quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Futebol e Política
Vivemos dois aspectos pujantes na vida do Flamengo neste momento, final de outubro. A proximidade da eleição para presidente em 07 de dezembro e o momento absolutamente melancólico do futebol. E nestes dois aspectos temos, paradoxalmente, vivenciado uma característica semelhante a descrita pelo genial Nelson Rodrigues na frase acima.
No futebol temos um elenco malemolente, que não se aplica em campo. Que, segundo reportagem no Lancenet, reclama até do tipo de avião que foi utilizado para fazer a viagem para o amistoso no Espirito Santo. Flamengo precisa angariar recursos, e, como este mesmo elenco aceitou facilmente ser desclassificado por um time como o Vasco na Copa Brasil, estes recursos podem e devem ser obtidos via amistosos. Deveria até ter mais deles. A torcida do Flamengo, espalhada pelo Brasil, precisa desta experiência de ver seu amado time in loco, mesmo formado por um elenco como este. Degradante pela falta de liderança, vontade e orgulho de vestir uma camisa como a do Flamengo. O que deveria ser uma honra é encarado com enfado e deboche pelos jogadores, o que acentua a característica relatada por Nelson Rodrigues. Mas certamente ele não se referia a isto ao fazer a frase, e sim, a "falta de caráter" ao fazer uma vilania para ganhar o jogo, uma falta, meter a mão na bola, atrasar uma jogada do adversário de forma voluntária, cavar pênalti, enfim, enganar o adversário e o juiz. Neste sentido nossos jogadores são uns santos pois sequer se incomodam em ganhar. Para eles o fim do jogo é o melhor momento do dia, é o apito para ir a esbórnia ou momentos de lazer. Não há o espírito da vontade. Não há neles o senso da necessidade de ser melhor que o adversário. Não há nada. Sequer liderança. Definir um capitão para este time é uma missão quase impossível, e diria triste, pela característica alienada de todos. Opta-se então pelo mais antigo do elenco, o goleiro e frangueiro Paulo Vitor. Que mostra toda seu respeito à torcida escolhendo, quando pode, o lado errado de campo para começar o jogo, fazendo o Flamengo jogar de costas para ela no segundo tempo.
E isto é problema só dos jogadores? Infelizmente não. O perfil de contratação de jogadores para este ano não previu liderança. Personalidades de pastéis. Pessoas amorfas, sem combate que acabam influenciando outros que vinham de times mais combativos como Pará, Guerrero, Sheik e mesmo o Jorge, do sub20. Torna-se tudo um mesmo caldo, e em um elenco em que o Diretor Executivo, Gerentes de nível médio, sequer o técnico Oswaldo de Oliveira ou o auxiliar técnico Jayme, aparentemente não cobram ou não identificam este problema, os jogadores, por falta de palavra melhor, montam. O Flamengo vira o parque de diversões, o spa, por onde cobram salários altos e se dão o direito de descanso pleno. Com reclamações de divas como a do amistoso em Vitória e, segundo o Extra, da aparição do VP de Comunicação no vestiário.
O Flamengo não pode aceitar isto. Este time precisa de cobranças públicas e se o jogador não gostar, saia do time dando lugar a outro. Os resultados estão pífios de qualquer maneira. Agora mesmo, para a partida contra o Corinthians, apesar do apito amigo, certamente o melhor time do campeonato brasileiro, até jogador com dor nos glúteos aparece para justificar ausência. O elenco não confia nele mesmo e para evitar que esteja inserido em um possível vexame, jogadores correm do compromisso por qualquer motivo.
Oswaldo Oliveira e seu método de trabalho que consiste em chegar em um clube, arrumar uma panela no time titular e nela se manter para não ter o trabalho de mudar e esforçar para treinar, contribui com o problema. Reservas não se motivam e titulares deitam na cama. Com bom início, arrasador, foi justamente deitar nos loiros quando arrumou um time titular e neles adormeceu. Não acordou até hoje. Com personalidade aparentemente mansa auxiliado pelo Jayme, que era outro que não gostava muito de treinamentos no elenco, o Flamengo está em letargia física, técnica, emocional e psicológica. Precisa de choque de ordem. Precisa realmente que dirigentes deem um empurrão no bem remunerado Rodrigo Caetano e, em nome dos associados e torcedores, cobrem uma postura digna dos jogadores nestas partidas que restam. Se eles são incapazes de entregar que Oswaldo faça o serviço que é remunerado e varie o esquema para caber as alternativas. Ancorado no inevitável 4-2-3-1 não chegaremos lá.
E quanto a política, fiquemos com a frase do Nelson Rodrigues no início do post para exemplificar a campanha que está sendo efetuada por determinada chapa, para que vocês mesmos analisem e questionem a motivação...
Finalizando, hoje dia 22/10/2015, às 19:30 no Teatro Leblon (Sala Marilia Pêra) na Rua Conde Bernadote, 26 no Leblon, terá o evento do lançamento da Chapa Azul. Todos estão convidados. Quem puder ir, estarei presente.
Por Flavio H Souza
twitter: @PedradaRN