terça-feira, 20 de outubro de 2015

Calendário Possível. A Quem Deseja Modernizar...

Como combinado na semana anterior, falarei sobre calendário. Eu, Luiz Filho, já fiz, conversei, comentei, publiquei diversas formas de calendários. Qualquer torneio de botão faz calendários melhores e mais modernos do que os atuais disputados no Brasil. Ontem, o assunto voltou à baila, por conta da CBF, que tenta empurrar o problema com a barriga e barrar o progresso, com a Liga Sul-MG-RJ ou Primeira liga. Explico desde já, que o calendário se daria melhor com um RJ/SP do que com a liga que se apresenta, desde que estejam em consonância.

Hoje é impossível que ocorra, já que as federações e os clubes de RJ e SP estão em lados opostos. O futebol Brasileiro está em frangalhos, fragmentadíssimo depois do 7x1 e das denúncias e investigações de corrupção. Antes que descreva meu calendário, registro que por mim, o ideal seria um campeonato Brasileiro de Fevereiro a Novembro, jogado primordialmente aos domingos, parando em datas Fifa e em megaeventos (Jogos Pan-Americanos, Jogos Olímpicos, Copa das confederações e Copa do Mundo).

O campeonato estadual é um torneio defasado e deficitário, um prejuízo para todo mundo, grandes e pequenos. As únicas entidades que podem se dizer satisfeitas são as federações estaduais, que colocam o dinheiro de suas altas taxas no bolso. Não se analisa os estaduais pelo fim, porque sempre serão interessantes com jogos decisivos e estádios cheios. No entanto, o torneio se arrasta por todo o primeiro semestre, sendo preciso uma nova configuração de calendário.

A diferença do calendário que tentarei propor para o atual é o favorecimento da conexão entre as competições, além de colocar as federações estaduais em seu devido lugar. O papel delas é de se preocupar com a prática e disseminação do futebol, facilitar para os atletas profissionais como um todo, não apenas ficar de “olho” no dinheiro dos grandes clubes. A redução das datas para os clubes principais e maximização para os clubes de menor investimento garantem o negócio futebol, profissão. Segundo levantamento do canal Sportv, apenas 100 clubes de futebol tem atividade profissional ao longo do ano, enquanto o restante fica à espera dos campeonatos estaduais no início da temporada seguinte. Com este novo calendário existirá atividade para pelo menos 432 clubes no total, para todo o ano.

As equipes de menor investimento deveriam se restringir apenas aos campeonatos estaduais, porque são equipes semiprofissionais, quase amadoras, ao menos em sua estrutura. Os clubes mais bem qualificados e de estrutura profissionalizada e maior, das divisões superiores do futebol nacional, participariam de um campeonato regional, do nacional de séries C e D (caso se classifiquem) e da Copa do Brasil, com o ano inteiro sendo movimentado e emprego para todas as escalas da "cadeia produtiva do futebol". O primeiro mês do ano profissional será obrigatoriamente de pré temporada, seja em Janeiro ou em Julho, dependendo da inversão de calendário por uma unificação ao calendário mundial, em que apenas o Brasil e outros pequenos países jogam Janeiro/Dezembro. As novas regras já poderiam valer para no mínimo 2017, mas o ideal que fossem para 2016/2017 (em caso de inversão de calendário, para o equalização com o "Europeu").

O melhor exemplo para esta nova redivisão dos campeonatos vem da Inglaterra, onde equipes em divisões nacionais distintas continuam sendo rivais, e isso acaba com tudo o que o futebol pode proporcionar em termos de organização, arrecadação e principalmente rivalidades. O mais importante deve ser a manutenção e a formalização da profissão no Brasil, a regionalização em divisões inferiores, permitiria "igualdade entre os iguais". Como o Brasil tem extensão continental e “representação futebolística” importante em todas as regiões, os torneios regionais seriam um modo de filtrar e aprimorar as fórmulas de modo a organizar competições para mais clubes do que hoje é possível, trazendo visibilidade e ordem as competições. Em vez de 27 torneios estaduais tendo representatividade real apenas 8 ou 9, teríamos cinco regionais com representatividade em todo o país, sem que se exclua as rivalidades regionais, pelo contrário, em minha humilde opinião as acentuaria.

