
A situação é complexa. Em meio ao caos, sem comando e diretrizes definidas, é incomum, para não dizer impossível, reunir forças e organizar a reação, porém o momento é particularmente delicado porque a desordem é de tal maneira sistêmica que a maior dificuldade talvez seja saber por onde começar. O que fazer? Demitir o treinador e contratar o nono em dois anos e meio? E quem seria o novo treinador? A quem ele se submeteria? Com base em quais critérios? O tal "Conselho" seria capaz de defini-los e fazer o que não fez até aqui com um mínimo de sucesso? Seria um novo salvador como foi Vanderlei Luxemburgo em 2014?
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Por mais que eu encontre motivos para criticar um treinador que termina o jogo com três volantes e sem lateral esquerdo, que escala o Canteros nas pontas esquerda, primeiro, e direita, depois, eu sou forçado a reconhecer que o pedido de substituição (mais um!) de Everton tornou sua missão ainda mais difícil. Mas por que será que Everton se sente tão a vontade para fugir das partidas mais complicadas? Será que não se sente a vontade pelo absoluto vácuo de poder e liderança que existe no Departamento de Futebol? Um exemplo claro disso é o lateral esquerdo Armero, que acaba de sair do FC Milan, da Itália, e, terminada sua participação na Copa América, pela seleção colombiana, coloca-se a disposição para viajar a Cuiabá e jogar, mas a Diretoria Blasé, o Conselho "Todo Poderoso" e senhor de si e de suas ideias mirabolantes, de forma arrogante e obtusa resolve simplesmente lhe dar folga (!) até segunda-feira e considera suficiente o roliço e instável Anderson Pico, que não por acaso foi o caminho da única jogada de gol do Vasco da Gama na partida. Armero certamente ainda acha que veio trabalhar em uma estrutura profissional, mas o mais provável é que logo, logo entre no ritmo de seus companheiros com mais tempo de casa.
Então, será que a culpa é mesmo do treinador? Esse treinador dispõe das mínimas condições fora de campo para exigir dos atletas mais comprometimento? Será que é possível um grupo de atletas profissionais de futebol, no Brasil, com o tipo de mentalidade que existe entre os atletas brasileiros, respeitar uma Diretoria que age dessa forma? Que decide os destinos do setor em colegiado e delega a um diretor executivo sem poder algum a solução de todos os problemas diários? Uma Diretoria que gasta milhões para contratar o melhor centroavante do mercado mas concorda em não escalá-lo contra o antigo empregador? Uma Diretoria que não se empenha em dar melhores condições de trabalho aos atletas e finalizar o CT?
Qual será o próximo passo do "sábio" Conselho? Por onde começar? O que fazer?
A palavra, como sempre, está com vocês.
Bom dia e SRN a tod@s.