Salve, Buteco! Longe de ter sido uma apresentação vistosa e convincente, a vitória de ontem à tarde sobre o Goiás no Serra Dourada foi merecida, trouxe alívio e boa perspectiva para uma sequência no campeonato que tem tudo para ser positiva - Santos (c), Ponte Preta (f) e Atlético/PR (c), até o Palmeiras (f). O primeiro tempo começou truncado, com maior presença do Flamengo no campo de defesa do Goiás; contudo, minutos após a parada técnica, o time da casa tomou conta do meio e ameaçou bastante a defesa rubro-negra, especialmente pela lateral direita, onde Ayrton não se mostrou capaz de conter as investidas de Felipe Menezes e Diogo Barbosa. O nosso meio com três volantes tampouco conseguia manter a posse de bola. Cristóvão foi bastante criticado pela opção por três volantes. Tentando me colocar no lugar do nosso treinador, acredito que um dos fatores pode ter sido a necessidade de escalar um zagueiro sem ritmo de jogo (seria César Martins ou Samir) e daí a de proteger a zaga. O fato é que o primeiro tempo acabou se tornando o jogo da afirmação do goleiro César, que evitou a ida da equipe ao vestiário em desvantagem.
Talvez com a mesma ideia de proteger a zaga, na qual César Martins, apesar de haver exibido boa técnica, demonstrava falta de ritmo de jogo e perdia disputas individuais contra os velozes atacantes do Goiás, Cristóvão mandou o time de volta para o segundo tempo com a dupla Márcio Araújo e Cáceres, dois volantes mais marcadores, porém sacando Canteros, o terceiro, mais técnico, para lançar Alan Patrick no time, além de Pará na lateral direita. Com a posse de bola e jogando no campo do Goiás, o Flamengo progressivamente tomou conta da partida com dois volantes, Alan Patrick mais centralizado e Everton pela meia esquerda, além de Marcelo Cirino e Guerrero com boa movimentação no ataque. O gol, por sinal, saiu de uma bela linha de passes entre Alan Patrick, Guerrero (mais uma boa assistência) e Marcelo Cirino, que concluiu com extrema categoria. O Goiás teve duas chances claras de gol no final da partida, uma defendida por César, outra que parou na trave, mas eu considero que César também foi importante ao sair bem do gol e pressionar o atacante adversário.
Os três pontos foram conquistados com o adversário tendo criado mais oportunidades de gol que o Flamengo. Embora o time tenha muito o que melhorar, por outro lado os dois últimos resultados no Brasileiro podem ser vistos com bons olhos sob o prisma do aumento da capacidade de resistência, mesmo com o time ainda não jogando um futebol de grande qualidade.
Os três pontos foram conquistados com o adversário tendo criado mais oportunidades de gol que o Flamengo. Embora o time tenha muito o que melhorar, por outro lado os dois últimos resultados no Brasileiro podem ser vistos com bons olhos sob o prisma do aumento da capacidade de resistência, mesmo com o time ainda não jogando um futebol de grande qualidade.
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O sistema defensivo continua bastante desentrosado, com os jogadores cometendo vários erros de posicionamento, como em partidas anteriores. Aliás, a vitória contra o Grêmio é um ótimo exemplo. Os zagueiros seguem saindo para marcar na intermediária ou nas laterais, sempre no mano a mano e na maior parte das vezes levando desvantagem, enquanto os volantes saem para apoiar deixando a defesa desprotegida. A lógica do avanço dos volantes é a tomada da posse de bola no ataque e sua manutenção na troca de passes com os apoiadores, atacantes e laterais em um esquema tático compacto. Na prática, contudo, o inverso ocorre porque, além do esquema tático ainda não estar ajustado, as peças escaladas no meio não se mostram capazes de desempenhar a função a contento. Logo, com três volantes, o Flamengo não consegue manter a posse de bola e, contraditoriamente, atrai o adversário para o seu campo e sua desentrosada e mal posicionada defesa. A melhor alternativa para evitar o sufoco, demostrada na prática, parece ser reduzir para dois o número de volantes (adequadamente posicionados), incluir um meia centralizado e manter o Everton na meia esquerda. Só assim o time tem conseguido ter e manter a posse de bola e com isso jogar no campo do adversário. Muito embora as trocas de passes ainda não fluam como Cristóvão pretende, o time consegue articular algumas jogadas ofensivas, o que tem levado o Flamengo a reagir no campeonato.
Por isso, o natural parece ser Jonas, Márcio Araújo, Cáceres e Canteros disputarem duas posições. Jonas e Márcio Araújo são os melhores na cobertura, por conta da agilidade; porém, Márcio Araújo não se limita a jogar como primeiro volante e avança constantemente para apoiar o ataque, invariavelmente perdendo a posse de bola. O que explica o posicionamento tático do Márcio Araújo? Voluntarismo do atleta ou apego do treinador as suas preferências de ordem tática, mesmo com um jogador incapaz de executar a função? Os avanços de Márcio Araújo não fazem o menor sentido, eis que, ao contrário de Jonas, "Marujo" não tem um passe de qualidade e, dos quatro volantes, é o o pior nesse fundamento, enquanto Canteros é de longe o mais técnico. Na minha opinião, Jonas deveria ser o titular como primeiro volante e Cáceres e Canteros deveriam disputar a posição de segundo volante. Com o tempo ficaria claro se Cáceres, melhor na destruição, é capaz apoiar com qualidade e se Canteros, melhor na organização, consegue se manter firme na marcação, em ambos os casos com a regularidade que se espera de um titular do Flamengo. Acredito que essas variáveis definirão a disputa entre os dois. O certo é que, se Cristóvão deseja implementar um esquema de jogo que se paute na valorização da posse de bola e na qualidade no passe, não pode atribuir a volantes que não tenham destreza nesse fundamento a atribuição de apoiar o ataque. Parece-me óbvio. Concordam?
Eu completaria o sistema defensivo com Pará na lateral direita e a zaga com Wallace ou César Martins e Samir. Mais a frente, até a estréia de Ederson, eu utilizaria Alan Patrick como meia centralizado, pois até aqui, apesar de não haver apresentado futebol para ser considerado titular indiscutível, mostrou muito mais do que os seus antecessores, ainda que isso não signifique muita coisa; mas Alan Patrick parece ter um mínimo de qualidade para fazer a bola girar no meio e se comunicar no mesmo idioma da bola que falam Sheik, Cirino e Guerrero. No ataque, porém, eu revezaria Sheik e Cirino, pela idade do nosso veterano, e escalaria Everton como quarto homem do meio, pela esquerda.
@s amig@s do Buteco concordam? Ajudem o Cristóvão a escalar o time para domingo contra o Santos, no Maracanã.
@s amig@s do Buteco concordam? Ajudem o Cristóvão a escalar o time para domingo contra o Santos, no Maracanã.
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Desenha-se uma disputa entre Blues x Blues nas eleições que definirão o próximo presidente do Flamengo. Espero que todos os envolvidos coloquem o Mais Querido em primeiro lugar e blindem o Departamento de Futebol, assim como o a área administrativo-financeira, mantendo a disputa no campo das ideias e em alto nível. Retrocesso jamais.
Bom dia e SRN a tod@s.