Regional RJ/SP – Os clubes que participam das ries A e B do campeonato Brasileiro teriam presença garantida no regional (Hoje, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Macaé, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Ponte Preta, Bragantino, Oeste e Mogi Mirim; restando duas vagas para o RJ e uma para SP). Regional RJ-SP com 16 clubes.

Quatro grupos de quatro equipes que jogariam entre si (apenas turno), e os dois melhores se classificariam para as quartas de final com jogos apenas de ida na casa do campeão dos grupos. Na semifinal, também em jogo único, na casa do clube de melhor campanha, o mesmo valeria para a finalíssima. Total 5 datas, contra as 19 datas possíveis atuais. As cinco datas da competição seriam sempre em datas de megaeventos esportivos, para que o calendário do campeonato brasileiro não seja prejudicado. Exemplo: 2017 Copa das confederações (o Brasil não participa desta vez), 2018 Copa do mundo, 2019 Pan-americano, 2020 jogos olímpicos. E assim, por diante. Ou seja, sempre será "ano de exceção".

Estadual A, RJ SP – Abaixo dos clubes que participariam do regional, os Campeonatos Estaduais, classificatórios para os regionaisO torneio seria disputado em dois grupos com 8 equipes, em jogos de todos contra todos e fórmula similar à do campeonato carioca de 2013, com semifinal e final de turno em jogo único. No primeiro turno contra os times do mesmo grupo e segundo turno contra os times do grupo oposto, terceiro turno contra times do grupo oposto e mando invertido e quarto turno com equipes do próprio grupo e mando invertido em relação ao primeiro turno. Quatro turnos alongando as partidas pela temporada. Os dois primeiros de cada grupo fazem as semifinais do turno, em jogo único na casa da equipe de melhor campanha, o mesmo valendo para as finais de turno, com gol qualificado para equipe de melhor campanha a fase de classificação. Ao final dos quatro turnos cada equipe teria no mínimo 30 jogos e no máximo 38, para se saber os quatro clubes de um quadrangular final (total de 44 partidas).

Com 16 clubes, e sem os grandes, se garante muitos jogos por ano, inclusive com a possibilidade de se “dobrar o calendário”, criando rivalidades regionais, sem oneração dos grandes clubes. Os melhores subiriam automaticamente para o Regional na temporada seguinte, caso não estejam nas séries A ou B do Brasileiro, voltariam a disputar o estadual, tendo assim um calendário cheio para o ano inteiro. Esta realidade poderia ser replicada para todos os estaduais e regionais, com menor prejuízo para o Campeonato Brasileiro, o principal do país.

A realidade criada tornaria os estaduais classificatórios para os Regionais, ordenando e profissionalizando "forçadamente" aos atuais clubes, que hoje jogam apenas por quatro meses. Os regionais “desinchariam” os estaduais sem sumir com rivalidades locais. Se somarmos os regionais, o Brasileiro A e B e os estaduais, teríamos calendário anual para mais de 400 clubes. O Calendário proposto pelo Bom Senso FC também pensa nos pequenos. É interessante.

A “dona” do futebol nacional (CBF) é quem deveria cuidar desta modernização, os clubes não tem como “se ajudar” com as dimensões continentais do Brasil, o ideal seria uma liga capitaneada pelos grandes clubes. Em RJ, SP, RS e MG até existe estrutura para uma segunda divisão estadual (nos moldes que pensei), mas deve se observar que clubes outrora profissionais hoje são amadores, porém teriam uma possibilidade real de profissionalização com projetos que beneficiariam o país como um todo e a praticas do "football association". É preciso a modernização e a mudança do calendário para que o negócio não morra e a realidade é que Olaria, Quissamã, Linense entram de “férias” muito cedo, todo ano. Pensemos no todo, porque o calendário atual morreu e desculpem, mas é futebol amador!



FLAMENGHIEUBIQUE!