sábado, 18 de abril de 2015

Não tem 10. Pode ser 8? Ou 9?


Na minha última coluna, há duas semanas, eu falei sobre possíveis alternativas de contratações para o caso do Flamengo não conseguir fechar com o Montillo. Antes disso, eu já tinha discorrido sobre o tal mito do camisa 10 e dos diferentes posicionamentos para um playmaker. A lesão do argentino e a intransigência dos chineses para liberá-lo, somados à falta de outras opções me levaram a pensar em outras possibilidades táticas em que possamos abrir mão do 10.

Duas disposições vem logo à mente: o 4-3-3 e o 4-4-2.

4-3-3

Do pouco que consegui aproveitar da participação do Luxemburgo no programa Fox Sports Radio na segunda-feira, o que mais me chamou a atenção foi a sua admiração pelo 4-3-3 praticado pela seleção da Alemanha na Copa de 2014. Três volantes que marcam e sabem jogar, três atacantes de muita movimentação na frente, esse é o Flamengo que o pofexô sonha botar em prática. Examinando nosso elenco, falta uma peça: um volante que goste de entrar na área. Sem querer ressucitar fantasmas, o Elias cairia como uma luva, mas existem outros. Paulinho, ex-Corinthians e agora no Tottenham, seria um excelente nome com essas características, mas acredito que seja muito difícil trazê-lo, apesar dele não estar bem. Os ingleses desembolsaram quase €20 milhões, querem recuperar pelo menos parte do investimento e não pretendem emprestá-lo.

4-4-2

Em alguns momentos nesse ano, especialmente enquanto o departamento médico ainda não estava superpovoado. Eram Márcio Araújo e Canteros por dentro da segunda linha de quatro, Luiz Antônio e Éverton pelos flancos, Marcelo Cirino e Alecsandro na frente. As linhas atuavam muito mais próximas e não víamos tanto os buracos que as recentes atuações do time tem apresentado. As triangulações pelos lados podem continuar acontecendo com pontas, laterais e um dos atacantes ou volantes. Como temos um elenco versátil, vários jogadores podem fazer mais de uma função. No entanto, assim como no 4-3-3, ainda precisamos de uma peça, que, nesse caso, é um atacante. Alecsandro está sendo bastante útil, tem feito gols, mas é, e sempre foi, desde que chegou no clube, um bom reserva. Uma aposta como o Douglas Coutinho ou um nome mais consagrado como o Robinho formariam uma dupla de muita movimentação com o Cirino.

Esses dois esquemas poderiam variar, de acordo com o adversário, para um 4-1-4-1 como o do Corinthians ou um 4-4-1-1 que usamos em 2013. De qualquer forma, são esquemas dinâmicos e de movimentação que podem prescindir do tão difícil 10 mas não de um 8 ou um 9...

...



Pra amanhã, num desnecessário segundo jogo de semifinal do Carioqueta, mais importante do que esquemas táticos mirabolantes é deixar de lado o climinha de guerra que rolou na semana passada. O mesmo clima que já nos eliminou de algumas Libertadores. Nosso time é muito melhor. No domingo, jogando mal demais, conseguimos empatar com um Vasco no limite. Claro, temos que tomar cuidado com as jogadas de bola parada, ponto forte cruzmaltino, tanto nos chutes direto do Rodrigo e do Anderson Salles (se jogar) quanto nos cruzamentos. Se fizermos o simples, vencemos e damos mais um passo rumo ao bicampeonato.