segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A Vitória Que Escapou

Salve, Buteco! Copo meio cheio ou meio vazio? Frustração completa ou ao menos um tempo realmente jogado em bom nível após tanto tempo? Após abrir 2x0 no primeiro tempo, a torcida tinha a expectativa de que o placar pudesse ser ampliado no segundo tempo, mas o que se viu foi, em menor escala, a repetição do que ocorreu na segunda etapa da partida contra o Figueirense - o adversário crescendo em campo, o Flamengo perdendo muito em intensidade e se dispersando taticamente, e o adversário quase virando a partida. É bem verdade que, no final do segundo tempo, o Flamengo retomou o controle e quase desempatou, mas a sensação de perda de dois pontos e de enorme frustração, dada a grande superioridade no primeiro tempo, é inevitável.

Mas a que atribuir a reação do Santos e a perda de intensidade do Flamengo? À demora de Cristóvão em "ler" o jogo e a alteração feita por Dorival Júnior no meio de campo do Santos, levando muito tempo para substituir? À opção feita por Cristóvão, ou seja, Gabriel em lugar de Alan Patrick, ao invés de reforçar o meio com Luiz Antonio ou Almir? Falhas da defesa e de Paulo Victor? Cansaço de Alan Patrick e de outros jogadores que voltavam de contusão? Mérito de Dorival Júnior? Ímpeto de um time grande (Santos) desesperado para se afastar da Zona do Rebaixamento? É bem provável que cada um desses fatores tenha influído em determinada medida. Tenho para mim, contudo, que Cristóvão demorou mesmo a substituir e reagir à substituição de Dorival Júnior, e também que esse fator, ao lado das falhas da defesa e de Paulo Victor, preponderou para o empate do Santos.

Embora considere que as duas opções que Cristóvão tinha no banco para tentar manter o padrão tático do primeiro tempo (Almir e Luiz Antonio) não dessem a perspectiva de que o time voltaria a render como rendeu enquanto Alan Patrick teve fôlego, talvez uma delas tivesse sido o suficiente ao menos para recompor o meio campo e impedir o crescimento do volume de jogo do Santos. De qualquer modo, segue a dúvida do porquê de tamanha perda de intensidade no segundo tempo, tal qual ocorreu contra o Figueirense, e que não ocorreu contra o Grêmio, por exemplo. Será que a causa foi tática? É curioso observar, neste ponto, que a formação que terminou o jogo, com Almir e Gabriel nos lugares de Alan Patrick e Everton, é taticamente idêntica a que jogou, e bem, o primeiro tempo. Contudo, só esteve em campo por 1 (um) minuto, talvez menos. Cristóvão a tinha em mente, mas por que não a utilizou antes?

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Cristóvão oscila entre extremos, como gastar três substituições de uma só vez, e não utilizar nenhuma. O toque de surrealismo ficou com a substituição de Everton faltando 1 (um) minuto para acabarem os acréscimos de 5 (cinco) minutos da arbitragem. Independentemente de Everton haver ou não pedido para sair, talvez envergonhado pelo gol perdido cara a cara com Vanderlei, goleiro do Santos, cabe ao treinador se posicionar em situações como essa e não prejudicar o time por um capricho descabido do jogador, como pedir para não permanecer em campo faltando um minuto para a partida acabar.

É inegável que o nosso treinador conseguiu avanços ontem, como ficou claro no primeiro tempo; contudo, precisa antes de tudo se ajudar. Quando chegou, parecia até precipitado, tamanha a velocidade para reagir às situações adversas do time por via das substituições; agora, termina partidas sem sequer utilizar as três, e demora a agir diante das adversidades. Como explicar essa oscilação de comportamento? Não seria possível um meio termo?

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Gostaria de encerrar o texto de hoje abordando o que vi de bom ontem no time, que foram os quarenta e cinco minutos iniciais. A formação com dois volantes e Alan Patrick no meio, como armador centralizado, parece dar um equilíbrio não visto na equipe desde o final de 2013, com a conquista da Copa do Brasil. Pela primeira vez em um ano e meio acho que vi o Flamengo posicionado taticamente de forma ideal. Pode-se questionar o valor de algumas peças, e longe de mim defender que esse elenco se aproxime do ideal para o Mais Querido, mas nos primeiros quarenta e cinco minutos os volantes jogaram como volantes, o meia como meia, e os atacantes e meia-atacante também como tais. Parece uma constatação acaciana, mas tamanha simplicidade fez com que o jogo fluísse de maneira natural. Talvez Jair Pereira definisse como o seu SCO - simples, certo e objetivo, claro que dentro dos padrões atuais.

O desafio é manter a intensidade dos primeiros quarenta e cinco minutos por noventa.

Como de costume, a palavra está com vocês, para a análise da partida, perspectivas para o confronto contra a Ponte Preta e, claro, a escalação ideal.

Bom dia e SRN a tod@s.