terça-feira, 26 de julho de 2016

O Que Vi e o Que Projeto...

 Desde algum tempo eu já achava que o jogo seria difícil, jogar contra o lanterna, em nossa situação de afirmação ainda é uma dificuldade, por incrível que possa parecer. O Flamengo ainda está em formação. Sim, em formação. No meio do campeonato. Falha de planejamento? Sim e não. Nas posições de zaga, talvez. Avancemos, não é o assunto.

O assunto é o jogo em si. O América troca de treinador, organiza um time “desesperado”, com 8 pontos em 14 jogos, 15 com a partida em disputa, tudo o que se “temia”. Pensando direitinho, quem vem pra cima do Flamengo jogando fora de casa? No Brasil, ninguém. O que surpreendeu de fato foi a organização do América nos primeiros 30 minutos, onde o Flamengo chegou a ter 75% da posse de bola, mas sem penetrar a defesa. O meio campo girava a bola sem eficácia, a saída ficava por conta dos zagueiros, que aliás, tronou o primeiro tempo num jogo pavoroso, por todas as circunstâncias e atuação dos meias do Flamengo. Todos eles.

  • Márcio Araújo se esconde da bola, e como não tem “atitude positiva” (como se chama na psicologia), sempre olha para trás, não existe confiança para seguir uma jogada. Nem qualidade para se desmarcar, pedir a bola e iniciar as jogadas de ataque. Ele literalmente se esconde atrás dos jogadores adversários, é nulo ofensivamente, frágil defensivamente, num dia bom útil. Nos últimos três jogos, pouco útil. Tenho a impressão de que quanto mais ele joga, piora seu rendimento. É jogador de elenco NO MÁXIMO.
  • Arão também produziu pouquíssimo num primeiro tempo de grande marcação em bloco, um time que jogava em linhas próximas e se defendendo “nem parecia o lanterna”. Pouca efetividade e movimentação. Tem se tornado um jogador previsível.
  • Mancuello é uma peça que tenho em minha equipe “ideal”, mas não pode produzir tão pouco. Não voltou para iniciar as jogadas de ataque, que é o que se deseja, que seja um “espelho” de Arão pela esquerda, os dínamos do time. Tenho a impressão de que com Márcio Araújo isso não será possível. Cuellar é mais móvel e transforma, contagia pelo dinamismo, ou seja, um time com o camisa 8 é mais estático. Mancuello não pode se esconder ou se ressentir disso. Tem que jogar mais. Além disso, o lado esquerdo estava num vazio de me fazer raiva. Alan Patrick também “estranhou” sua presença.
  • Alampa foi mal na primeira etapa, escondendo-se do jogo, bloqueado entre as linhas e num time torto pelo lado direito. O lado esquerdo do Flamengo era um deserto, um corredor imenso para a passagem de Chiquinho, que não passava para não ficar isolado. Alan Patrick fez um primeiro tempo perdido.

Esse primeiro tempo que vi, muito provavelmente não será o jogo da maioria. Não me importo. Ressalto o aumento da produção no final da primeira etapa, estranhamente nos últimos cinco minutos criamos algumas chances. Muito provavelmente, também, aos poucos deixaremos de sofrer nos finais dos jogos, onde o Flamengo “morre em campo”. Esse jogo foi uma partida bem estranha. O time dominava, quase sofreu o primeiro gol em duas oportunidades, criou algumas tantas. Fez o gol, poderia ter goleado, também. Passemos.

Apontei algumas coisas que achei ruins do time, individualmente, porém acho que coletivamente cresceremos com peças novas, que irão oxigenar e qualificar. Vejo o Flamengo forte e brigando pelo título sim, mas depende somente de nós. Não podemos mais deixar pontos bobos pelo caminho, temos que vencer jogos grandes contra rivais qualificados. Na condição que for, como fizemos com o Atlético-MG. Não podemos perder para o Santos de forma alguma.

Teremos Diego, Donatti, Damião, Ederson e Everton (hoje suspenso) pra rodar o elenco. A perspectiva é ótima. Temos duas competições e isso manterá o time ativo e elenco em atenção, ligado, pressionado a lutar por fazer história. Essa pressão nos alimenta e fragiliza os adversários, que podem não admitir, mas se cagam de medo do DCF... Vivemos entre o caos e o oba-oba, sempre fomos assim.

Voltando à partida, Juan voltou mal, Vaz seria meu titular. Grande jogo do útil Pará. Partida gigante de Paolo Guerrero. Temos elenco e equipe pra brigar, temos torcida pra empurrar, como mostrou Cariacica. Aparentemente teremos Maracanã nas últimas seis rodadas em casa (Cruzeiro, Santa Cruz, Corinthians, Botafogo, Coritiba e Santos). Precisamos de um time organizado, competitivo e principalmente concentrado o tempo inteiro. Isso vem com o tempo, entrosamento e CONFIANÇA a partir de vitórias, bons resultados.

Estando no bolo nas últimas 12 rodadas brigaremos com força, com a força da nação. Tudo leva a crer que estaremos com um time mais redondo e com as melhores peças em campo. A longa temporada faz a melhor peça se sobrepor. Tem ainda a Sulamericana, não dá pra esquecer. Saindo da rasa subjetividade de um torcedor nervoso e querendo apenas os três pontos no momento, farei um campinho com meu 11, meu time titular. E convido aos Butequeiros que projetem o seu.
Essa formação teria variações de 433, 4141 e 4231.