quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Sete toques de bola


Os "sete toques de bola" de hoje já foram, e serão novamente, com certeza, lançamentos primorosos, em profundidade, abordados pelos amigos do Buteco, que sempre marcam um encontro da gente com a bola, frente a frente com os goleiros adversários.

1. Admitir a realidade segundo a qual o Flamengo fará uma "passagem neutra pelo BR-15", titulo da coluna passada, foi ótimo para ver sem ilusões e com o coração "voando" no regime de cruzeiro a partida em que fomos injustamente derrotados pela Ponte Preta, apesar do amplo domínio do jogo na maior parte do tempo. Vivi uma noite de domingo com estresse zero, diferentemente da semana anterior quando empatamos com o Santos;

2. Apesar da derrota para a Macaca, foi um prazer constatar que o considerável aumento de chutes a gol não foi uma situação eventual já apresentada contra os santistas. Cristóvão deve ter lembrado ao grupo que, na esmagadora maioria das vezes, o gol é consequência de uma busca traduzida em tentar fazer a bola vencer o goleiro adversário. Assim, duas vezes balançamos as traves do Marcelo Lomba e, em outras oportunidades, o obrigamos a praticar boas defesas ou chutamos para fora. Aleluia, não saímos do zero, mas já estava com saudade dessa agressividade do bem! 

3. A vida nos reserva e revela fatos interessantes. Um dos jogadores mais vitoriosos do elenco e que, hoje em dia não precisa mais de sua atividade no futebol para viver muito bem, é o mais aplicado física e taticamente, carregando a sua combatividade fora das quatro linhas para dentro delas como se fosse um novato à procura do seu espaço no universo da bola. Uns desejavam a sua contratação, muitos sequer a admitiam. Hoje todos o aplaudem e não abrem mão de sua participação. Que os verdadeiros novatos, desinteressados sem causa, sigam o seu exemplo. Obrigado e parabéns, Emerson Sheik!

4. Os erros de arbitragem persistem interferindo no placar dos jogos e não desapegam do seu (baixo) padrão, mantendo uma coerência digna de registro e, modestamente, vejo apenas uma saída para elevar o nível de atuações de Suas Senhorias, que consiste na profissionalização do quadro de árbitros da CBF e das federações. Escapa de qualquer critério de razoabilidade profissional  um soprador de apito trabalhar numa partida de futebol na quarta-feira à noite e, no dia seguinte, ter a obrigação de pilotar um táxi pelas ruas de sua cidade para garantir o seu sustento e de sua família. O dia após um jogo de futebol é tempo de regeneração, crítica dos erros e acertos cometidos e o merecido descanso. Os demais devem ser dedicados ao aprimoramento físico e profissional do apitador e assistentes;

5. Segue na pauta do torcedor a vontade de trocar o técnico pela enésima vez, o caminho mais curto para saciar a raiva e a tristeza causadas pelos insucessos acumulados. Às vezes, clareiam a situação e o time se torna até campeão, mas na temporada seguinte seguinte disputa para não ser rebaixado no Brasileirão ou faz vexames na Libertadores em virtude da "bolha de crescimento" provocada por apenas ter sido substituído o treinador ou inconsistência estrutural;

6. A direção do Flamengo implantou com sucesso uma política de reestruturação administrativo/financeira do clube desde que assumiu em janeiro de 2013, conforme compromisso firmado na campanha para a eleição da qual saiu vitoriosa. A mesma coragem deveria servir de parâmetro para transformar radicalmente o departamento de futebol, jogando para escanteio o atual modelo falido no qual, entre outros problemas, a transição de um destaque da base para os profissionais é uma fogueira onde as promessas são precocemente queimadas. Do time Campeão da Copinha de 2010, restou o goleiro César para fazer história com a camisa rubro-negra. Sobre esse parágrafo, o @Luiz Filho deu uma aula em sua ótima coluna de ontem. Urgem correções a fim de que cesse esse caminhar em círculos como um protozoário de Pavlov;

7. Seguindo no papel de figurante no atual Campeonato Brasileiro, com jogadores recém contratados ainda por estrearem graças ao pífio planejamento realizado para participar dessa competição, a agonia de hoje tem no Maracanã o palco perfeito para a retomada das vitórias no jogos dentro de casa. Vencer ou não é contingência do jogo, mas suar sangue por uma vitória é indispensável, é Flamengo.

SRN!