sábado, 20 de fevereiro de 2016

Uma casa pra chamar de nossa

Mais uma vez, e já peço desculpas, vou me meter a escrever sobre um assunto que eu não sou especialista. Mas, nesses tempos recentes de internet e redes sociais onde todo mundo "pode" falar sobre qualquer coisa, por que não eu, né?!


Já tinha conhecimento do projeto do Atlético Mineiro de construção de um estádio e anteontem saiu a notícia de que este já estava bastante encaminhado, faltando apenas um documento de licenciamento ambiental a ser emitido pelo Governo do Estado, uma vez que a área, cedida pela MRV Engenharia, possui resquícios de Mata Atlântica. No entanto, pelo que já disseram dirigentes, é apenas uma burocracia. Até o vice-prefeito de Belo Horizonte, cruzeirense, afirmou que tem colaborado muito para que o projeto saia logo já que é importante para a cidade, não apenas para o Atlético, deixando de lado paixões clubísticas.

Todos já devem ter ouvido a história de que, em 2007, o Flamengo tinha todas as licenças e autorizações para tocar o Projeto de Revitalização da Gávea. Quem não conhece, o projeto está aqui mas, quando o Governo resolveu privatizar o Maracanã e um estudo mostrou o óbvio, que o estádio não sobrevive sem o Flamengo, o governador Sérgio Cabral resolveu revogar tudo e acabou com o projeto. Prometeu que o Maracanã seria do Flamengo e o resto do blá-blá-blá todo mundo conhece.


Esse ano de 2016 sem estádio no Rio, afora a falta de planejamento para resolver paliativamente esse problema, escancara a necessidade de termos uma casa própria, seja ela o Maracanã, a Gávea, os dois ou outro. Muitos de nós repetem o mantra de que Prefeitura e Governo do Estado nunca nos darão permissão para ter qualquer um deles, ainda mais com governantes arco-íris. Vemos a dificuldade imensa para aprovar uma Arena poliesportiva com menos de três mil lugares e extrapolamos para um estádio de futebol. Se não tentarmos, entretanto, ficaremos sempre com essa dúvida na cabeça.

Mas qual a melhor opção? Sinceramente, não sei a resposta. "O Maraca é nosso", mas a que custo? Vale a pena? Os contratos do consórcio com os fornecedores são caixas pretas, ninguém sabe ao certo quanto custa um jogo no Maracanã. É necessário um estudo detalhado sobre esses valores, entender se temos condição de bancar o estádio sozinhos. A Gávea é o sonho. Projetos já feitos mostram que cabe na sede do clube uma arena para 30, 35 mil espectadores, uma casa de médio porte capaz de receber a maioria das nossas partidas.

O fato é que o estádio não vai cair do céu. Já vimos que não receberemos nada de mãos beijadas, temos que correr atrás. Temos uma ótima oportunidade, uma eleição municipal no fim do ano, para fazer valer a força da torcida. Metade da população carioca é  rubro-negra, temos que negociar, de alguma forma, essa questão da nossa casa.

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Pra esse ano, concordo que o planejamento foi bastante mal feito. Não nos preparamos para ficar sem Maracanã e Engenhão durante quase o ano inteiro. Já atuamos, entre amistosos e jogos oficiais, em oito estádios diferentes: Castelão (Fortaleza), Arruda (Recife), Mineirão (Belo Horizonte), Édson Passos (Mesquita), Cláudio Moacyr (Macaé), Raulino de Oliveira (Volta Redonda) e São Januário (Rio de Janeiro) e Kléber Andrade (Cariacica). Amanhã jogaremos no nono, o Mané Garrincha, em Brasília. Para o Carioqueta e a Copa da Primeira Liga, ok, mas urge definir uma casa, temporária que seja, para o Campeonato Brasileiro e para as fases decisivas da Copa do Brasil.