quinta-feira, 10 de março de 2016

Flamengo 1 x 1 Figueirense

E o Flamengo acabou por se classificar no primeiro lugar geral da primeira fase da dita "Primeira Liga", afinal de contas. Primeira Liga tão problemática neste Brasil em frangalhos, que é tratada oficialmente como um torneio "amistoso", para não gerar desconforto em dirigentes comprometidos com o atraso e, claro, com a hipocrisia reinante no modo de ser do brasileiro em geral. Mas, para a realidade objetiva, é um torneio que vale título, é transmitido, atrai público aos estádios e faz a roda esportiva girar e atrair dinheiro.

Foi um jogo dispensável porém curioso em certos aspectos. O mais forte deles pelo fato dos times jogarem tão anacronicamente abertos. Aquela história de compactar, duas linhas, diminuir espaços, não existiu. Parecia futebol indiano, todo mundo correndo sem marcação. Jorge, que não contava com nenhuma ajuda na marcação do Sheik, fazia de seu setor uma Autobahn alemã. Sem limite de velocidade, 4, 6 pistas de rolagem. Figueirense, em que pese ser um time ruim, ia e vinha com facilidade, perdendo alguns gols em profusão. Cuellar ficava geralmente sozinho na marcação na entrada da área. Arão sumia ou corria desnorteado para cá e para lá. Os dois precisam de mais entrosamento. E por falar em (falta de) entrosamento, em uma jogada bisonha, digna da dupla Debbi & Lóide, Wallace foi proteger uma bola que ia em direção ao Paulo Vitor. Só que protegeu mal a tempo do atacante ir na bola. PV, em câmera lenta e, talvez, com medinho de sujar o uniforme ou machucar as mãos delicadas, não foi firme no lance. O atacante fez um gol ridículo para um time como o Flamengo tomar. É lance para deixar os dois darem 20 voltas no campo e irem em seguida pro vestiário assistir pelo menos duas horas de discurso daquele político comparável a um réptil venenoso.

O ataque do Flamengo, em que pese boas chances criadas, tem um problema sério com a ausência do Mancuello, que é o abandono de um senso de marcação mais forte. Além, claro, dos bons passes que o argentino dá. Ederson, voltando de longa temporada no estaleiro, jogou boa parte do jogo e de um lance seu surgiu o gol de empate do Guerrero. Basicamente a única jogada que ele fez no jogo. De mais Gabriel entrou bem, protagonizando bons lances de velocidade. Cirino fez uma partida comum e Sheik jogou sua pelada altamente bem remunerada de sempre.

Enfim, pragmaticamente alcançou-se o objetivo. Classificado para as semifinais. Isto, no final, é o que vale.