quarta-feira, 6 de abril de 2016

Bandidos uniformizados


Torcedores organizados provocaram mais uma morte a tiros em São Paulo, por ocasião do jogo Corinthians x Palmeiras, realizado na tarde de domingo passado. Sempre os mesmos bandidos travestidos de torcedores de futebol, entre eles gente que esteve presa na Bolívia por suposto envolvimento na morte de um menino de 14 anos, que depois de alcançada a liberdade voltou para o país e participou, em Brasília, de novas brigas entre torcidas;

Constantemente pergunto sem obter respostas satisfatórias sobre a diferença de um criminoso comum para outro vestido com uma camisa de um clube de futebol. Por que a distinção entre uma agressão em função de uma partida de futebol e outra no bar, no cinema ou no teatro?

Até aonde vai essa impunidade eu não sei, mas não desconheço esse maldito DNA tupiniquim que somente procura resolver os seus problemas de violência quando os mesmos saem das arquibancadas da vida para as tribunas de honra e passam a incomodar os poderosos;

Há mais de 20 anos, nos idos de 1990, balas traçantes já riscavam de vermelho o céu dos subúrbios do Rio de Janeiro e praticamente nada era feito. Foi preciso que as noites da Zona Sul carioca fossem maculadas por tiroteios para que um projeto de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), ainda não completamente consolidado, saísse dos gabinetes refrigerados para tentar estabelecer um mínimo de ordem nas comunidades;

Será preciso ocorrer alguma coisa semelhante nos estádios de futebol para que iniciativas civilizadoras sejam implantadas?

Falando de Flamengo, o esquema armado no 4-4-2 ora adotado por Muricy Ramalho me enche os olhos de prazer e esperanças. Finalmente, acabou a teimosia de jogar com três atacantes, que muito atrapalhou e nada rendeu? Debito essa conta na rubrica "experiências no Estadual", pois não consigo conceber como um treinador daquele porte não enxerga que vai perder os jogos no meio de campo com uma formação escancarada aos adversários;

Muitos técnicos consagram essa formação, com uma variante para o 4-2-2-2, como sendo a que preenche melhor os espaços do campo com a sua ocupação completa;

Muricy não deve e não pode querer reinventar a roda. Que faça o feijão com arroz usando o material humano que tem em mãos e, creio, seremos mais felizes daqui para a frente.

SRN!