segunda-feira, 18 de abril de 2016

A Hora de Decidir

Salve, Buteco! Inicia-se essa semana uma sequência de jogos que decidirá o primeiro semestre do Flamengo em 2016. Quarta-feira, em Volta Redonda, contra o Confiança, o jogo de volta pela primeira rodada da Copa do Brasil; domingo, em local ainda não definido, o jogo único contra o Vasco da Gama pela semifinal do Campeonato Estadual. Em ambos os confrontos o Flamengo entra em desvantagem: pela Copa do Brasil, por conta da inesperada derrota no primeiro jogo, em Aracaju, o Flamengo precisa vencer por dois gols de diferença para se classificar ou vencer pela contagem mínima para decidir nos pênaltis. Vitória por um gol de diferença sofrendo gol dá a classificação aos sergipanos. Já no Estadual a situação talvez seja mais complicada: a vantagem do empate também é do adversário, mas sabemos que o extracampo é outro fator influente, vide o bizarro e imoral cartão amarelo aplicado a Juan na partida de ontem, contra o Bangu, em Macaé, que o tirou da semifinal - Juan sequer encostou em Almir, que se contundiu sozinho, ao "girar" o joelho com o pé preso no chão, sendo que a perna de Juan que supostamente o atingiu, posteriormente ao incidente, estava encolhida (!).

Seja fruto de manobras extracampo, seja providência do destino, o certo é que, enquanto o Vasco da Gama terá uma semana vazia de treinos e preparação para a semifinal, o Flamengo enfrentará um Confiança cujos tropeços no Campeonato Sergipano indicam, na minha modesta e singela opinião, foco total no confronto de quarta-feira, provavelmente visto como uma oportunidade única nas carreiras dos atletas do azulão nordestino. O time tem demonstrado alguma dificuldade ao enfrentar sistemas defensivos muito fechados ou retrancados, como queiram. Por isso mesmo, não me surpreenderei se o jogo de quarta-feira vier a ser mais tenso do que se espera, e não devemos nos esquecer que no confronto anterior os jogadores sergipanos abusaram do antijogo e de jogadas violentas. Resta saber como se comportará a arbitragem.

Não ocorrendo baixas por conta de contusões, a tendência é que o meio que só jogou duas partidas junto (as duas últimas) seja o escalado para ambos os confrontos. A necessidade de que essa formação jogue mais vezes e portanto seja mais testada, ao ser confrontada com o contexto decisivo que envolve ambas as partidas e que envolverá as seguintes em ambas as competições, acaso o Flamengo se classifique para as respectivas fases seguintes, aparentemente estabelece um paradoxo entre a paciência com um time que ainda não está pronto e a sede por vitória e título, conforme a competição. A ansiedade e a impaciência da torcida só serão contidas se o time entrar em campo com "espírito de decisão", impondo-se contra o Confiança e não permitindo que o Vasco da Gama imponha seu jogo de marcação forte e pressão sobre o nosso meio de campo. Numa linguagem clara: sem "pé-mole" e sem perder as divididas.

A torcida do Flamengo, em qualquer ponto do território nacional, funciona e responde melhor quando o time tem atitude dentro de campo. É essa postura que gera a invencível sinergia com a Maior Torcida do Mundo. Inobstante o presidente Eduardo Bandeira de Mello haver declarado que o clube não tem a "obrigação moral" de vencer o Estadual, os jogadores devem encarar ambos os confrontos com a tradicional postura do Mais Querido em decisões. O time precisa da injeção de confiança (sem trocadilho) que virá com esses triunfos, assim como a torcida precisa de novos ídolos para voltar a sorrir, ser feliz e fazer a diferença.

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Após um início intenso, o Flamengo cedeu campo ao Bangu, o que deu a impressão que poderia causar problemas na partida, mas talvez tenha sido o que o time precisava para encontrar os espaços que não existiam e abrir o placar. De uma maneira geral, achei que o meio não foi tão bem como na partida anterior. Mancuello foi voluntarioso como sempre, porém sem ser brilhante, e Alan Patrick foi apagado, mas a entrada de Ederson mostrou que é um jogador com características mais ofensivas e, mesmo em um mau dia, Alan Patrick é importante para que o time tenha posse de bola e o controle das ações. Outros pontos que me chamaram a atenção foram erros no último passe em jogadas de contra-ataque ou mesmo em evoluções ofensivas, algo que pode perfeitamente ser melhorado com um pouco mais de atenção tanto por quem tem a bola como pelo posicionamento de quem irá recebê-la, e os espaços encontrados pelo Bangu no nosso setor defensivo, especialmente no lado esquerdo. Talvez com o tempo seja uma boa ideia pensar em mudar Jorge para o meio, considerando suas enormes habilidade e visão de jogo, assim como sua dificuldade em ser consistente na função defensiva.

De bom temos a ótima fase de Marcelo Cirino e consistência e precisão de Cuéllar. Ao lado de Mancuello, ambos parecem estar no caminho de se tornarem xodós da torcida rubro-negra.

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A palavra está com vocês para comentarem a semana decisiva do Mais Querido.

Bom dia e SRN a tod@s.