Ataque do Flamengo sem Alecsandro |
Flamengo iniciou o jogo contra o Salgueiro com uma formação de meio-de-campo e ataque que me deu vontade de ajoelhar na frente da televisão e rezar, agradecido, a São Judas Tadeu. Finalmente um camisa, vai lá, "10" em campo. O de nome pomposo Arthur Maia (mas futebol nem tão pomposo) e, glória glória, aleluia, sem a presença do cone de fé do Luxemburgo em campo, o Alecsandro. O que era esperado aconteceu. O ataque do Flamengo existe! Sim, deixou de ser peça de ficção. Apesar da pontaria desafinada do Everton, vi Arthur Maia, mesmo que de início, claudicante, abrir a jogada e atacantes (meu Deus...atacantes!) trocando de posição em velocidade dando condições de passe. E as jogadas de gol se sucediam, com Everton mostrando uma capacidade infinita de variação de finalizações erradas. Com Marcio Araújo preso atrás da linha da bola para não fazer besteira, as jogadas de ataque começavam pelos laterais (principalmente Pico) e Arthur Maia. Gabriel se movimentava rápido com toques de bolas velozes tentando furar o bloqueio do carrasco do Sport. Cirino, outro jogador sem sua "kriptonita" e campo, ia do meio para os lados e vice-versa. Até que Arthur Maia em bela jogada fez 1 a 0. Rompendo o longo jejum sem gols do Flamengo, não por coincidência, sem a presença do indefectível Alecsandro.
No segundo tempo Flamengo entrou o mesmo. Ufa! iria ter o privilégio de começar mais um tempo sem me irritar com a escalação, como virou comum nestes dias de egotrip do Luxemburgo. E depois de passe do Pico, que aliás, fez uma bela partida, Cirino enfim, de volta a posição que marcava gols, coincidentemente, marcou gol. Ora, ora...mas que dificuldade de entender isto, não é Luxa?
Cirino enfiou outra bola na trave. Dois gols do Cirino no mesmo jogo já era quase humilhação ao professor, e suas decisões controversas que fizeram o Flamengo passar em branco por 3 partidas seguidas. Tirou Jonas, que joga duro, estilo europeu, e aqui árbitro fica assustado com o estilo e dá-lhe amarelo todo jogo. Para evitar expulsão, foi substituído pelo Mugni. Em um momento em que o fraquíssimo time do Salgueiro fazia pressão. Mugni se posicionou como volante e, diria, cumpriu seu papel. Talvez Luxa realmente fez um milagre, quem sabe, e achou posição para o argentino. Com o Arthur Maia não rendendo mais nada, talvez cansado, não sei. Luxa colocou Almir. Uma contratação controversa pela idade avançada do moço, 33 anos. Talvez homenageando Cristo esperando um milagre divino. Almir começou dando toquinhos rápidos, sem comprometer. Mosquito não dá rasante em terra de sapo. Mas com o tempo foi se soltando e mostrando desenvoltura.
Ronaldo Angelim prestigiou o jogo |
Depois entrou ele. O Cone. Porque, meu Deus, Porque? Não sei. Ele entrou e o ataque, a não ser por uma bela jogada do Almir, parou. Evidente. Não sei por quantos minutos o Flamengo tem sem fazer gol com a presença do Alecsandro em campo. Talvez já chegue para mais de 300 minutos. E foi importante, porque a constatação do quanto ele é prejudicial ao ataque e meio de campo com sua presença em campo ficou evidente. O ataque não se movimenta. Os atacantes de lado não variam tanto a jogada porque Alecsandro não se movimenta bem, sequer tem velocidade. O meio de campo fica sem opção de jogada pois todos marcados na frente. E o time, por causa disso, rifa muito mais a bola. Enfim, causa e consequência. Ali, na cara de todos.
Tivemos também uma injusta, na minha opinião, expulsão do Gabriel. Ele deu um carrinho lateral, e o jogador do Salgueiro, em uma demonstração de ginástica olímpica ou Adryan no Leeds, deu um salto como se tivesse acabado de levar uma chicotada no lombo. Caiu no chão estrebuchando para, em seguida ao cartão vermelho, levantar lépido e fagueiro. O que advirá disso? Eu e você sabemos. Alecsandro, o centroavante-volante, titular no próximo jogo. Mais não sei quantos minutos sem gol pela frente...
Em todo caso o Flamengo ganhou por 2 a 0. Era o suficiente para não ter que jogar com o fraco time do Salgueiro em casa. Missão dada é missão cumprida. Festa dos rubro-negros de Pernambuco, esta massa de torcedores tão bacana que prestigiou os treinamentos, o jogo, fazendo uma festa inesquecível para todos.
Agora, Luxemburgo, é trabalho! Vamos treinar mais porque as linhas do Flamengo continuam muito espaçadas.
PS: Estou aqui apenas "guardando a vaga" do dono do pedaço das quintas-feiras do Buteco. Assim que ele resolver voltar, estará entregue, varrida e limpa para nosso grande RNT.
Por Flavio H Souza
@PedradaRN