segunda-feira, 11 de abril de 2016

A Volta do SuperMancu

Salve, Buteco! O Mais Querido do Brasil voltou a vencer após 6 (seis) jogos de um jejum incômodo, que perdurou tanto em clássicos regionais equilibrados e em um difícil confronto interestadual pela semifinal da Primeira Liga, como também contra adversários de menor investimento, contra os quais era dado como favorito e foi surpreendentemente derrotado. É importante analisar a vitória contra o Boavista em seus devidos termos, sem subestimar o progresso obtido a partir da semana livre de treinamentos, da escalação com Mancuello e Alan Patrick juntos com Guerrero e Marcelo Cirino, porém sem perder de vista o porte e o nível técnico do adversário, O time muito provavelmente será posto a prova em situações de decisão nas semifinais e final do Campeonato Estadual, o que, sem prejuízo da luta pelo título, certamente contribuirá significativamente na preparação para o Campeonato Brasileiro e fases mais avançadas da Copa do Brasil.

Nesse contexto, é fundamental levar em conta que foi a primeira partida oficial desse promissor meio de campo, que, portanto, ainda deve evoluir bastante em nível tático, podendo essa mesma escalação tanto formar em um 4-4-2 com Marcelo Cirino e Guerrero jogando mais à frente, como também no próprio 4-1-4-1, a depender das características do adversário e das circunstâncias da partida. A formação tática ideal e o entrosamento só virão com o tempo. Desde logo é possível observar que o lado direito do time, com Willian Arão, Rodinei e Cirino, tem natural vocação para jogadas em velocidade, enquanto o lado esquerdo com Jorge, Mancuello e Alan Patrick tende a ser mais técnico e propenso a tocar a bola. Encontrar o equilíbrio na movimentação desses atletas, invertendo as posições, é um dos desafios de Muricy, até porque é importante combinar a capacidade de Jorge, Alan Patrick e Mancuello para executar lançamentos com a velocidade e poder de infiltração de Arão, Rodinei e Cirino.

Por outro lado, da mesma forma as substituições ideais só serão encontradas com o tempo, como por exemplo qual é o jogador ideal para entrar em lugar de quem e em quais circunstâncias e formação tática. Hoje o elenco tem opções como Gabriel, Emerson Sheik, Ederson, Everton e agora Fernandinho, cada um com características diferentes, a serem usadas em situações distintas. O mais importante é que a escalação com Mancuello e Alan Patrick seja exaustivamente testada e não se tire conclusões precipitadas com eventuais resultados negativos nas finais do Campeonato Estadual, cautela que não deve ser confundida com a obrigação do Flamengo de sempre disputar qualquer título com toda a disposição e interesse, até porque este título em particular seria muito bem vindo, seja pelas atuais circunstâncias políticas em relação à FFERJ e ao Vasco da Gama, seja porque, afinal de contas, as conquistas dos Estaduais inegavelmente fazem parte da história do clube, bem como da formação e crescimento da Nação Rubro-Negra. 

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Futebol é um esporte complexo: contra o Confiança/SE, por exemplo, o Flamengo também teve alto índice de posse de bola e, nos últimos minutos de cada etapa, uma jogada claríssima de gol anulada por impedimento mal marcado pelos assistentes do árbitro. Comparativamente, uma atuação bastante inferior a de sábado, mas em termos práticos as falhas de arbitragem foram decisivas e a crise poderia ter sido muito menor. Faço essa comparação porque, até o gol de falta marcado por Mancuello no sábado, o jogo era truncado e difícil. Assim são as retrancas, inclusive para as melhores e mais glorificadas equipes da história do futebol. Em 1958, uma obscura seleção de Gales quase arrancou um empate do Brasil de Nilton Santos, Didi, Garrincha e Pelé, e quantas retrancas o Flamengo de Zico não enfrentou em sua trajetória vitoriosa? É evidente que não se pode comparar qualquer desses escretes maravilhosos com o time rubro-negro atual. Por isso mesmo, as presenças de Mancuello e Alan Patrick no time titular oferecem também a alternativa da bola parada, tão bem explorada em times do passado do Flamengo, dos mais diversos níveis, e cito alguns jogadores como exemplos: Zico, Júnior, Marcelinho, Sávio, Petkovic, Bruno, Renato Abreu e Ronaldinho Gaúcho. A bola parada pode salvar tanto contra as defesas fechadas, como também naquelas situações em que o time está jogando mal ou sendo envolvido pelo adversário.

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Ora vejam só, e não é que outros times grandes que disputam competições difíceis simultaneamente ao Estadual também tropeçam? Constatação benta e tricordiana.

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A palavra está com vocês para que passem suas impressões a respeito do jogo de sábado e também sobre o time, chances de classificação e perspectivas na Copa do Brasil.

Bom dia e SRN a tod@s.