sexta-feira, 25 de março de 2016

Roteiro Repetido?







Irmãos rubro-negros,


quarta-feira foi mais uma derrota para a conta.

Fomos eliminados de forma melancólica, numa partida em que a torcida do Flamengo, como bem disse o Flavio ontem, foi um espetáculo à parte.

E para finalizar a noite, o nobre Márcio Araújo solta a seguinte pérola após o jogo: "a gente estava reclamando do cansaço, agora teremos uma competição a menos para aproveitar para descansar".

Amigos, o Márcio Araújo apenas está reproduzindo o discurso que o Muricy Ramalho tem adotado desde o início do ano.

Existe evidente ruptura entre o discurso da diretoria e o da comissão técnica e elenco quanto às viagens que o clube tem feito semana sim, outra também.

Isso é grave e já deveria ter sido resolvido desde os primeiros ruídos.

...


O fato é que nós estamos quase em abril e o Flamengo ainda não decidiu onde jogará em 2016.

Reconheço o esforço da diretoria em qualificar o elenco e melhorar a estrutura do clube.

Todavia, a omissão quanto ao estádio em 2016 é algo bastante reprovável, digno de acerbas críticas, pois todos estamos cientes da situação há pelos menos cinco ou seis anos.

Me recordo do presidente Eduardo Bandeira de Mello, em entrevista em agosto do ano passado, repito, agosto do ano passado, dizendo que havia negociações avançadas sobre o estádio para 2016.

Quando perguntado sobre a Ilha do Governador, Brasília ou Ítalo Del Cima, as respostas, embora evasivas, como lhe é peculiar, sempre eram otimistas.

Pois então, onde foram parar "essas negociações avançadas"?

Por que a diretoria do Flamengo, que tem se mostrado muito firme na questão da transparência dos balanços do clube, não age da mesma forma em relação a outras questões relevantes?

Por que tudo que gira em torno do futebol do clube é tratado hermeticamente, mediante meias palavras, na base do "nem sim, nem não, vamos ver"?

O torcedor por um acaso não tem o direito de saber o porquê das negociações voltadas para a Arena da Ilha não darem certo? Será que não havia negociação alguma e as únicas opções sempre foram Juiz de Fora, Volta Redonda e Brasília?

Nada contra, muito pelo contrário, a torcida na quarta-feira foi espetacular, apenas gostaria de entender essa necessidade de despistar a torcida rubro-negra o tempo inteiro sobre os assuntos do clube.

Agora, quanto tempo é necessário para resolver a questão do estadio? São vários e vários meses de indefinição, o que é muito ruim para todos, menos para os nossos adversários.

O Campeonato Brasileiro começará em trinta dias e o Flamengo não sabe onde vai jogar.

Se me coubesse decidir, eu optaria por Juiz de Fora. Cidade de médio porte, próxima ao Rio de Janeiro, e que tem em seu entorno uma miríade de municípios como Três Rios, Barbacena, Leopoldina, Muriaé, São João Del Rei e Petrópolis, dentre muitos outros, com maioria absoluta de rubro-negros.

Mas a indefinição perdura e a desculpa já está pronta em caso de fiasco.

...

Estamos em fins de março e o Flamengo já mergulha em sua primeira crise.

Foi assim em 2014 e 2015. Nesses dois anos, o time começou pessimamente o Campeonato Brasileiro, somando poucos pontos, tendo de se recuperar para se distanciar da zona de rebaixamento e ficando bem longe das primeiras posições.

Será que esse roteiro medíocre se repetirá em 2016?

Torço muito para que isso não aconteça.

Porque o final do filme nós sabemos muito bem: a demissão do técnico.

Daí iremos para o nono ou décimo treinador da gestão.

E fica a pergunta: o erro está aonde?

A diretoria não tem conseguido lidar adequadamente com o futebol do clube.

Não consegue inspirar os profissionais a terem uma postura desejosa de glórias, de títulos, de conquistas.

O time continua com queixo de vidro desde 2014. Joga sem vibração, sem élan, como um burocrata numa repartição pública.

Jogadores frouxos, desinteressados e indiferentes.

Isso vai continuar até quando?

O Flamengo exige muito mais que isso, a torcida do Flamengo quer muito mais que isso.

Onde estão o Rodrigo Caetano e o Flávio Godinho?

O Vice-presidente de Futebol tem ao menos acompanhado os jogos do time? Ou está sem tempo para o cargo?

Em nome de um suposto profissionalismo, acaba que na atual gestão tudo sempre deságua no técnico.

O momento de ajustar e resolver os problemas é agora. Não adianta deixar as coisas caminharem sem rumo para depois chorar pelo leite derramado.

A expectativa para 2016, com ou sem estádio, é muito grande.

É aconselhável fazer de tudo para atendê-la.

Não há mais espaço para desculpas. Todas elas foram dadas nos últimos três anos.

O momento é de realizar, fora e dentro de campo.

A torcida do Flamengo sempre cumpre exemplarmente o seu papel; está na hora do time também fazer o seu.




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Aproveito para desejar a todos e às suas famílias uma Feliz Páscoa.

Abraços e Saudações Rubro-Negras a todos.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.