não se reposiciona defensivamente, embola o ataque pelo meio, o me que faz perguntar que tipo de treinamentos Zé Ricardo anda fazendo para encaixar o time durante a semana. Flamengo sem velocidade de saída, jogadores distantes, Diego pega a bola e tem dificuldades de passar, pois a movimentação do time é mal realizada. Temos um técnico iniciante, ainda em formação, o que explicaria sérias deficiências, mas o torcedor não tem pena ou muita paciência. Exige, cobra, não quer saber.

Desnecessário falar da presença sempre indesejada de Marcio Araujo, que intriga muitos torcedores, que vêem, jogo sim, jogo também, seus erros notórios se repetirem. Os mesmos erros graves que ocasionam gols adversários. Entre os quais o abandono à marcação de jogador em penetração de nosso campo de defesa. Ele descarta esta necessidade. Está correto, de alguma maneira, o técnico não cobra.

Mas podemos? Podemos. Temos competição dentro da alma do Flamengo. Não cabe ao time, aos torcedores, abandoná-la ou deixar de acreditar enquanto se tem chances matemáticas. Lidamos sempre com o imponderável a sussurrar novos acontecimentos em nossos ouvidos. Embora ache difícil, pode ser. E enquanto há o pode ser, há à luta.