quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Parados no tempo e no espaço


A um mês do fim da temporada de 2013, o Campeonato Brasileiro já tem o seu Campeão praticamente definido, situação que jamais ocorreria numa competição dos irmãos americanos do Norte; 

Simplesmente por prezarem o espetáculo e fazer dele o poço de onde extraem, até o último segundo, toda a receita que sustenta os seus clubes e organizadores. Por extensão, também os artistas do espetáculo e a trupe que acompanha cada time, seja de que esporte for;

Por estas bandas levam um clássico como Vasco e Fluminense para o Engenhão cuja capacidade mal passava dos 20 mil torcedores, desprezando-se os possíveis 70 mil presentes no Maracanã, ou seja, o conjunto deixou de faturar mais de 1 milhão de reais em consequência de picuinhas não resolvidas e todos os envolvidos perderam um dinheiro cada vez mais escasso e caro no mercado;

Mas, a verba perdida é alheia e não pertence aos responsáveis por tal sandice, os quais também não serão responsabilizados pelas respectivas consequências, traduzidas pelo rombo nos cofres dos seus clubes;


Para não ficar restrito ao passado recente, basta olhar a próxima rodada e verificar que a partida que pode decidir de uma vez o Brasileirão, dando o título ao Corinthians, está marcada para o acanhado estádio de São Januário, com sua lotação para 25 mil torcedores espremidos como sardinhas em lata;

Tem tudo para dar erro, dentro e fora do estádio, mais essa estultície dos jurássicos dirigentes que lutam por uma sobrevida nos clubes país afora. O lucro financeiro desse importante evento nacional será insignificante e que vá às favas quem se importa com o espetáculo, com balanço do clube mandante do jogo e todos aqueles que vivem e dependem do seu resultado econômico;

Infelizmente, essa conduta é generalizada e os que procuram se posicionar como pontos fora da curva são massacrados em caso de um fracasso dos seus times em campo. "Perdeu porque visou o lucro" é a mais simplista das justificativas encontradas e citadas, como se o futebol não tivesse assumido o caráter "business" em todo o mundo, aliás, fator muito bem alinhavado aqui nas mesas do Buteco pelo companheiro @Luiz Filho, semanalmente;

Depois de tudo recorrem à TV detentora dos direitos de transmissão em busca de adiantamentos para cobrir o vermelho de suas gestões. Por sinal, o executivo que tratava dessas questões foi substituído, deixando uma incógnita no ar sobre a nova filosofia a ser implementada em relação ao patrocínio futuro das competições esportivas;

Do que saiu do comando das negociações com os clubes fica o célebre pensamento a respeito da presença do público nos estádios: " A TV não está preocupada com a presença de torcedores numa partida de futebol por ela transmitida. A nossa preocupação é com a audiência do evento";

E assim, há dois anos, deixei o Maracanã às 00:15h do dia seguinte após um jogo do Flamengo marcado para as 22 horas e que começou um pouco atrasado. Cheguei em casa às 01:15h, fui dormir às 02:00h da matina, tendo que acordar às 06:00 horas da manhã para um compromisso;

Pensei:"não querem que eu volte". E não mais voltei para um jogo noturno naquele esdrúxulo horário. Muitos outros também não;

Eu não perdi meu dinheiro, mas o conjunto dessa obra mal feita perdeu e pelo andar da carruagem seguirá nesse caminho;

Enfim, o placar de 7 a 1 foi pouco, muito pouco!

SRN!